Cuiabá, Segunda-Feira, 15 de Dezembro de 2025
"SOCOS E TAPAS"
01.02.2024 | 09h11 Tamanho do texto A- A+

Ex acusa suplente de deputado estadual de violência doméstica

Ela e seu pai registraram boletim de ocorrência no ano passado; defesa nega acusação

Reprodução

Hugo Henrique Garcia é produtor rural e suplente de deputado estadual

Hugo Henrique Garcia é produtor rural e suplente de deputado estadual

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

O suplente de deputado estadual Hugo Henrique Garcia (Republicanos), de 43 anos, está sendo acusado de ameaça e violência doméstica pela ex-esposa em Nova Mutum (a 238 quilômetros de Cuiabá). Ele nega o crime.

Cansada de vivenciar todos os dias essas violências, a vítima pediu novamente para o autor o divórcio

  

Hugo Garcia, que também é empresário e produtor rural, disputou a eleição de 2022, recebendo 6.774 votos. 

 

O casal teve uma relação de 21 anos e se separou em dezembro de 2023. Juntos eles têm dois filhos - um rapaz de 17 anos e uma menina de 11. 

 

No dia 18 de dezembro, ela registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher da cidade. No documento, ela disse que o suplente a agrediu física e verbalmente durante todos os anos em que estiveram juntos. 

 

Segundo o documento, a ex-esposa afirmou ainda ter descoberto “diversas traições” do marido, em outubro de 2022. À época, ela diz que quando pediu o divórcio o marido a teria “puxado” e “empurrado”, além de tê-la supostamente agredido com “socos” e “tapas”.

 

Ela afirmou que teria sido agredida na tarde do dia anterior ao registro do B.O.. 

 

“Cansada de vivenciar todos os dias essas violências, a vítima pediu novamente para o autor o divórcio e o mesmo respondeu [...]: ‘Para a gente se separar, vai ser só se você morrer’, ‘você está destruindo nossa família"', diz trecho do documento. 

 

A mulher conta também que em um dos episódios o filho de 17 anos ficou assustado e saiu correndo para fora da casa a fim de pedir ajuda aos vizinhos.

 

Ainda segundo o B.O., a vítima está fazendo tratamento psicológico devido à depressão.

 

O pai dela também registrou um boletim de ocorrência, no dia 19 de dezembro, afirmando que o genro o ameaçou de morte quando os dois se falaram por telefone.  "Eu vou te matar, seu velho safado", teria dito o suplente, conforme consta no B.O..

 

Negou o crime 

 

A reportagem do MidiaNews conversou com um dos advogados do empresário, que atua em conjunto com a advogada Marianne Cardoso Júlio. 

 

Ele negou que seu cliente tenha agredido a ex e informou que, na manhã de terça-feira (30), foi ex-esposa quem quase acabou presa ao fazer uma falsa comunicação de crime. 

 

“Não existiu violência, nunca existiu”, disse o advogado. 

 

O casal ficou junto por mais de duas décadas sem apresentar, segundo a defesa, problema algum. E no dia 18 de dezembro ela teria registrado o boletim de ocorrência sem que tivesse havido qualquer tipo de violência, diz. 

 

“Ela confeccionou um boletim de ocorrência e pediu uma medida protetiva. Foi concedido, como a qualquer mulher que pede uma medida protetiva. Hoje a regra é conceder”, explicou. 

 

Segundo o advogado, seu cliente não tinha sequer conhecimento da medida protetiva quando ela foi concedida. E, no dia seguinte ao registro do B.O., a mulher teria desaparecido com os filhos do casal.  

 

“Tem o circuito de monitoramento da casa, que vai comprovar nos autos. Ela faz o boletim de ocorrência, supostamente por uma violência, e volta para dentro de casa, dorme com ele, toma o café da manhã, ele dá um beijo nela e sai para trabalhar. Tem tudo isso filmado”. 

Ela faz o boletim de ocorrência, supostamente por uma violência, e volta para dentro de casa, dorme com ele, toma o café da manhã

 

Quando o suplente voltou à casa, segundo a defesa, a ex-esposa já teria levado os filhos para outro estado. “Depois de três dias ela ligou falando que tinha ido embora porque não queria mais o casamento. Foi o que aconteceu”, disse. 

 

Outro B.O. 

 

Na terça, um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Militar sobre a “comunicação falsa de crime ou contravenção”, supostamente cometido por ela. 

 

Conforme o documento, a ex-esposa teria voltado a Nova Mutum e tentado entrar na empresa da família, a sede da TV Cidade Verde, para pegar documentos. 

 

A mulher então teria ligado para o canal de emergência da PM, no número 190, para informar que o seu ex-marido teria “descumprido a decisão”. Hugo Garcia, no entanto, diz que não estava na cidade quando o acionamento aconteceu. 

 

Conforme o registro, a ex “precisava imediatamente da Polícia Militar para cumprir a decisão”.

 

Mas, ainda conforme o B.O., quando os policiais chegaram ao local encontraram apenas a vítima e os colaboradores da empresa. 

 

Segundo o advogado, que estava com Hugo Garcia em Cuiabá, a ex-esposa entrou na empresa dizendo aos funcionários que “queria todos para fora e que queria todos os documentos que lhe pertenciam”. 

 

“A suspeita relata que ele [ex-marido] encontra-se em Cuiabá-MT com o advogado e que acionou a Polícia Militar para franquear a entrada no prédio e fazer com que os colaboradores da TV Cidade Record entregassem todas as documentações”, diz trecho do boletim de ocorrência. 

 

Os policiais informaram que não poderiam franquear a entrada dela e nem obrigar nenhum funcionário a lhe dar qualquer documentação.

 

“Fica constatado que a medida protetiva não foi descumprida, uma vez que o Sr. não se encontra nesta urbe durante o atendimento deste B.O”, diz outro trecho do documento. 

 

A mulher foi conduzida para a delegacia e responderá por falsa comunicação de crime. 

  

 

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EDIL PEDRO DA SILVA   01.02.24 09h51
Nunca ouvi um advogado falar que seu cliente é culpado.
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