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APÓS OPERAÇÃO
29.03.2017 | 18h33 Tamanho do texto A- A+

Governo eleva teto de multa a frigoríficos e poderá cassar registro

Sem o registro, o frigorífico não pode vender a carne produzida, dentro do Brasil ou no exterior

Marcus Mesquita/MidiaNews

O ministro Blairo Maggi: regulamento é mais transparente

O ministro Blairo Maggi: regulamento é mais transparente

LAÍS LIS E FERNANDA CALGARO
DO G1

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, informou nesta quarta-feira (29) que o novo Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) vai permitir a cassação do registro de frigoríficos que cometerem três infrações classificadas como gravíssimas no período de um ano.

 

Segundo o ministro, o regulamento anterior não previa a cassação do registro, o chamado SIF.

 

"Eles [frigoríficos] só podiam ser interditados, mas não havia perda do SIF", afirmou o ministro. Sem o registro, o frigorífico não pode vender a carne produzida, dentro do Brasil ou no exterior.

 

A atualização do regulamento, que serve de base para a atuação dos fiscais agropecuários, foi feita com a assinatura de um decreto pelo presidente Michel Temer, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

 

Na mesma cerimônia, Temer assinou uma Medida Provisória que eleva a multa máxima que pode ser aplicada aos frigoríficos de R$ 15 mil para R$ 500 mil.

 

Carne Fraca
 

O governo adota as duas medidas dias depois da deflagração da Operação Carne Fraca, pela Polícia Federal, que investiga irregularidades envolvendo frigoríficos e fiscais do Ministério da Agricultura, entre elas o pagamento de propina para evitar inspeções e a venda, no Brasil e no exterior, de carne estragada e vencida.

 

As denúncias da PF repercutiram no mundo e levaram alguns dos principais compradores de carne do Brasil a suspenderem as importações. Alguns deles, como China, Chile e Egito, já derrubaram as restrições e voltaram a permitir a entrada do produto.

 

A Rússia, porém, anunciou nesta quarta que suspendeu a importação de dois frigoríficos investigados na operação.

 

Também nesta quarta, após reunião no Ministério da Agricultura, o comissário para Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Vytenis Andriukaitis, afirmou que o bloco estuda medidas mais rigorosas para a entrada de produtos brasileiros, como o fortalecimento das verificações documentais.

 

A UE restringiu a entrada de produtos dos 21 frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca.

 

Facilidades
 

O ministro afirmou ainda que o novo regulamento deixa mais claro o que é exigido de cada empresa e o que deve ser fiscalizado, o que torna o processo mais transparente.

 

 

"O regulamento tira a interpretação da norma. Esse é sempre um grande problema do país. O que mais reclamam é a forma como o fiscal faz a norma. Tudo fica mais previsível e transparente. Com a mudança, a empresa pode olhar e entender o que está escrito", disse.

 

Durante a cerimônia de assinatura do decreto que atualizou o regulamento, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou as regras como estavam no regulamento antigo podiam ser usadas "para negociar facilidade e isso aí acabou."

 

 

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paulo roberto  30.03.17 07h30
A questão dos frigorificos que foi, efetivamente, comprovada, até agora, foi a promiscuidade e corrupção de um grupo de fiscais. Aumentar uma multa ou cassar um registro (que bastará mudar a razão social, caso ocorra) em nada resolver a situação. Nossos compradores não são bobos!!!
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Robélio Orbe  29.03.17 19h50
A punição deverá ser exemplar.
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