Caso Padilha

Há exatos dois anos do assassinato do advogado Antônio Padilha de Carvalho, a Polícia Civil revelou imagens dos criminosos que o perseguiram e executaram à queima-roupa, em Cuiabá (veja as imagens no final da matéria).
O crime aconteceu em 4 de dezembro de 2019, quando o advogado foi alvejado a tiros por dois homens em uma motocicleta ao parar em um semáforo, no Bairro Jardim Leblon.
A equipe de investigadores, liderada pelo delegado Marcel Oliveira, trabalha agora para descobrir a motivação do crime - que ainda é um mistério - e assim, poder chegar às identidades e ao paradeiro da dupla.
Uma das hipóteses iniciais era a de que Antônio teria sido vítima de uma tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). Essa hipótese, no entanto, foi descartada no curso das investigações.
“A gente apura todos os fatos e uma das informações que foram ventiladas era a de que ele [Antônio] poderia estar com alguma quantia em dinheiro debaixo do assoalho do carro”, explicou o delegado em entrevista ao MidiaNews.
Conforme o avanço das investigações, a equipe passou, então, a tratar o caso como homicídio.
“Passamos a analisar esse crime como uma execução. Agora a gente busca as motivações dele”, disse.
Segundo o delegado Marcel, não se descarta a possibilidade de um crime de mando, no qual os criminosos que tiveram as imagens divulgadas seriam apenas os executores da vítima.
Perseguido até a execução
A partir da análise de filmagens de câmeras de segurança durante o trajeto percorrido por Antônio, a equipe identificou que dois homens em uma motocicleta preta o seguiram desde que ele saiu de casa, no Bairro Altos do Coxipó, até o ponto onde o crime ocorreu.
“A gente pode ver que eles vêm atrás, colados no veículo, esperando o melhor momento”, complementou.
O advogado estava acompanhado da esposa e os dois seguiam com destino ao Bairro Areão, para uma consulta marcada em uma clínica de fisioterapia. O casal saiu de casa nas primeiras horas da manhã, por volta das 7h45.
Antônio foi executado à queima-roupa quando parou no semáforo da Rua Benedito de Camargo, esquina com a Avenida dos Trabalhadores - tradicional e movimentada via da Capital.
Quando o sinal fechou, a dupla parou estrategicamente ao lado carro de Antônio, que no momento dirigia o veículo, e o atingiu com vários disparos de arma de fogo. Os tiros acertaram a região lateral da cabeça do advogado, além do pescoço e do tórax.
PJC-MT
Dupla que executou o advogado Antônio Padilha
A esposa de Antônio, Teresinha Maria das Graças Pereira, chegou a ser atingida por alguns estilhaços das balas. Ela morreu em 25 de abril deste ano, vítima da Covid-19.
Apesar de não haver imagens da execução, segundo o delegado, não há dúvidas de que a dupla tenha cometido o crime.
“Temos depoimentos que corroboram que eram, justamente, esses dois suspeitos na moto, com essas mesmas características”, explicou.
População pode ajudar
Ambos os suspeitos usavam capacetes pretos. O piloto vestia uma blusa de moletom em tons mesclados de vermelho e uma calça jeans. Já o carona usava uma jaqueta preta e uma calça também preta.
Segundo delegado, a partir das imagens divulgadas, a população pode ajudar a polícia a descobrir a identidade ou o paradeiro dos pistoleiros, bem como as possíveis motivações do crime. Basta entrar em contato pelo telefone da Polícia Civil, o 197.
“De forma totalmente sigilosa, a população pode, eventualmente, ajudar identificando quem são esses pistoleiros, quem são os executores do Antônio Padilha”, afirmou Marcel.
Dinâmica de uma investigação
Segundo o delegado Marcel, quando se investiga um caso de homicídio, trabalha-se em quatro fases: mecânica, últimos passos, motivação e autoria.
A mecânica do crime, explicou, é estabelecer quais foram as circunstâncias do fato. Na sequência, a polícia busca reconstruir os últimos passos da vítima. “Isso a gente tem desenhado”, afirmou o delegado sobre o caso do advogado.
Posteriormente é a vez de desvendar a motivação desse crime. “Quando você chega na motivação, você provavelmente chega na autoria. Ou seja, se você conseguir desenhar esses três [mecânica, últimos passos e motivação] automaticamente você vai chegar em um possível autor”, disse.
“[Neste caso] a gente não tem uma possível motivação desenhada. [...] Hoje eu não trabalho com suspeitos dentro deste inquérito”, disse.
A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa segue investigando o caso.
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