A Polícia Judiciária Civil de Canarana (823 km de Cuiabá) autuou em flagrante por tentativa de homicídio a bisavó do recém-nascido indígena enterrado vivo. A criança foi resgatada por policiais civis e militares na noite de terça-feira (5).
A Polícia Civil foi informada de que um feto teria sido enterrado em uma residência, e deslocou-se para o endereço em conjunto com a Polícia Militar. Durante a escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e o socorreram.
Conduzidas à delegacia para esclarecimentos, a mãe da criança (adolescente de 15 anos) e a avó do bebê contaram que a jovem sentiu fortes dores (contrações) e foi ao banheiro sozinha, momento em que deu a luz à menina. Ao nascer, a criança teria batido a cabeça no vaso sanitário, ocasionando sangramento.
A polícia investigou que a bisavó da criança foi quem cortou o cordão umbilical do bebê e também foi a responsável por enterrar a recém-nascida. A mullher, Kutz Amin, de 57 anos, foi presa na manhã desta quarta-feira (6) e alegou que a criança não chorou após o nascimento e, por isso, acreditou que estivesse morta.
Ela disse que o enterro no quintal seguiu o costume de sua comunidade, sem acionar os órgãos oficiais.
De acordo com o delegado Deuel Paixão de Santana, o fato só veio a tona , porque a mãe do bebê apresentou hemorragia durante toda a tarde e em razão da necessidade de atendimento médico, a ocorrência foi divulgada.
A mãe e avó foram ouvidas e liberadas. Já a bisavó será encaminhada para audiência de custódia para deliberação do Judiciário.
O bebê segue internado em unidade hospitalar de Água Boa.
MPF acompanha caso
Por meio de nota a assessoria do Ministério Público Federal (MPF) informou que irá acompanhar o caso da criança indígena de perto, e estará prestando auxílio necessário.
"O MP Estadual atuará tanto por meio da Promotoria da Infância quanto da Promotoria Criminal no local, enquanto o MPF prestará todo o auxílio necessário, respeitando as peculiaridades culturais, o interesse da criança e a eficiência da investigação criminal".
"Mais informações, tanto sobre o estado da criança quanto sobre a investigação criminal, serão divulgadas oportunamente, assim que forem obtidas, preservando sempre a intimidade da família e o interesse da investigação", diz trecho da nota.
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