Um funcionário da drogaria de Nádia Mendes Vilela, internada na UTI em Tangará da Serra após ser baleada com três tiros pelo ex-namorado, José Marcondes Neto, o "Muvuca", contou que o relacionamento terminou por conta do comportamento ciumento e possessivo do jornalista.
Ao MidiaNews, o funcionário, que prefere não se identificar, deu detalhes sobre o momento em que Muvuca chegou no estabelecimento e tentou matar Nádia enquanto ela trabalhava, na manhã de segunda-feira (28).
De acordo com ele, Muvuca ligava com frequência na drogaria desde que o namoro chegou ao fim em busca de informações sobre Nádia. Em muitas ocasiões, as ligações eram atendidas pelos funcionários.
"Ela nunca relatou ameaças [feitas pelo jornalista], mas ele era muito ciumento. Inclusive, eles terminaram por causa do ciúmes dele, que era muito possessivo. Agora ela estava solteira, o ex-marido dela mora em São Paulo", disse, negando a informação de a vítima tivesse reatado com o ex-esposo.
Na manhã de ontem, o funcionário deixava a drogaria quando viu Muvuca entrando no estabelecimento.
Jornalista chegou calmo
Ele contou que o jornalista estava calmo e não demonstrava nenhum tipo de comportamento anormal.
"Chegou aqui calmo, subiu na balança, me cumprimentou e pediu para falar com ela. Não estava nervoso, estava normal como todas as vezes em que veio aqui".
Na drogaria, ficaram apenas Nádia e uma funcionária, que presenciou o crime.
Ainda conforme o relato do funcionário, Muvuca e a ex-namorada foram conversar nos fundos do estabelecimento. Quando a funcionária ouviu um grito, pensou que Nádia estava sendo agredida. Então a funcionária atravessou a rua para pedir socorro em um estabelecimento comercial em frente.
"Correu para a rua pensando que ele estava agredindo a Nádia. Ela queria pedir ajuda para um homem, porque só estavam as duas na drogaria. Quando ela atravessava a rua de volta, escutou o primeiro tiro".
No momento do primeiro disparo, Nádia correu para tentar se esconder no banheiro.
Muvuca, então, deu mais três tiros em direção à ex-namorada.
"Nádia saiu engantinhando para fora da farmácia, estava baleada já. Ele retornou para dentro [no depósito] e efetuou o disparo na cabeça".
Morte de Muvuca
A morte do jornalista foi confirmada às 21h10 de ontem. O quadro dele era considerado gravíssimo e irreversível pelos médicos.
Uma tomografia constatou que o projétil atravessou o crânio de Muvuca, que chegou a perder massa encefálica.
Ele foi transferido do Hospital Municipal para uma clínica particular e, em seguida, para o Hospital das Clínicas, em Tangará da Serra, que também é privado, onde seria submetido a uma cirurgia.
Durante o procedimento, ele não resistiu e morreu.
De acordo com o funcionário da drogaria, o último boletim médico sobre o estado de saúde dela, enviado na noite de ontem, descartava risco de morte.
A empresária tentou se proteger dos tiros com uma das mãos, que acabou sendo atingida.
Ele relata que Nádia teve dedos quebrados, mas os médicos não conseguiram realizar a cirurgia na mão por conta da pressão dela, que estava alta.
"Colocaram pinos por conta dos dedos quebrados, mas por conta da pressão dela, não fizeram a cirurgia. O tiro do rosto, a bala ricocheteou, pegou no queixo e na bochecha dela. Ela levou alguns pontos".
Família em choque
O funcionário, que está em contato direto com a mãe o irmão de Nádia, explica que a família está chocada com o crime.
A empresária tem um filho. "A mãe e o irmão dela estão bem chocados. Foi uma surpresa, porque nunca esperávamos uma coisa dessas".
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