Cuiabá, Segunda-Feira, 14 de Julho de 2025
"TRAMPOLIM"
14.03.2017 | 16h22 Tamanho do texto A- A+

João Emanuel diz que é “peça publicitária” em campanha

Ex-vereador diz que está sendo usado para uma suposta campanha política de Selma Arruda

Marcus Mesquita/MidiaNews

O ex-vereador João Emanuel, que se diz inocente das acusações

O ex-vereador João Emanuel, que se diz inocente das acusações

LUCAS RODRIGUES E ANA FLÁVIA CORRÊA
DA REDAÇÃO

O ex-vereador João Emanuel, que está preso no Centro de Custódia da Capital, negou que tenha sido um dos articuladores do suposto esquema de estelionato investigado na Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Civil no ano passado.

 

Ele foi interrogado na tarde desta terça-feira (14) pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital. A operação investiga uma série de golpes que teriam sido praticados por meio da empresa Soy Group no Estado.

 

Após o interrogatório, o político afirmou à imprensa que está sendo usado para dar visibilidade a uma suposta campanha política da magistrada. Ele citou que uma das táticas foi a suspeita lançada no processo de que teria pedido para a facção Comando Vermelho executar Selma.

 

"Com relação a morte da juíza, isso aí faz parte de uma campanha política da magistrada e eu acredito que sou simplesmente uma peça publicitária da campanha política dela".

 

Até mesmo durante o interrogatório, João Emanuel lançou insinuações contra a juíza ao fazer sua defesa.

 

"Acredito que esse período de recessão vai passar e espero que a toga não sirva de trampolim politico. Gostaria que a toga sirva para fazer Justiça".

 

Já durante a oitiva, além de se declarar inocente, o ex-vereador ainda afirmou que também foi enganado pelo empresário Walter Dias Magalhães  Júnior - presidente do Grupo Soy e considerado líder do esquema - e que apenas prestou serviços ao mesmo, sem saber dos alegados golpes que eram praticados.

 

Também são réus na ação: Shirlei Aparecida Matsuoka, sócia majoritária da empresa (já solta); Walter Dias Magalhães Júnior (ainda preso preventivamente), presidente do Grupo Soy; Evandro Goulart, diretor financeiro do grupo (já solto) ; o empresário Marcelo de Melo Costa, suposto "lobista" do esquema (já solto);  o irmão e advogado do ex-vereador, Lázaro Roberto Moreira Lima; e o pai dos dois, o juiz aposentado Irênio Lima.

 

"Falso chinês"

 

Durante as investigações, uma vítima do esquema afirmou que João Emanuel, então vice-presidente da Soy Group, teria utilizado um falso chinês [Mauro Chen], apresentado como presidente do Banco da China, para ludibriá-la em um suposto investimento em parceria com aquele país. 

 

Eu falo fluentemente inglês e espanhol. E em Hong Kong, na China, a língua mais falada, além do mandarim, é o inglês. Ele sempre falava comigo em inglês

A vítima teria emitido 40 folhas de cheque que somam R$ 50 milhões nas tratativas, que eram “traduzidas” pelo próprio ex-vereador.

 

João Emanuel, todavia, negou ter feito a tradução do alegado "mandarim" falado por Mauro Chen.

 

"Mauro Chen me foi apresentado pelo Walter como uma pessoa que traria soluções mais rápidas para internalização do dinheiro aqui no Brasil, via Banco Central, e isso ia pros investidores e pras pessoas que contrataram o empréstimo para a empresa".

 

"Eu falo fluentemente inglês e espanhol. E em Hong Kong, na China, a língua mais falada, além do mandarim, é o inglês. Ele sempre falava comigo em inglês".

 

"Mauro Chen é proprietário do banco de uma instituição e, até essa conjuntura, ele tinha todos os documentos que provavam que ele era a pessoa que iria solucionar tudo isso".

 

Dívida de R$ 1,4 milhão

 

Em sua defesa sobre as acusações de estelionato, o ex-vereador disse que ele, seu irmão e seu pai apenas prestavam serviços jurídicos para a empresa.

 

Segundo João Emanuel, era Walter Magalhães o responsável "por tudo" no Grupo Soy. Ele também afirmou que não era vice-presidente.

 

"A questão de cargos dentro da empresa era uma construção que seria feita caso ela virasse uma sociedade anônima", alegou.

                      
O ex-vereador relatou que acreditava em tudo o que Walter Magalhães falava sobre os empréstimos contraídos pelos clientes.                       

 

"Era tao crível que todo mundo achava que ele [Walter] poderia fazer isso. Ele dava prazos específicos para pagamentos e chegava a falar que inclusive dia 15 todos os refursos seriam liberados. E quando chegava no dia 15 ele falava que os contratos não passaram e que a gente tinha que readequar. Ele dava as justificativas com fundamentação".

 

João Emanuel afirmou que deixou de atuar na empresa em razão do não pagamento dos serviços prestados por ele e pela sua família.                
                     
"O contrato está anexado aos autos. Os honorários eram de US$ 1 milhão de dólares, sendo durante 5 anos, US$ 1 milhão de dólares por ano".

 

Deste valor, segundo o ex-vereador, Walter Magalhães ainda deve a ele e a sua família US$ 1,4 milhão de dólares.

 

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