Cuiabá, Domingo, 22 de Junho de 2025
EXTINÇÃO DE PARQUE
15.04.2022 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Deputada defende projeto polêmico e cita prejuízo a produtores

Janaina diz que Estado não tem interesse em pagar indenização, que passa da casa de R$ 1 bilhão

JLSiqueira/ALMT

A deputada estadual Janaina Riva, que destravou projeto polêmico na AL

A deputada estadual Janaina Riva, que destravou projeto polêmico na AL

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

A deputada estadual Janaina Riva (MDB) saiu em defesa da aprovação do polêmico projeto que anula o decreto que criou o Parque Estadual Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade (a 562 km de Cuiabá), apontando que a manutenção da situação do jeito que está tem causado prejuízo aos produtores da região.

 

A matéria chegou a ser aprovada em primeira votação em abril de 2017 e estava "engavetada" na Assembleia desde então, tendo a tramitação retomada sob relatoria de Janaina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJR) no início deste mês, a pedido da Associação de Produtores.

 

“Dizer que o que vamos votar aqui é o perfeito? Não é. Qual é a sugestão da associação, que é um pedido que eles inclusive fizeram judicialmente? Para que seja modulado os efeitos”, disse.

 

“Como? Onde o Estado não indenizou e é área produtiva que se mantenha produzindo e onde é área de floresta em pé ainda preservada, que seja feito o parque. Mas é lógico que mediante a indenização que eles não receberam”, completou.

 

Do jeito que está, o produtor não consegue fazer financiamento, empréstimo. Na verdade, eles nem poderiam estar produzindo lá, não podem vender gado de lá, para se ver como é complexo

Quando da primeira votação, houve pressão de entidades ambientais e desgaste do Parlamento, com a conversa sendo findada após assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta entre o Governo do Estado e o Ministério Público Estado para implantação efetiva do parque dentro de 21 meses. Não há informações sobre o cumprimento.

 

Conforme Janaina, havia um processo tramitando na Justiça sobre a situação da área, mas ele está paralisado e os produtores estão “desesperados”, uma vez que não há previsão de pagamento de indenização e as áreas estão embargadas.

 

Com isso, salientou a deputada, os produtores “não conseguem fazer nada”.

 

“Do jeito que está, o produtor não consegue fazer financiamento, empréstimo. Na verdade, eles nem poderiam estar produzindo lá, não podem vender gado de lá, para se ver como é complexo. Eles têm que trabalhar na ilegalidade”, afirmou.

 

Terra valiosa

 

Janaina afirmou que a indenização pelas áreas já sob produção no parque seria de mais de R$ 1 bilhão, o que está fora da alçada do Executivo. Ela pontuou que o Governo não tem interesse nessa saída e que o Estado já possui muita área de reserva e parques ambientais com os mesmos problemas vivenciados pela reserva da Serra Ricardo Franco.

 

“Segundo o governador [Mauro Mendes], 90% das nossas áreas de preservação são áreas que não estão formalizadas, aonde não foi cumprido 100% do que era determinado quando foi estabelecido parque, como a indenização. Então, 90% é ilegal. E o caso da Ricardo Franco é esse também”, disse.

 

Segundo a parlamentar, o objetivo com a aprovação do projeto é construir um acordo com o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário, isso porque o primeiro poderia entrar com uma ação de inconstitucionalidade, mas pedindo a modulação dos efeitos.

 

“Achamos que ali cabe sim perfeitamente um parque, mas onde o Estado conseguir pagar e ainda está preservado”, pontuou.

 

“Agora, onde o pessoal já produz gado, agricultura, é área já aberta e desmatada, a gente entende que o produtor tem o direito sobre a área, de no mínimo receber sobre ela no valor que ela vale hoje. E em Mato Grosso, a cada ano que passa, a terra vale mais”, concluiu.

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3 Comentário(s).

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Robélio Orbe  16.04.22 10h25
Defendo a área de manutenção do parque apenas na área que envolve a Serra de Ricardo Franco; nela temos o segundo ponto mais elevado do Estado e duas grandes e belas cachoeiras.
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Caroline Souza   16.04.22 10h10
Coitado desses produtores, invadiram a terra, investiram lá e agora precisam de indenização para saírem de lá. Ooo dó deles.
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WILLIAN PEREIRA DOS SANTOS  15.04.22 20h28
Se mantem o parque, meia duzia de produtores "saem no prejuízo". Se se extingue o parque, o Estado inteiro sai no prejuízo. Estão querendo sacrificar o patrimônio natural e ambiental do Estado pra beneficiar meia duzia de privilegiados.
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