O shopping Cidade São Paulo inaugurou nesta sexta (13) uma loja com produtos oficiais do BTS, maior grupo do k-pop. Antes do espaço abrir, às 10h, fãs já aguardavam em filas que dobravam o quarteirão.
A loja, na avenida Paulista, é temporária e funciona até 10 de agosto, no mesmo horário do centro comercial. Estão à venda produtos diversos, como pijamas, anéis, photocards, moletons, chaveiros e até travesseiro.
Os preços vão de R$ 27 a R$ 1.699.Primeira a entrar, Jian Magdiel chegou às 18h40 de quinta (12) e passou a madrugada em frente ao shopping, no frio —os termômetros chegaram a 9,7ºC.
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"Foi horrível, estava muito frio. Vim com casaco grosso e dois moletons, e continuava frio", diz a jovem aprendiz de 21 anos. "As meninas do lado trouxeram um cobertor e dividimos ele em cinco pessoas."
Além do frio, Jian se sentiu insegura no local. "Vimos muita coisa. Um mendigo começou a falar em inglês conosco, outro começou a tirar a calça e tomar banho na nossa frente."
O sufoco valeu a pena, diz ela, que é fã desde 2014. Lá dentro, estipulou que gastaria até R$ 1.000 para comprar objetos do grupo. Para ir à abertura, ela conversou com o chefe e adiantou o trabalho, na área de TI.
Teve até fã que pediu demissão do trabalho para marcar presença na abertura. Beattryz dos Santos, 24, trabalhava numa loja de roupas e planejou sair do emprego assim que soube da loja.
"O trabalho lá não estava bom para mim, não queria mais, então juntei o útil ao agradável", explica. Ela saiu de São Bernardo do Campo e chegou na fila às 7h desta sexta-feira.
O plano era gastar no máximo R$ 2.000 na loja. Beattyz conheceu o BTS em 2018 e diz que a música da maior boyband do mundo a ajudou a superar uma depressão. Hoje, acumula tatuagens relacionadas ao grupo, como o nome de seu integrante favorito, Jimin.
Além de ser a inauguração, a data tem um significado para as armys, como são chamadas as fãs do BTS: 13 de junho é a data de aniversário do grupo.
"Fiquei muito animada, porque é a primeira vez do pop-up no Brasil, então resolvemos vir no primeiro dia, pois é um dia muito importante", diz a agente administrativa Daniele Souza, 49.
Ela viajou de ônibus do Rio de Janeiro com uma amiga e a sobrinha e chegou na fila às 22h de quinta (12).
"A noite o frio foi forte, mas todo mundo ficou unido, então conseguimos levar. De madrugada, ficaram umas 20 pessoas, diz ela, fã do BTS desde 2013.
O grupo planejou a viagem quando souberam da loja. Pediram folga do trabalho, faltaram à faculdade montaram um grupo no WhatsApp para compartilhar informações e fizeram live nas redes sociais. Souza, porém, achou os produtos caros, assim como outros fãs. ]
"Não sei se essa é a realidade da maioria das armys", diz. Ela vai voltar à loja no fim de semana. "Hoje é tipo um test drive."
Como ponto positivo, fãs destacaram a possibilidade de comprar produtos oficiais no país, já que não são vendidos no Brasil. Para encontrar, é preciso comprar em plataformas de outros países.
O Cidade São Paulo liberou a entrada da primeira leva de fãs às 7h, para organizar a fila.
O tempo de permanência no local é de 30 minutos --mas pode ser que o limite mude de acordo com a demanda, diz Jessica Zanella, gerente de marketing do shopping Cidade São Paulo.
Zanella diz que eles foram procurados pela Hybe. Segundo ela, a empresa dona do BTS buscava um local de fácil acesso, próximo a metrôs. As negociações começaram em abril.
A previsão da Hybe era que mil fãs visitassem o local por dia, diz Zanella. A previsão, no entanto, é que cerca de 5.000 pessoas visitem o local por dia. Por causa da demanda, o shopping colocou um tempo de permanência para não atrapalhar a operação.
A segurança do local foi reforçada, ela completa, e cerca de 40 funcionários trabalham na loja, entre eles, pessoas que organizam a fila na entrada e dão orientações. "Nossa preocupação era que quando as lojas do shopping abrissem, as pessoas saíssem correndo", ela diz.
No terceiro piso, a loja tem 837 m² e abre todos os dias, das 10h às 22h. A entrada é por ordem de chegada. Os portões do shopping são abertos às 7h, e as primeiras 200 pessoas recebem uma senha e são as primeiras a entrar.
Quem chega depois é direcionado ao quarto piso, para fazer uma reserva numa fila virtual. Eles são avisados por SMS quando chega a vez e há tolerância de 15 minutos. Assim, não há necessidade de esperar numa fila física.
No espaço, há fotos do grupo pelas paredes, TVs que exibem os clipes do grupo e espaços instagramáveis para fazer fotos.
A trilha sonora, é claro, é a discografia da boyband.
Para comprar os produtos, os fãs devem escanear um código QR na entrada para baixar um aplicativo, no qual selecionam os produtos e colocam no carrinho. Em seguida, o visitante vai ao caixa para fazer o pagamento e retirar o produto.
Caso um produto se esgote, ele não será reposto. Zanella afirma, no entanto, que a Hybe estuda oferecer a opção de comprar na loja e retirar depois ou receber, a depender do volume de vendas. "Eles ainda estão tentando entender o mercado brasileiro", diz.
A Hybe, empresa do BTS, abriu pop-ups ao mesmo tempo em diversas cidades do mundo como parte da celebração do aniversário de 12 anos da boyband, que marca ainda o retorno dos integrantes do serviço militar obrigatório na Coreia do Sul.
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