Vereador se entrega à polícia e nega acusação de estupro
Chico 2000 compareceu à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
Marcus Mesquita/MidiaNews
O vereador Chico 2000, que se apresentou nesta terça-feira
JAD LARANJEIRA E THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
O vereador por Cuiabá Chico 2000 (PR) se apresentou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (6). No último domingo, a Justiça decretou sua prisão temporária por supostamente ter estuprado a enteada de 11 anos, no dia 13 de outubro.
Chico 2000 continua a rebater as acusações. Ele negou que estivesse foragido e garantiu que não havia se entregado ainda porque não sabia do mandado de prisão (veja os vídeos no final da matéria).
“Como eu poderia estar foragido se eu não sabia da medida que existia contra mim? Eu fui informado pelo meu advogado. E meu neto me avisou sobre a ida dos policiais à minha casa. Fizemos contato com advogado e eu estou aqui me apresentando”, disse.
O vereador afirmou que não tem conhecimento de novas acusações contra ele e evitou tocar no assunto de sua enteada. Nesta terça, o delegado Eduardo Botelho revelou ter recebido novas denúncias contra o vereador.
“As acusações não são verdadeiras, são infundadas, tanto é que estou aqui. Não tenho conhecimento sobre essas acusações e eu sempre disse, em todas as entrevistas, que eu estaria à disposição da Justiça tão logo ela quisesse me ouvir. Esse é o momento e eu estou à disposição”, afirmou.
"Na minha última entrevista falei que não falaria mais desse assunto. Eu falei que não existe a menor possibilidade de eu estar aqui expondo a figura dessa menor. Isso não é permitido por lei e eu não vou falar. Somente no momento oportuno", disse.
Marcus Mesquita/MidiaNews
O vereador Chico 2000 no momento em que chegou à Deddica
O parlamentar será encaminhado para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) e deve ser ouvido pelo delegado Eduardo Botelho, da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), ainda nesta semana.
O caso
A investigação contra o vereador teve início no dia 28 de novembro, após a menina denunciar o caso na Central de Flagrantes da Capital, no dia 26.
No boletim de ocorrência, a menina contou que o parlamentar teria pedido para que ela sentasse em seu colo e passado a mão nos seus seios e barriga.
Conforme a menina, o caso teria ocorrido no dia 13 de outubro, durante uma festa em comemoração ao aniversário da mãe dela, na casa do vereador.
A menina contou que preferiu não falar nada para a mãe na ocasião porque não queria estragar a festa.
“Todavia, narra que hoje 26.11.2016 teve uma discussão com Chico e mãe, e enviou um pedido de socorro para a tia paterna. Informa que nesse tempo a vítima foi para a casa de uma amiga que mora perto da sua casa, e a tia a buscou lá”, finaliza o B.O.
Enteada "problemática"
Em entrevista a imprensa no dia 28, Chico 2000 negou o crime e afirmou que a enteada é “problemática” e que a mesma arquitetou a situação para justificar o seu mau comportamento no colégio.
Ele relatou que, há dois anos, contratou um advogado e ajudou a mãe a ter a guarda da menina. Antes, a menor morava com o pai em Canarana (823 km ao Nordeste de Cuiabá).
“Possivelmente em razão desse passado conflitante entre o pai e a mãe, ela acabou se tornando uma menina extremamente problemática. Notas baixas na escola, mau comportamento, falando palavrão, gírias, enfim. Ela arquitetou tudo isso para justificar a reprovação”, disse.
“O que eu posso dizer é que esse é o maior absurdo que pode estar acontecendo comigo. Estou com 61 anos de idade, tenho duas filhas, netos, sempre primei pelo respeito. Quem me conhece sabe o meu comportamento. Sempre procurei ser muito correto, tanto na Câmara Municipal, como na minha vida pessoal. Basta olhar o meu passado para saber se o que está acontecendo é verdade ou é uma baita de uma covardia”, pontuou, chorando.
Neste caso,a justiça tem que tomar cuidado, não vamos fazer pré-julgamento e nem condena-lo antecipadamente. O que vai prevalecer é uma investigação rigorosa e responsável, apontando o culpado.
