O governador Mauro Mendes (União) voltou a defender, nesta sexta-feira (14), a reprovação do reajuste do servidores efetivos do Poder Judiciário. A declaração foi direcionada a 15 deputado estaduais da base do Governo que estavam no dispositivo de entrega de máquinas e carros, na Arena Pantanal.

Mendes apontou que caso haja aumento aos servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, poderá haver um "efeito cascata" e o Executivo também deverá implementar o adicional.
Segundo ele, se isso acontecer, serão feitos cortes nos investimentos, com impacto provável de R$ 1,6 bilhão no orçamento.
“Infelizmente essa decisão [projeto de lei do reajuste] não está nas minhas mãos e eu peço aos senhores deputados que reflitam bem sobre isso”, disse.
“Nós não teremos quase nada do que tivemos nos últimos anos. Para ter dinheiro, você precisa melhorar a receita e segurar as despesas. Aí sobra dinheiro para fazer investimento”, completou.
A declaração foi dirigida ao presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), e os deputados Dilmar Dal'Bosco (União), Dr. João (MDB), Valmir Moretto (Republicanos), Fábio Tardin (PSB), Juca do Guaraná (MDB), Eduardo Botelho (União), Beto Dois a Um (PSB), Júlio Campos (União), Chico Guarnieri (PRD), Diego Guimarães (Republicanos), Thiago Silva (MDB), Dr. Eugênio de Paiva (PSB), Paulo Araújo (PP) e Carlos Avallone (PSDB).
O projeto enviado pelo TJ-MT tramita na Assembleia Legislativa para votação há dois meses e criou um impasse para ser aprovado, com tensão entre o Governo e o Legislativo.
A proposta aumenta em 6,8% a tabela de reajuste de cerca de 3.500 servidores efetivos. Em três semanas, foram três pedidos de vista feita por deputados para ganhar tempo e mais debate.
Cortar investimentos
O governador negou que pretenda aumentar impostos e rejeitou a ideia de que estará em um dilema caso o projeto seja aprovado pelos deputados e sancionado por ele. Segundo afirmou, a alternativa seria cortar despesas de investimentos em áreas essenciais.
“Se não, ano que vem, em vez de aumentar impostos, e eu não vou enviar nenhuma proposta nesse sentido, porque nenhum cidadão aceita. terei de cortar praticamente R$ 2 bilhões dos investimentos do governo nas cidades, nas prefeituras e na agricultura familiar”, argumentou.
“Não sou esse cara”

Mendes afirmou ainda que não fará uma gestão baseada em apelos populares, mas em decisões racionais. “É assim que a gente administra: com conversa franca, entendendo os problemas, a dimensão que eles têm e tomando decisões corajosas”, reforçou, ao defender sua tese de equilíbrio entre receitas e gastos públicos.
Ele acrescentou que, por estar no final do mandato, que se encerra oficialmente em dezembro de 2026, poderia ceder aos apelos dos deputados e à pressão de servidores para aprovar o reajuste do TJ-MT, saindo “como bonzinho”.
“Provavelmente muitos fariam. Meu mandato vai acabar, que se dane, isso vai estourar na mão de alguém. Eu sairia como bonzinho, fazendo tudo o que me pediram no final do mandato”, disse, comparando a gestões anteriores que endividaram as contas públicas.
“Eu não sou esse cara. Vou tomar a decisão que for melhor para a maioria da população do nosso Estado. Por isso, peço que todos reflitam”, apelou novamente aos deputados presentes.
Ele citou como exemplo de responsabilidade fiscal as ações do Governo, como a entrega de tratores realizada nesta sexta-feira, destinados à agricultura familiar, povos indígenas, associações e prefeituras, além de investimentos na área social e em creches da educação.
Foram entregues 70 tratores, 34 caminhões e 17 outros veículos aos municípios, totalizando R$ 38,4 milhões em recursos, entre outras ações.
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