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PRESSÃO NA CÂMARA
08.12.2021 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Paccola e Brito pedem abertura de comissões para cassar Emanuel

Requerimentos são baseados no relatório final da CPI dos Medicamentos Vencidos, apresentado nesta semana

Câmara de Cuiabá

Plenário votará pedidos de abertura de comissão processante

Plenário votará pedidos de abertura de comissão processante

CÍNTIA BORGES E LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

Os vereadores Tenente-Coronel Marcos Paccola (Cidadania) e Marcus Brito (PV) protocolaram dois pedidos para abertura de Comissão Processante contra o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB) por crime de infrações político-administrativas.

 

Os dois pedidos foram protolocados junto à Mesa Diretora de Câmara de Cuiabá na segunda-feira (6), em horários distintos, e foram lidos na sessão plenária de terça-feira (7).

 

O vencimento de medicamentos foi talvez a mais visível das consequências, sem prejuízo de outras de resultado igualmente nefasto

O pedido de Marcus Brito chama a atenção por ser o primeiro feito por um vereador da base do prefeito. Com isso, sobe para oito o número de pedidos de processo de impeachment contra Emanuel avaliados na Casa de Leis.

 

Ambos os vereadores basearam seus pedidos nas infrações supostamente cometidas por Emanuel e apontadas no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos Vencidos, da qual tanto Paccola quanto Brito fazem parte como membro e relator, respectivamente.

 

A reportagem teve acesso ao documento protocolado por Paccola - veja a íntegra AQUI

 

De acordo com o documento, Emanuel teria incorrido em três infrações político-administrativas. São elas: proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo; retardar a publicação de atos sujeitos a essa formalidade; e omitir-se contra expressa disposição de lei.

 

Segundo Paccola, o prefeito foi quem “chefiou” uma organização criminosa na Saúde que teria incorrido em diversos erros e por isso centenas de medicamentos teriam vencidos.

 

“Viu-se que o prefeito Emanuel Pinheiro, ao chefiar organização criminosa que capturou o poder e o erário públicos municipal, causando vencimento gigantesco de medicamentos, atentou vilmente contra os princípios da probidade, da moralidade e da impessoalidade”, diz trecho do documento.

 

O segundo apontamento do vereador, diz a respeito a extinção do cargo de coordenador de assistência farmacêutica, realizada por Emanuel. 

 

Viu-se que o prefeito municipal Emanuel Pinheiro, ao chefiar organização criminosa que capturou o poder e o erário públicos municipal, causando vencimento gigantesco de medicamentos, atentou vilmente contra os princípios da probidade, da moralidade e da impessoalidade

Após a modificação, o prefeito não teria realizado um novo regimento interno “que disciplinasse as responsabilidades das funções criadas, inclusive dos secretários-adjuntos, são fatos diretamente imputáveis ao chefe do executivo, nos termos da Lei Orgânica do Município”. 

 

“O vencimento de medicamentos foi talvez a mais visível das consequências, sem prejuízo de outras de resultado igualmente nefasto”, constatou Paccola.

 

Para o parlamentar, o prefeito também se omitiu “ao deixar de tomar qualquer medida para apurar o vencimento de medicamentos; e ao deixar de instaurar sindicâncias para sancionar os agentes públicos responsáveis por tal acontecimento”.

 

Próximos passos

 

Os dois requerimentos serão votados na sessão de quinta-feira (9), segundo anunciado pelo presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB).

 

Para isso, serão convocados os suplentes de Paccola e Brito, a influenciadora digital Maysa Leão (Cidadania) e o servidor público Raufrides Macedo (PV), respectivamente.

 

A dinâmica ocorre pois, conforme o regimento interno da Câmara, quem propõe a abertura da Comissão não pode votar.

 

A expectativa dos vereadores é pela aprovação de um dos dois pedidos. Isso porque vereadores de base já estariam se manifestando favoráveis aos novos pedidos protocolados. O último requerimento votado em plenário, por exemplo, contou com 10 votos a favor.  

 

Medicamentos Vencidos

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Remédios Vencidos pediu o indiciamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), a primeira-dama Márcia Pinheiro, três empresas e de mais 40 pessoas.

 

O grupo ainda apontou que o dano aos cofres públicos chega a R$ 26.085.880,34.

 

A CPI foi instaurada em maio deste ano e apura as centenas de medicamentos vencidos encontrados no Cdmic da Prefeitura de Cuiabá, no dia 23 de abril passado. Entre os remédios estocados, havia o AmBisome, cuja caixa custa cerca de R$ 20 mil.

 

Leia mais:

 

Vereadores barram mais 2 pedidos de investigação contra Emanuel

 

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COMENTÁRIOS
6 Comentário(s).

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Kauana  12.12.21 22h15
Não era em tempo de pensarem na cassação do prefeito!!!
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Cleber   09.12.21 13h33
Estão aumentando os pedidos de cessação do mandato do prefeito.. São tantas irregularidades ... mas mesmo assim a maioria dos vereadores estão defendendo ele. Porque será? Rs o papel do vereador não é ajudar investigar e fiscalizar qualquer indício de irregularidades? A população tem que olhar isso para depois escolher melhor para qual vereador vai votar
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Daniel  09.12.21 10h46
EP vai terminar mandato dele e esse povo não desiste, daqui a pouco vão cavar até quem já morreu pra investigar vida dele. Será que esses vereadores querem trabalhar ou querem holofotes, deixem EP trabalhar e vcs vão fazendo algum projeto pra ver se na próxima eleição conseguem se reeleger
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Leitehto  09.12.21 10h19
Mas que absurdo a Câmara em vez de trabalhar assuntos de pauta de bairros, de necessidades da cidade. Fica causando prefeito por causa de luta pelo poder. Absurdo todos os vereadores vão levar pau na próxima eleição porque SP brigam por poder. Não voto em mais ninguém é farei campanha p votar em branco.
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Nilson Ribeiro  08.12.21 16h13
Jogando para a torcida. Já sabe que não vai dar em nada. PARA INGLÊS VER.
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