Para ajudar a indústria brasileira a enfrentar os produtos chineses, que chegaram a representar 70% dos brinquedos vendidos no País em 2011, a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) promete uma redução agressiva nos preços da produção nacional.
De acordo com o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa, a partir de maio, 76% de todos os brinquedos nacionais vão custar até R$ 50 para o consumidor final.
— Resolvemos ‘enfiar o pé na jaca’ com uma redução agressiva nos preços porque não conseguimos competir com o produto chinês, que só tem preço, mas peca em qualidade, tecnologia, segurança, entre outros aspectos. A maior parte dos produtos com preços de até R$ 50 chega às lojas já no mês que vem.
A associação pretende estabilizar os preços dos brinquedos nos próximos três anos, chegando ao patamar de 70% nacional e 30% importado.
A ideia é que os preços dos brinquedos fabricados no País caia ao patamar praticado em 2009 e assim, fiquem próximos ao valor de um produto chinês vendido aqui. Os esforços são revertidos para alcançar as Classes D e E.
— Já que nosso País não vai baixar os impostos, que pesam muito no preço do produto final ao consumidor, decidimos jogar o jogo dos chineses e oferecer opções realmente baratas. Vamos transferir todo o ganho de produtividade para fazer com que o preço de brinquedo nacional em 2012 retorne aos preços praticados em 2009.
Synésio explica ainda que os incentivos oferecidos pelo governo, como a desoneração da folha de pagamento, devem oferecer apenas 1,5% de vantagem comparativa aos rivais.
— Hoje, o setor nacional precisa de qualquer centavo para competir com os chineses.
De acordo com dados da Abrinq, a indústria brasileira de brinquedos é formada por 523 fábricas, responsáveis pela criação de mais de 25 mil empregos diretos.
Para este ano, o setor estima faturamento de R$ 3,8 bilhões, ou seja, 10% a mais do que o registrado no ano passado.
Feira
Desde a última segunda-feira (9), acontece em São Paulo a Abrin – Feira de Brinquedos, com participação de 175 expositores, que devem abastecer o mercado durante todo o ano, especialmente no Dia das Crianças e Natal - datas mais importantes para as vendas do setor. Veja mais na reportagem em vídeo: