O Banco do Brasil e o Itaú endureceram as negociações, o que pode inviabilizar a iniciativa do Estado de assumir a concessão da BR-163, e iniciar de imediato as obras de duplicação da rodovia.
Os dois bancos, que são credores da Concessionária Rota do Oeste, não aceitaram a proposta do Governo de Mato Grosso para liquidar a dívida da empresa, que desistiu da concessão.
Conforme apurou a reportagem, se os dois bancos não retornarem à mesa de negociação, os mato-grossenses poderão assistir o início da duplicação apenas daqui cinco anos, caso o processo de nova licitação tenha interessados, e ainda ver a tarifa do pedágio subir para R$ 12.
O prazo final para que a MT Par, empresa do Governo do Estado, seja a nova administradora da Rota do Oeste termina no dia 10 de dezembro.
“Se Banco do Brasil e Itaú não aceitarem o acordo do Governo, eles irão prejudicar diretamente o Estado, que é o maior produtor do agronegócio do Brasil. Ou seja, estão prejudicando seus próprios clientes”, disse uma fonte ligada ao Governo.
Articulação
As movimentações para a transferência da concessão tiveram início quando a Rota do Oeste, sem conseguir cumprir o contrato, informou que iria devolver a concessão.
A intenção do Governo era solucionar o imbróglio da rodovia sem que houvesse a relicitação.
De acordo com o Governo, caso a relicitação viesse a acontecer, com todo o processo legal necessário, demoraria em torno de cinco anos para que as obras pudessem ser realizadas.
Em setembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a transferência de controle acionário e o TAC com a Rota do Oeste.
O processo de transferência do controle acionário está em sua segunda etapa, com a renegociação de dívidas junto aos bancos que financiaram a primeira parte da duplicação da rodovia com a Odebrecht. E é esta etapa que está emperrada.
Conforme a proposta apresentada pelo Governo, nos próximos dois anos serão investidos R$ 1,2 bilhão para a conclusão das obras no trecho mato-grossense da BR-163, com recursos próprios.
Desse valor, R$ 300 milhões já estão no caixa da empresa estadual, enquanto o restante dos valores será repassado pelo Estado, segundo previsão orçamentária.
Os trechos prioritários são do Posto Gil até Nova Mutum, a passagem urbana de Sinop e a Rodovia dos Imigrantes, entre Cuiabá e Várzea Grande.
As obras terão início no segundo semestre do ano que vem.
Contrato não cumprido
A Rota do Oeste conseguiu concluir, em oito anos de contrato, apenas 26% da duplicação à qual se comprometeu quando assumiu a responsabilidade pela rodovia federal, em março de 2014.
Ao todo, foram 120 km executados de um total de 453 km previstos – sendo que todo o trecho concluído compreende apenas ao Sul do Estado, da divisa com Mato Grosso do Sul até Rondonópolis. O trabalho foi entregue em março de 2016. No Norte, nenhuma duplicação foi feita.
Nas mãos da empresa ainda restava a execução do segmento da rodovia dos Imigrantes (BR-070), na região de Cuiabá e Várzea Grande; e o trecho de Posto Gil (Diamantino) a Sinop – o que não ocorreu.
A extensão completa da BR-163 em Mato Grosso sob concessão da Rota do Oeste é de 850,9 km. No entanto, a duplicação de 400 km ficou sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Neste ano, a Rota do Oeste anunciou, por conta da crise, que faria a devolução da concessão. Temendo que uma nova licitação demorasse anos para ser concluída, o governo propôs assumir a concessão por meio do MT Par.
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5 Comentário(s).
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| João Moessa de Lima 23.11.22 17h48 | ||||
| Carlos mesmo a Rota do Oeste desistindo da concessão Ela tem que manter o serviço de manutenção e apoio os motoristas até nova licitação isso acontece com qualquer concessão de rodovia então mesmo sem duplicação vamos continuar pagando pedágio está no contrato. Pagaremos para Rota do Oeste ou para MTpar, mas pagaremos em perdão. | ||||
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| Carlos 23.11.22 13h36 | ||||
| Vamos pensar: se a Rota do Oeste não cumpriu o contrato e quem faz a manutenção das BRs é o DNIT, porque ainda estamos pagando pedágio. | ||||
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| Juan Ramirez 23.11.22 13h04 | ||||
| Engraçados são os comentários, a mesma conversa de sempre: Herança do governo anterior, do PT, da esquerda... Nunca é incompetência e descaso do atual. Retrocesso é querer ditadura militar de volta. E agora, que os próprios cidadãos bloqueiam e prejudicam a própria economia? Já que não gostam do novo/velho governo, usem as energias para cobrá-lo. | ||||
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| tião dias 23.11.22 11h42 | ||||
| Estamos pagando o preço da corrupção desvendada na operação lava jato. O triste é ver os bandidos soltos e reassumindo cargos públicos. | ||||
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| RENATO CERQUEIRA 23.11.22 11h26 | ||||
| Herança do PT. O brasileiro cabeça de prego insiste no retrocesso. | ||||
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