A proposta do Governo Federal em realizar um Vestibular Unificado para todo o Brasil com 200 perguntas, deixando a regionalidade de lado e querendo tirar a autonomia das Universidades em produzirem seus próprios vestibulares, tem deixado a população mato-grossense aflita, sem saber o que fazer.
De um presidente escutamos "esqueçam o que escrevi" e do outro "esqueçam o que falei". Com o passar dos anos os gestores da UFMT estão esquecendo que a UFMT é fruto da sociedade mato-grossense, que no inicio da década de 70 do século passado foram às ruas pedir e exigir do Governo Federal a Universidade Federal de Mato Grosso (Uniselva), criada sob a égide de uma Fundação. E após muita luta somente nos idos de 90 conseguiu-se eliminar as mensalidades que eram cobradas dos estudantes, mais uma vitória de nossa comunidade universitária.
Também fomos à primeira Instituição a garantir uma eleição de Reitor no sistema paritário, que somente mais tarde as outras universidades passaram a realizar. Tudo isso com ampla discussão entre os três segmentos, com Assembléias Universitárias como determina o nosso estatuto.
Pasmem, a partir do ano 2000 a mesma passa por profundas reformulações, sem que a comunidade Universitária seja chamada para discutir amplamente esta modificação, numa total ditadura velada, em nome do quê?
Vejamos alguns casos. Departamentos foram suprimidos sem que o estatuto fosse modificado, criou-se novos cargos e os mesmos nem constam do nosso estatuto. Afinal o estatuto de uma instituição serve para que? Precisamos sim discutir amplamente a reforma administrativa da nossa Instituição.
Verificamos, portanto, um total desmando e desrespeito ao Estatuto da UFMT. Que a Universidade cresceu ninguém pode negar; que Ela precisa dar respostas imediatas à sociedade também em razão das modificações constantes do mercado de trabalho ninguém está contra.
Agora, o que não podemos é aceitar enquanto comunidade universitária imposições governamentais de cima para baixo, sem que haja uma ampla discussão sobre o que realmente é importante para os filhos do nosso Estado. E que temos a UFMT como a referência e a excelência na preparação dos estudantes para o mercado de trabalho.
Nesse sentido, enfiar "goela a baixo", situações que envolvem o futuro dos nossos estudantes mato-grossenses não podemos aceitar; e para tanto, a Adufmat S.Sind., convida a Comunidade Universitária e Mato-Grossense para um amplo debate, no Teatro Universitário, no próximo dia 05/05 às 08h00min horas, onde esperamos contar com a participação do ANDES-SN, UFMT, DCE, Sintuf e das autoridades constituídas do nosso Estado. Para que assim possamos tomar uma atitude que venha de encontro à defesa do cidadão mato-grossense para estudar em nossa Instituição.
Acredito que primeiro devemos repensar o ensino fundamental e médio, tendo como base nacional uma nova organização da estrutura curricular, que neste momento deixa muito a desejar, para que o nosso estudante de ensino médio possa chegar articulado e em nível de igualdade com o Centro-Sul do nosso País. Mas como alcançar isso se não damos conta nem de colocar todas as crianças brasileiras no ensino infantil?.
Nesse sentido Discutir, Criticar, Formar, Participar, Deliberar são termos constantes de uma Universidade que procura mostrar ao cidadão a importância na sua formação, e o seu compromisso para com o seu Estado e País.
Chega de acatarmos idéias que nos levem à privatização interna, como já vem acontecendo no RU, nos Servicos Gerais, na Seguranca. O Estado Brasileiro precisa respeitar o art 207 da Constituição Federal, onde o princípio fundamental é estritamente a Democracia e as formas de discussão por que devem passar as grandes reformas deste país.
Pelo Cumprimento estrito do Estatuto da UFMT com a participação de toda a comunidade universitária e de Mato Grosso.
CARLOS ALBERTO EILERT é professor e presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat).
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