Médicos pagarão parte do prejuízo na Unimed e cobram punição

Mais de 1.300 médicos cooperados da Unimed Cuiabá terão que assumir o pagamento de parte dos R$ 400 milhões de prejuízo deixados pela gestão passada, comandada pelo médico Rubens Carlos de Oliveira Júnior.

Se for comprovada a responsabildade, queremos punição nas esferas judiciais e também a expulsão

Segundo apurou a reportagem, em conversa com três médicos, pelo menos R$ 150 milhões terão que ser rateados proporcionalmente aos ganhos de cada médico durante o ano passado.

"Os valores variam muito, mas posso dizer que vão desde R$ 20 mil até R$ 1 milhão", disse um médico, que pediu para não ter seu nome divulgado.

De acordo com ele, o pagamento de parte do prejuízo foi aprovado em Assembleia geral, com o objetivo de melhorar os indicadores financeiros da cooperativa. 

A decisão foi tomada após auditoria independente apontar que o balanço financeiro apresentado pela gestão de Rubens estava errado.

"Pizza"

"Não podemos ser simplesmente passivos e aceitar um absurdo desse... Ter que por dinheiro do bolso é revoltante. E os responsáveis pela situação catastrófica ficarão impunes?", questiou outro médico.

"Exigimos que essa história não termine em mais uma vergonha 'pizza'. Se for comprovada a responsabildade, queremos punição nas esferas judiciais. E também a expulsão dos responsáveis", defendeu. 

O terceiro médico ressaltou que a Unimed Cuiabá quase sofreu intervenção pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por causa das inconsistências contábeis que vinham se arrastando desde 2018. 

“Foi um choque, nunca imaginávamos ter entre nós pessoas capazes de ações como essas. A Unimed é uma empresa forte e sólida e vamos arcar com parte dos custos para honrar e manter a cooperativa em pé, é o certo a fazer agora. Mas os culpados devem ser punidos”, desabafou.