04.05.2011 | 08h:24

ESQUEMA DA FILA


Prefeito manda demitir envolvidos do Pronto Socorro

Concursados serão afastados e exonerados de cargo comissionado; prestadores foram demitidos, todos sob a acusação de ‘vender’ cirurgia

O prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo, decidiu afastar todos os servidores da Saúde denunciados pelo Ministério Público do Estado por negociarem lugares na fila de espera por cirurgia do Pronto-Socorro de Cuiabá.

Entre os acusados estão dois médicos, três técnicos em ortopedia (gesseiros) e um instrumentador cirúrgico. Se a Justiça aceitar a denúncia, eles vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato e falsificação de documentos.

Galindo informou ontem que vai demitir os funcionários prestadores de serviço, exonerar os que têm cargos de confiança e suspender os concursados até que a Corregedoria do Município apure as responsabilidades de cada um no caso.

A Corregedoria instaurou procedimento investigativo e a prefeitura criou uma comissão para acompanhar a gestão administrativa do Pronto-Socorro. O Ministério Público do Estado atribuiu à Direção Geral da unidade o crime de prevaricação (cometido por servidor público no exercício da função) e afirma que nada foi feito por parte da diretoria para impedir o esquema.

Os gesseiros Josué Pinto da Silva e Dioge Farias Sodré, o instrumentador cirúrgico Jairo Calamir da Cruz e o médico Murilo de Sant'Ana Barros são prestadores de serviço do Pronto-Socorro. O gesseiro Wlamir Benedito Soares é funcionário efetivo, assim como o médico ortopedista Marcos Benedito Correa Gabriel, que também é prestador de serviço em outras unidades de Saúde do município.

Os denunciados cobravam propina dos pacientes que quisessem ser submetidos à cirurgia antes das outras pessoas que estavam na fila de espera. As negociações eram conduzidas pelos técnicos em ortopedia e os valores variavam entre R$ 300 e 1,5 mil. Caso o paciente aceitasse pagar pelo procedimento cirúrgico, o médico mudava a ordem da fila de espera por cirurgia no Pronto-Socorro. O dinheiro era repartido entre os profissionais envolvidos no esquema.

O Conselho Regional de Medicina, por meio da assessoria de imprensa, informou que foi aberta uma sindicância para apurar as denúncias e, se comprovada a conduta antiética dos médicos, os profissionais vão sofrer processo ético-profissional.

O Ministério Público Estadual também denunciou os usuários do Sistema Único de Saúde José Geraldo Souza Oliveira, Alex Willian da Silva e Rosângela Aparecida do Espírito Santo, acusados de comprar atestados médicos falsos dos servidores do PS.


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