Cuiabá, Segunda-Feira, 29 de Dezembro de 2025
CRISE DE SOLUÇOS
29.12.2025 | 07h59 Tamanho do texto A- A+

Bolsonaro deve passar por novo procedimento médico nesta segunda

A nova intervenção, chamada de bloqueio do nervo frênico, ajuda a controlar o diafragma

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Bolsonaro deve passar por novo procedimento médico nesta segunda

Bolsonaro deve passar por novo procedimento médico nesta segunda

DA FOLHAPRESS

Após uma forte crise de soluços na última semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a um procedimento médico para aplacar os sintomas. No sábado (27), foi realizado o bloqueio do nervo frênico direito e a intervenção no lado esquerdo deve ocorrer nesta segunda-feira (29).

 

A previsão, segundo o hospital DF Star, em Brasília -onde Bolsonaro está internado desde a semana passada para operar uma hérnia-, é de que o bloqueio esquerdo seja realizado no início da tarde.

 

O que é o nervo frênico

 

Há dois nervos frênicos, um de cada lado do corpo. Eles se originam na região cervical e descem até o diafragma, músculo localizado no tórax usado na respiração.

 

O nervo frênico é o principal responsável por controlar o diafragma. Soluços são causados por contrações involuntárias e repetidas do diafragma, causando o fechamento da glote (a "tampa" da laringe, que regula a passagem de ar pelo pulmão) e gerando o som característico.

 

Como funciona o bloqueio do nervo frênico

 

O bloqueio médico desse nervo -feito com a aplicação local de anestésico e, opcionalmente, outras medicações- interrompe temporariamente os impulsos nervosos que estão provocando os espasmos do diafragma.

 

O procedimento é usado em casos graves de soluços persistentes, que não melhoram com medicamentos. Segundo a equipe médica de Bolsonaro, a medida foi adotada após uma alta dose de medicação não ter amenizado os sintomas, que estariam ocorrendo diariamente há meses.

 

O bloqueio não é uma cirurgia. Com o paciente sedado, o nervo é localizado por meio de um ultrassom. Então, é realizada uma punção, por onde é aplicado o anestésico -e, no caso do ex-presidente, também um medicamento corticóide, para prolongar os efeitos da intervenção.

 

Quais os riscos do procedimento

 

Como o diafragma está envolvido na respiração, tanto a frequência cardíaca como o nível de oxigenação do sangue do paciente são monitorados durante e após o procedimento. Também por esse motivo, o bloqueio é realizado em duas etapas, evitando um impacto indesejado.

 

De acordo com o radiologista intervencionista Mateus Saldanha, que realizou o procedimento em Bolsonaro, a ocorrência de falta de ar pode ser um dos efeitos colaterais do procedimento.

 

"Ao bloquear o diafragma, a pressão abdominal pode subir e comprimir a cavidade torácica", explicou o médico em coletiva de imprensa no sábado.

 

Além disso, há o risco de, inadvertidamente, em vez de bloquear o nervo frênico, a medicação atingir o plexo branquial, rede nervosa que controla os membros superiores, afetando os movimentos das mãos e braços.

 

Qual é o prazo para a alta médica

 

Não é possível saber com certeza a data da alta médica antes da realização do procedimento. A previsão, no entanto, é que o paciente fique ao menos 48h em observação após a realização do bloqueio, segundo Claudio Birolini, cirurgião que integra a equipe médica do ex-presidente.

 

Assim, se a evolução do quadro de saúde de Bolsonaro for satisfatória, ele deve deixar o hospital na quarta-feira (31).

 

Na sequência, retornará à carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, em Brasília, onde cumpre pena por tentativa de golpe de Estado.

 

O ex-presidente passa por procedimentos médicos frequentemente devido à facada da qual foi vítima durante a campanha eleitoral de 2018. Em abril deste ano, por exemplo, o político foi submetido a uma operação de 12 horas para desobstrução intestinal.

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