Servidores vão pressionar poderes por redução de duodécimos

O Fórum Sindical – que representa o funcionalismo público de Mato Grosso – irá pressionar a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a reduzirem seus duodécimos (repasses constitucionais). A informação é de Gilmar Brunetto, presidente do Sinterp (Sindicato dos Trabalhadores da Empaer) e integrante do fórum . 

A medida, segundo Brunetto, seria uma forma de auxiliar o Estado a honrar com a folha de pagamento dos servidores públicos estaduais.

Na última semana, o Governo anunciou que não conseguirá realizar, em maio, o pagamento da reposição inflacionária (Revisão Geral Anual) dos servidores, em razão de dificuldades no caixa.

Segundo o Executivo, caso optasse pelo pagamento do RGA, o Governo teria que atrasar os salários dos mais de 98 mil servidores.

“Vamos levar essa discussão, com toda franqueza, à AL e ao TCE. Eles precisam reduzir o duodécimo deles. Os poderes precisam fazer o sacrifício deles”, disse Brunetto.

Vamos levar essa discussão, com toda franqueza à AL e ao TCE. Eles precisam reduzir o duodécimo deles. Os poderes precisam fazer o sacrifício deles

“Não dá mais para eles ficarem com aquela ‘dinheirama’ toda e faltar dinheiro para o Poder Executivo. É preciso ser solidário. Quem arrecada é o Poder Executivo. Vamos ter que negociar, ter um debate muito aberto com os demais poderes”, completou.

O sindicalista, no entanto, não afirmou se a mesma “pressão” será exercida em relação ao Poder Judiciário e demais órgãos.

O núcleo econômico do Governo já vem realizando reuniões com os chefes dos poderes e instituições, visando a “sensibilizá-los” quanto à possibilidade de reduzir em até 10% o montante dos repasses.

Outras medidas

Gilmar Brunetto afirmou que o Fórum Sindical também já propôs outras medidas ao Governo, no sentido de dar fôlego ao caixa do Executivo e permitir o pagamento do RGA e dos salários dos servidores.

Entre elas, a revisão dos incentivos fiscais concedidos à indústria. “Tem indústrias que já cresceram, já se estabilizaram e o Estado também tem que tomar uma providência”, disse.

“É preciso também que o agronegócio colabore. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, 50% do que é comercializado é taxado em 12,5%. Aqui no nosso Estado, não se paga nada. Além de termos cooperativas fantasmas, aquela coisa toda”, completou o sindicalista, ao sugerir a taxação das commodities de produção primária.

Nesta terça-feira (10), o funcionalismo público realiza uma assembleia-geral unificada, na Praça das Bandeiras, em Cuiabá, oportunidade em que os profissionais poderão decidir por uma greve geral.

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