Cuiabá, Segunda-Feira, 8 de Dezembro de 2025
VICENTE VUOLO
06.05.2016 | 07h51 Tamanho do texto A- A+

VLT - Rio

Capital fluminense dá o exemplo ao viabilizar o novo modal de transporte público

O Rio de Janeiro está prestes a receber o Veículo Leve sobre Trilhos, um meio de transporte moderno e com o charme da cidade maravilhosa.

O VLT está chegando a capital turística do Brasil para deslizar nos trilhos da boemia, da nostalgia de Tom Jobim, da beleza da garota de Ipanema, do Maracanã, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, dos casarões imperiais, baía da Guanabara, enfim, para resgatar uma rica história de quase 500 anos. Isso, é respeito ao patrimônio da cidade.

Com ele, aumentará o conforto, a rapidez e a comodidade. As principais regiões do Centro e Região Portuária poderão ser visitadas por meio de uma rede com aproximadamente 28 quilômetros de extensão. Um jeito prático, eficiente e confortável de se locomover.

Em Cuiabá, temos um de VLT parado. Padece dos mesmos problemas que as demais grandes obras das grandes cidades brasileiras


De acordo com Diretor de Operações da Concessionária do VLT Carioca, Augusto Schein, o sistema foi planejado em rede, onde será possível saltar em qualquer parada e seguir viagem em outra linha comum ao trajeto sem pagar outra passagem.

O novo transporte público funcionará 24 horas, sete dias por semana, e terá integração total com o aeroporto Santos Dumont, barcas, trens, metrô, ônibus e BRTs.

Além de solução da mobilidade urbana, o transporte é ecologicamente correto, trazendo desenvolvimento econômico e ambiental para a cidade.

 

Um novo Rio se agiganta com a revitalização da Região Portuária, a transformação do cais com o Porto Maravilha, o majestoso Museu da Amanhã, novos imóveis residenciais e comerciais, gerando mais empregos, renda e melhoria na qualidade de vida.

Até 1960, os bondes dominavam o cenário do Rio de Janeiro e de muitas outras capitais.

 

Logo após, nas duas décadas seguintes, motivados talvez pela forte pressão internacional da indústria de pneus de borracha, vários sistemas municipais de transporte urbano estavam migrando do bonde para os trólebus (ônibus elétrico): Niterói; São Paulo, Belo Horizonte, Campos, Salvador e Araraquara. Em seguida, seria a vez de Porto Alegre, Santos e Recife.

Em quase todo mundo, a segunda metade do século XX significou o fim dos bondes e dos trens urbanos de superfície. Houve um crescimento vertiginoso do metrô e do ônibus.

 

No Brasil, o primeiro metrô foi inaugurado em 1972, mais de um século depois do início da operação do metrô de Londres (1863).

Nas últimas décadas do século passado a Europa voltou a se encantar com os bondes elétricos. Agora modernizados e muito confortáveis, os bondes passaram a interconectar com vários modais, desde bicicleta, ao ônibus, o metrô e os trens interurbanos.

 

Assim é em Amsterdam e em Barcelona, cidades que conseguem articular a tradição com a modernidade. Aquilo que era sinônimo de coisa velha, o bonde, passou a ser símbolo de modernidade, agora rebatizado como VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) com gestão integrada e coordenada do transporte de massa.

Em Cuiabá, temos um sistema de VLT parado. Padece dos mesmos problemas que as demais grandes obras das grandes cidades brasileiras.

 

Os custos se multiplicaram, os prazos não foram cumpridos e a sociedade desconfia que houve desvios. Um prejuízo imenso à sociedade. Um péssimo cartão postal para as duas maiores cidades do Estado.

A primeira impressão que se tem para quem desembarca na capital, é do desleixo, do negativismo puro com trilhos sem trem e trem sem trilhos.

 

O aspecto do abandono, da desordem, do caos no trânsito, das lojas fechadas, muitas falidas. O investidor logo recebe uma dose de desestímulo, ao invés, de licor de pequi.

 

Um péssimo exemplo para estudantes, engenheiros, contadores, economistas, arquitetos e gestores públicos. E um total menosprezo ao meio ambiente.

Precisamos encontrar meios, urgentemente, de corrigir os problemas de engenharia, se há, os de gestão, os administrativos e encaminhar as denúncias ao Ministério Público para entregar logo essa obra à sociedade. Do jeito que está é que não pode continuar.

O VLT de Cuiabá tem que ser a porta de entrada para Amazônia. Ele não pode ser transformado num monstro indomável que devora casas, terrenos, gera falências, caos no trânsito e esperanças.

 

Temos que mudar essa realidade. Ou assinar o atestado de incompetência.

Vamos seguir o exemplo do VLT do Rio de Janeiro! Com a palavra, o Ministério Público.

 

VICENTE VUOLO é economista, cientista político e analista legislativo do Senado Federal.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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Carlos Nunes  06.05.16 09h19
Há uma diferença enorme entre a cidade do Rio de Janeiro e Cuiabá: lá tem uma população de mais de 6 MILHÕES DE HABITANTES, portanto uma superdemanda para o VLT, aqui, segundo estimativa do IBGE, tem 580 MIL HABITANTES, considerada uma demanda insuficiente. Agora, a gente assistindo as 5 matérias do Jornal da Record, intituladas RIO DE JANEIRO NA LAMA, aonde denunciam Corrupção nas Olimpíadas e até apontam alguns suspeitos...a gente chega a conclusão que lá o VLT veio de brinde, a construtora ganhou tanto dinheiro com outras obras, que resolveu dar de presente. Pois é, depois que houver os 17 dias de Olimpíadas, o MP, a PF, e outros Órgãos vão ter que investigar todas as acusações. Se tiver alguma obra despencando depois de recém-concluída, já é uma pista. Ih! a ciclovia já despencou e até matou gente. Os sinais da Corrupção geralmente são: obras de péssima qualidade, superfaturamento (se fizer uma Auditoria descobre) e outras mazelas. Parabéns ao Jornal da Record pela coragem em fazer a denúncia. E viva a Liberdade de Expressão.
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