Há um ano, 242 pessoas morreram em uma das maiores tragédias da história do Brasil – a da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Parentes e amigos começaram as homenagens com uma vigília. A segunda-feira (27) começou com visitas ao cemitério da cidade.
Hoje à tarde, na praça Saldanha Marinho, vai ter um minuto de silêncio e distribuição de abraços. Às 19h, o minuto do barulho: uma banda do Exército vai tocar um bumbo 242 vezes e o nome de cada vítima será dito em voz alta.
Um ato ecumênico deve encerrar o dia de homenagens, que começou na madrugada. O dia amanheceu com o som dos tambores em frente à boate Kiss. Logo cedo, pais e sobreviventes saíram em caminhada pela cidade.
Em um dos pontos mais movimentados de Santa Maria, parentes e amigos interromperam o trânsito e pediram justiça e responsabilidade dos órgãos públicos. Em frente ao Ministério Público, o grupo colocou balões brancos e fez uma contagem das vítimas.
A Universidade Federal de Santa Maria lembrou os mais de cem estudantes que morreram na tragédia.
Uma sirene acompanhou o começo de toda a vigília no início da madrugada. O ato em frente à boate reuniu cerca de 600 pessoas. Muitas levaram flores e solidariedade. “É um direito de mãe que eu tenho. De pedir justiça para o meu filho”, fala Roselaine Paulo.
Uma vela foi acesa para cada uma das vítimas. Às 3h, outra sirene marcou a hora em que o incêndio começou. Duzentos e quarenta e dois corpos foram pintados no asfalto. “É pra que todas as pessoas que passam por aqui tenham noção do que são 242 jovens estirados no asfalto neste pedaço de rua. Isso vai ficar marcado por bastante tempo”, explica Flávio Silva, pai de vítima.