Cuiabá, Segunda-Feira, 8 de Dezembro de 2025
DEPOIMENTO
25.08.2016 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Empresário nega ter pago propina a membros do Governo Taques

Willian Mischur, da Consignum, disse que nunca foi procurado por Paulo Taques ou pelo governador

Marcus Mesquita/MidiaNews

O promotor de Justiça Roberto Turin, que tomou o depoimento do empresário

O promotor de Justiça Roberto Turin, que tomou o depoimento do empresário

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O promotor de Justiça Roberto Turin, do Ministério Público Estadual (MPE), tomou, no dia 13 de junho passado, o depoimento do empresário Willian Mischur, da empresa Consignum.

 

Ele foi convocado para prestar esclarecimentos em um inquérito, instaurado em abril deste ano, para apurar se houve pagamento de propina a membros do atual Governo do Estado, em função da manutenção de um contrato com sua empresa.

 

Mischur foi um dos alvos da Operação Sodoma, e admitiu, em março passado, à Delegacia Fazendária, que pagou propina mensal de R$ 500 mil a R$ 700 mil ao ex-secretário de Estado César Zílio. O dinheiro era dividido com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

 

O declarante afirma que nunca foi procurado e nem pagou propina em relação a este contrato para o secretário Paulo Taques ou para o governador Pedro Taques

No depoimento a Turin, ao qual o MidiaNews teve acesso, o empresário disse que foi "vítima de extorsão durante o Governo Silval", fato que é objeto de investigação em outras ações na Justiça.

 

Ele negou ter pago propina a membros do Executivo. Ao MPE, o empresário disse que esteve em reuniões com o secretário Paulo Taques na Casa Civil.

 

"Sendo que na primeira reunião o declarante procurou o secretário apenas para parabenizar a atual gestão pela vitória eleitoral. E, posteriormente, procurou o secretário para reclamar acerca da condução do processo de licitação para o contrato de gestão de margem consignada, sendo que o declarante considerava que o processo estava sendo direcionado por empresas concorrentes".

 

O empresário disse a Turin que recebeu do secretário a "orientação para documentar e protocolar tudo a respeito do assunto". E que "não houve sugestão ou pagamento de propina nestas conversas".

 

Mischur disse também que "não conhece ou não se lembra de alguma pessoa com o nome de Zé Adolfo". José Adolpho Vieira é secretário-adjunto na Casa Civil.

 

R$ 1 milhão

 

O promotor de Justiça Roberto Turin também perguntou ao empresário sobre o R$ 1 milhão apreendido pelo Gaeco em suas residências, durante a Operação Sodoma.

 

mischur corte

O empresário Paulo Mischur, que negou propina

"O dinheiro não se destinava ao pagamento de propina para ninguém do atual Governo. Mas sim à despesas com o aniversário de sua filha, como contratos com buffet, decoração, banda, fotógrafos e outras despsesas, além de reformas em apartamentos e outras despesas pessoais que seriam pagas como dinheiro apreendido", diz o depoimento.

 

O empresário disse que tem documentos que comprovam a origem lícita do dinheiro.

 

Ao final de seu depoimento, Mischur disse que não mantém relacionamento direto com Silval Barbosa - e que não sabe o que o ex-governador poderia saber acerca destes fatos, pois nunca conversou com ele sobre os mesmos.

 

Intrigas

 

O suposto pagamento de propina a membros do atual Governo, descartado pelo empresário ao MPE, foi um dos assuntos mais comentados nos bastidores, no primeiro semestre deste ano.

 

Por conta disso, foi formada uma rede de intrigas e houve, até mesmo, uma articulação para tentar derrubar o secretário Paulo Taques da Casa Civil.

 

Confira a íntegra do depoimento:


 

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia