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LAVA JATO
18.04.2017 | 09h34 Tamanho do texto A- A+

Odebrecht diz que pediu a assessor de Dilma para libertar presos

Delator diz que objetivo era evitar delações, mas acrescenta que nada foi feito em relação ao pedido

Divulgação

Em depoimento, Marcelo Odebrecht disse que objetivo era evitar delações de executivos de OAS e UTC

Em depoimento, Marcelo Odebrecht disse que objetivo era evitar delações de executivos de OAS e UTC

DO G1

O empresário Marcelo Odebrecht afirmou em depoimento que procurou Giles Azevedo, ex-assessor especial de Dilma Rousseff, e Sigmaringa Seixas, espécie de conselheiro informal da ex-presidente, para pedir ajuda do governo para libertar executivos das empreiteiras OAS e UTC presos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Segundo Odebrecht, porém, "não foi feito nada relativo a isso".

 

Procurado pelo G1, Giles Azevedo informou que "nunca" tratou do assunto com o empresário e, portanto, jamais teve algum tipo de atuação nese sentido. O G1 buscava contato com Sigmaringa Seixas até a última atualização desta reportagem.

 

Marcelo Odebrecht deu a informação ao Ministério Público Federal ao prestar depoimento no acordo de delação premiada e informou que o objetivo era evitar que esses executivos das construtoras assinassem acordo de colaboração com os investigadores da Lava Jato.

 

"Teve uma questão logo no início [da Lava Jato] que a gente procurou o Giles [Azevedo] e Sigmaringa Seixas para alertar eles: 'Olha, o pessoal da OAS e UTC está preso, se vocês não encontrarem uma maneira de ajudar na libertação deles, os caras vão acabar fazendo delação", relata Odebrecht aos investigadores.

 

Em seguida, Marcelo Odebrecht acrescentou: "Que eu saiba, não foi feito nada relativo a isso, mas eu fiz questão de registrar que teve esse encontro".

 

Documento
 

Conforme documento juntado a um pedido de inquérito enviado pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal, Marcelo Odebrecht afirma que a reunião com Giles e Sigmaringa ocorreu no escritório do advogado, em Brasília, em 17 de novembro de 2014.

 

"Em 17.11.14, Maurício Ferro [diretor jurídico da Odebrecht] e eu [Marcelo] solicitamos ao Secretário da Presidência, Gilles (sic) Azevedo, e ao advogado Sigmaringa Seixas, em reunião no escritório deste último, em Brasília, providências do Poder Executivo Federal para atuações e interferências junto aos Tribunais Superiores para soltura dos executivos da OAS e UTC até então presos. Em 24.11.14, Maurício Ferro reiterou o pedido junto a Sigmaringa Seixas. Não tenho conhecimento de que nenhuma ação efetiva tenha sido realizada", diz o documento.

 

Telefonemas
 

Entre os documentos apresentados pela defesa de Odebrecht durante a negociação para que o empresário fechasse o acordo de delação premiada com o Ministério Público, também foi entregue uma tabela que lista 25 telefonemas do empresário a Giles Azevedo.

 

Dessas 25, 20 foram feitas após a Operação Lava Jato ter sido deflagrada pela Polícia Federal, em março de 2014. A última conversa telefônica entre os dois, segundo a tabela, aconteceu em dezembro daquele ano.

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