Cuiabá, Domingo, 15 de Junho de 2025
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07.02.2025 | 15h30 Tamanho do texto A- A+

Gaeco condena mercadinhos e vê lavagem de dinheiro por facção

Promotor de Justiça Adriano Roberto Alves afirmou que Estado deve fornecer o necessário aos presos

Victor Ostetti/MidiaNews

O promotor Adriano Roberto Alves, coordenador do Gaeco

O promotor Adriano Roberto Alves, coordenador do Gaeco

VITÓRIA GOMES E CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O promotor Adriano Roberto Alves, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), posicionou-se contra o funcionamento dos mercadinhos dentro dos presídios do Estado.

 

Eu sou contra a existência, sou a favor que o Estado forneça o necessário, o essencial a todos os que estiverem reclusos

No mês passado a Assembleia Legislativa aprovou um Projeto de Lei em que um dos dispositivos permitia a continuidade dos mercadinhos para venda de produtos que não fossem disponibilizados pelo Governo do Estado.

 

No entanto, esse artigo foi vetado pelo governador Mauro Mendes (União), que afirmou que o Estado garante assistência material integral aos presos. Para o promotor, esta é a melhor saída.

 

O próprio Gaeco citou que uma facção usava o mercadino da Penitenciária Central de Cuiabá (PCE) para lavar dinheiro - o que foi admitido por Sandro Rabelo, o "Sandro Louco". Em quatro anos, uma associação de servidores da penitenciária movimentou nada menos que R$ 13 milhões - dinheiro que teria origem em transações criminosas entre a associação e a facção.

 

“Eu sou contra a existência, sou a favor que o Estado forneça o necessário, o essencial a todos os que estiverem reclusos. E que não dê margem a faltar nenhum medicamento, nenhum alimento, nenhum material de higiene. Que o Estado forneça tudo e que não exista o mercadinho”, disse nesta sexta-feira (7).

 

O promotor admitiu que a existência dos estabelecimentos é legalizada, mas apenas nos casos em que o poder público não fornecer o essencial aos detentos.

 

"Se o Estado não estiver fornecendo, tem que cobrar. A Defensoria Púbica... Existe o Ministério Público para cobrar, o próprio Judiciário também faz a fiscalização dos presídios. O mais correto é cobrar que o Estado forneça, se não estiver fornecendo, porque eu desconheço a realidade”, disse.

 

Ligação com facções

 

Questionado se os mercadinhos eram usados por facções para fazer lavagem de dinheiro, o promotor afirmou que "sim" e confirmou que deverá haver operações para se aprofundar nestas investigações.

 

"Bom, existe uma investigação sobre isso e eu não posso dar detalhes do que está sendo investigado para não atrapalhar. Sim, provavelmente serão [feitas operações]", disse.

 

No ano passado o Gaeco já apontou que a Aspec (Associação dos Servidores da Penitenciária Central) comandava um mercadinho dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), onde praticava preços superinflacionados para os detentos e possibilitava a circulação de mercadorias pelos líderes faccionados.

 

A ação teve início após depoimento do criminoso Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”.

 

“Em algumas celas de liderança encontraram muito alimento, material de higiene, dando a entender que a facção determinava que essas compras iriam ser entregues para as lideranças e eles revendiam. O que deu pra perceber era isso, que não justifica um preso estar com 200 quilos de arroz, por exemplo”.

 

Veja vídeo:

 

 

Leia mais:

 

Mendes veta artigo que permite mercadinhos nas penitenciárias

 

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