A história de Ângela Diniz, socialite mineira assassinada pelo namorado nos anos 1970, ganha uma nova versão nas telas a partir desta quinta-feira (13/11).
A série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, da HBO Max, dirigida por Andrucha Waddington, vai revisitar os últimos anos da vida da socialite e mostra como a história dela ainda reflete os dilemas da liberdade feminina e da violência de gênero no Brasil.
A trama foi inspirada no podcast Praia dos Ossos.
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O assassinato de Ângela Diniz
Ângela Diniz foi uma socialite mineira que se destacou pela beleza, independência e vida fora dos padrões da época.
Em 1976, ela começou deu início a um turbulento relacionamento com o empresário Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca Street.
No ano novo daquele ano, após uma discussão, Doca atirou quatro vezes em Ângela a matou, quando ela tinha 32 anos.
O crime teve ampla cobertura da imprensa e causou comoção nacional, especialmente durante o julgamento de Doca.
A defesa do empresário usou a tese da “legítima defesa da honra”, e Doca recebeu uma pena considerada branda após cometer o crime.Interpretada por Marjorie Estiano, Ângela é retratada como uma mulher à frente de seu tempo, livre, intensa e disposta a romper paradigmas.
“As personagens femininas não são construídas para sentir prazer e foi um desafio grande e um privilégio fazer a personagem”, afirma a atriz em entrevista coletiva.
Na trama, Ângela decide se separar do marido e buscar sua própria liberdade, algo impensável para muitas mulheres na época. Essa decisão a coloca diante de julgamentos sociais e de um relacionamento conturbado com Doca Street, vivido por Emilio Dantas.
O ator define seu personagem como um retrato de uma masculinidade ainda presente, dizendo que caso o crime ocorresse hoje Doca poderia estar no Congresso ou teria se tornado um influenciador.
“É um homem que vive da imagem, do status, da vaidade. É alguém que quer ser visto”, destacou ele também.Para além da relação de olhar para como eram as situações das mulheres no passado, Emílio frisa que também é preciso fazer os paralelos com o presente.
“É importante entender quem seria essa Ângela hoje. Ela estaria sendo muito mais massacrada na internet. É preciso fazer o caminho não só de lá para cá, mas o de cá para lá também”, complementou.
Caso ocorreu há 47 anos mas segue atual
O diretor Andrucha Waddington reforça que revisitar o caso é essencial para compreender o presente, justamente porque envolve debates que seguem sendo discutidos na atualidade.
Um deles, inclusive, é o da “legítima defesa da honra”, que promoveu uma pena branda para Doca após o crime, e só parou de ser aceita em 2023.
Outro cuidado tido pela equipe da série ao trabalhar no roteiro e na produção, era de dar protagonismo à vítima e a história de Ângela.
“Nosso cuidado foi não transformar a tragédia em espetáculo. A série é sobre a assassinada, não sobre o assassino. Se quiséssemos explorar o escândalo, teríamos dado mais espaço ao Doca Street, e não fizemos isso”, pontuou.
Estrelada também por Antônio Fagundes, Thiago Lacerda, Camila Márdila, Yara de Novaes, Thelmo Fernandes, Renata Gaspar e Joaquim Lopes, Ângela Diniz: Assassinada e Condenada terá seis episódios, exibidos semanalmente na HBO Max e na HBO. Os dois primeiros episódios foram lançados nesta quinta-feira (13/11).
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