Lambadão Cuiabano se torna patrimônio cultural e imaterial

Todo cuiabano de raiz já dançou ao ritmo da música: “Ei amigo/ toque uma lambada/ que eu tô querendo me esquentar/ vou entrar agora na folia/ só vou pra casa quando o dia clarear”, agora esse “hino” e outras manifestações culturais que envolva o Lambadão Cuiabano é patrimônio cultural e imaterial, devido a Lei N° 23/2017, do vereador Mário Nadaf (PV), aprovada na Câmara Municipal de Cuiabá.

A ação tem o objetivo de levar o reconhecimento público, dessa tradição popular e homenagear, o ‘Rei do Lambadão’ Chico Gil.

“O Lambadão é típico nas comunidades cuiabanas. Esse ritmo surgiu com os músicos que tocava o rasqueado mato-grossense, nos salões de dança como o ‘Canecão’ na década de 80. Eles aceleraram os compassos e depois de várias metamorfoses, resultou esse rasqueado elétrico. O dia a ser comemorado será, 10 de setembro na data de aniversário do Chico Gil”, disse o vereador.

A popularidade desse estilo musical no país ocorreu no ano de 1999 quando a banda de Poconé, (104 km de Cuiabá), 'Estrela Dalva' foi no programa do Ratinho na emissora do SBT e fez uma apresentação destacando toda a “sensualidade pantaneira”. Mesmo após 19 anos do ocorrido o vídeo 'viralizou' no youtube e possui 94 mil visualizações.

O cantor de Poconé Chico Gil que na verdade se chama Francisco da Guia Souza, gravou quatro cds, porém, o último não chegou a ser lançado oficialmente, devido a sua morte no ano, 2000, em um acidente de carro. Antes de ser famoso foi pedreiro, carpinteiro, garimpeiro e nunca estudou música nem técnica vocal.

Mário Nadaf ressalta que essa lei segue as normas da ‘Convenção da Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial’ adotada pela UNESCO em 2003. “O Lambadão de Cuiabá abrange as expressões culturais e as tradições de uma geração de ancestralidade, o que torna parte da identidade cultural mato-grossense, tão quantos outros ritmos, como o rasqueado, o siriri e o cururu”, declara Mário Nadaf.