Cuiabá, Quarta-Feira, 2 de Julho de 2025
MORRER CUSTA CARO
11.11.2013 | 14h41 Tamanho do texto A- A+

MPE investiga cemitério por supostas cobranças abusivas

Preço do sepultamento pode chegar a R$ 10 mil em Cuiabá

Divulgação

MPE investiga há três anos empresa administradora de cemitérios

MPE investiga há três anos empresa administradora de cemitérios

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) investiga há três anos supostas cobranças abusivas na prestação de serviços funerários pela Sociedade Mato-grossense de Empreendimentos (Somatem), empresa que administra o cemitério Bom Jesus de Cuiabá, localizado no bairro Parque Cuiabá, às margens da Rodovia Palmiro Paes de Barros.

O preço do sepultamento no Bom Jesus de Cuiabá, conforme apurou o Midianews, pode chegar a quase R$ 10 mil.

O inquérito, instaurado em 2010 pelo promotor de Defesa do Consumidor Ezequiel Borges, aponta possuir  “documentação farta” a qual indica irregularidades no contrato estabelecido entre a Prefeitura de Cuiabá e a Somatem.

Conforme o MPE, não foi realizada “licitação prévia”, o que desrespeita a Lei Complementar Municipal 04/92, que trata da concessão de cemitério por empresa particular.

“A Prefeitura Municipal poderá conceder a terceiros o direito de construir, explorar ou operar os cemitérios, sempre precedido de concorrência pública”, destaca o artigo 430 da lei.

Na portaria que instaura o inquérito, o promotor relata que o cemitério foi construído há 35 anos pela Comunidade Senhor dos Passos com a autorização da Prefeitura de Cuiabá.

Na época, a comunidade repassou a administração do cemitério à Somatem, de maneira inusitada, como aponta o MPE.

“Em 1977, dois anos após a outorga, a entidade religiosa beneficiada, mediante remuneração mensal, firmou um inusitado Instrumento particular de concessão e e exploração da área com a empresa Somatem, cuja situação jurídica perdura até a presente data”, cita o inquérito.

Borges afirma que o contrato com a Samatem “subverte a ordem jurídica”. Ele também acusa a Prefeitura de não fiscalizar a tabela de preços oferecida pela Somatem, que, de acordo com lei, precisa ser aprovada pelo Município.

“A Prefeitura aprovará a tabela de preços nos casos de cemitérios concedidos, obrigando-se o concessionário a dar publicidade à mesma, sendo vedado criar outros encargos para os adquirentes que não os constantes da tabela”, aponta o inquérito.

Outro questionamento que o promotor faz é se a Somatem está repassando os 3% de lucro que ganha à Comunidade Senhor dos Passos, conforme foi estabelecido no contrato da época.

O promotor também cobra da Somatem a tabela de preços enviada ao município.

Quanto custa para morrer?

Para comprar um jazigo no Bom Jesus há opção de dois preços apenas. O primeiro é de R$ 6.305, em área considerada nobre. E o segundo é de R$ 4.409, na parte de baixo do cemitério.

Pedro Alves/MidiaNews

Urnas funerárias podem custar de R$ 950 até R$ 14 mil

Além disso, tem o valor do caixão, que não sai por menos de R$ 950, podendo chegar a R$ 14 mil. Há ainda o valor do translado do corpo incluso no serviço funeral.

A conservação do corpo a ser sepultado no município é R$ 600. Ser for para outra cidade é R$ 850.

Cemitério públicos

Para quem não tem condições de custear um enterro particular, existem dois cemitérios públicos com espaço disponível: o São Gonçalo, que fica às margens da rodovia Palmiro Paes de Barros e o Campo Santo, que fica aos fundos do cemitério Bom Jesus. Esse último também é administrado pela empresa Somatem.

Nesses dois locais, os enterros são gratuitos. No entanto, as famílias têm um prazo de três anos para comprar um jazigo e retirar os restos mortais dos entes queridos.

Passados os três anos, os restos mortais são retirados do túmulo e colocados no ossário.

Os cemitérios mais antigos em Cuiabá são: Porto, Cóxipo e Piedade, que já não possuem mais espaço. Neste locais, são enterradas apenas famílias que já possuem jazigos.


Outro lado


Na sexta-feira (8), a reportagem entrou em contanto como o proprietário da Somatem, Luiz Silvio Muller. Por telefone, ele disse à reportagem que estava viajando e não poderia falar do assunto até esta segunda-feira (11), quando retornaria a Cuiabá. Por telefone, ele apenas disse desconhecer a investigação do MPE.

Durante a manhã desta segunda-feira (11), a reportagem tentou por várias vezes entrar em contato com Muller. No entanto, não obteve retorno das ligações.

Quanto à fiscalização da Prefeitura, através da assessoria de imprensa, disse que, segundo informações da Secretaria de Serviços Urbanos, há sim uma licitação para a Somatem administrar o cemitério por 30 anos.

Com relação a tabela de preços dos serviços funerários prestados pela Somatem, a Prefeitura afirmou que os valores foram estabelecidos e devidamente ajustados no contrato de licitação.

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9 Comentário(s).

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Ilda auxiliadora  09.08.17 23h58
Desde o momento q nascemos o morremos, Ja estamos pagando por isso.O pior q pagamos mais caro para morrer. Tudo são negòcios, si ñ morre ninguèm, as funeràrias ñ trabalha e os funcionàros q tem sua familia, como sobrevive, neste caso temos q morrer, par a alguèn si dar bem, è a realidade da vida mais ja sabemos q em todo negòcio tem um lado escuro , è tdo isso envolve dinheiro, resumeindo: tdo è um negòcio, isso ñ è somente as funeràrias, em geral tudo..agora a somatem tinha q verificar, o de la denuncia, pq muitas veses, o responsàvio geral ñ esta sabendo exatamente o q passa dentro de sua empresa, ufss falei
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Serival Coutinho  12.11.13 14h14
Rapaz, esse assunto é antigo hein? Eu acho carro pra burro lugar em cemitério particular, e as taxas da prefeitura também, a prefeitura deveria fazer igual caixão, se não tem condição enterra de graça, e se tem condição pode escolher entre o mais barato até onde o cabra aguentar. No cemitério não, agente entra no ferro mesmo, ou é indigente ou sai de baixo meu amigo.............
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Flavio Cavalga  12.11.13 13h57
Estive em finados no P. Bom Jesus e vi um cemitério arrumado e organizado, então o que falta é fiscalização do poder público e do próprio MPE. Tenho 78 anos de idade, já morrei em seis Estados diferentes, e várias cidades e nunca vi empresas funerárias da qualidade das de Cuiabá, não sei o preço se tá caro ou barato, graças a deus nunca perdi parentes aqui, mas todo funeral de amigo que vou nunca ouvi uma reclamação se quer, e os velórios são muito bem localizados e confortáveis, então o que falta e o governo fazer sua parte. FISCALIZAR.
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Leandro Albérico  12.11.13 13h12
Se você fica vivo é caro!!! Se morre achando que vai acabar com tudo e descansar, enganou-se porque para o Falecido é descanso para os familiares é sufoco!!!
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Cleonice  12.11.13 11h42
Isso mesmo espero q/ vocês dê uma olhada também nas taxas Administrativas, pois eles todo ano cobram um preço absordo de manutenção. Não deveria existir isso assim a população não poderá em pagar um jazigo. Imagina um pobre. Os valores da taxa são muito alto, não importa que sejas anual, mas deveria ser mas acessivo. É bom vocês do MP fazer esta investigação.
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