Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
SEXO NA IGREJA
18.04.2010 | 08h04 Tamanho do texto A- A+

Pedofilia de padres envolve orgias com bebida e ameaças de morte

Relatos de pais apontam que nem mesmo as crianças em confessionários escapam

UOL

Acareação entre padre Edílson (centro) e três ex-coroinhas (de costas) confirma abuso

Acareação entre padre Edílson (centro) e três ex-coroinhas (de costas) confirma abuso

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As denúncias de pedofilia envolvendo padres e monsenhores de Arapiraca (AL) apontam para a existência de uma rede de abuso sexual ampla e que não envolveria apenas assédio a coroinhas. Ameaças de morte, bebidas, orgias e dinheiro compõem um dos maiores esquemas envolvendo religiosos já descoberto no país. Relatos de pais apontam que nem mesmo as crianças em confessionários escapam.

Após centenas de investigações de casos de pedofilia no país, o senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia, afirma que, pela primeira vez, investiga um esquema de abuso sexual com ameaça de mortes às vítimas. "O que choca é que envolve religiosos. Que ele é homossexual e religioso, tudo bem. Mas ameaça de morte? Ou seja, não pode revelar a verdade? Não pode abrir a boca? Isso é absolutamente grave", afirmou.

As revelações de ameaças de morte foram feitas durante as sessões deste sábado (17). O padre Edílson Duarte aparece em uma gravação, em poder da Polícia Civil, comentando sobre recentes denúncias envolvendo os padres. Na conversa --gravada por um coroinha--, ele afirma que o ex-coroinha Fabiano Silva Ferreira "só tem a perder" ao denunciar o caso, pois "vamos estar lindas e maravilhosas velando o corpo dele". As investigações apontam que pelo menos três párocos se comunicavam com frequência sobre os assédios.

O ex-coroinha Cícero Flávio Vieira Barbosa confirmou ao UOL Notícias que sofreu ameaças desde que denunciou o caso ao bispo da Diocese de Penedo, em março de 2009. "Nosso advogado informou todas as denúncias de pedofilia ao bispo e, desde lá, ao invés de apurar, só passamos a receber ameaças indiretas", contou.

Orgias com bebidas também compõem o cenário. Adolescentes relatam que eram comuns as realizações de festas promovidas pelos religiosos. Uma casa no balneário da Barra de São Miguel também seria usada. O padre Edílson Duarte confessou em depoimento que chegava a dar conhaque aos ex-coroinhas.

As orgias aconteciam, na maioria das vezes, nas igrejas ou casas paroquiais de Arapiraca. "Eles embebedavam a gente e praticavam sexo", denunciou Fabiano.

De acordo com as investigações, os padres também aliciavam menores oferecendo dinheiro e bolsas em colégios particulares da cidade. "Ele me dava cinco, 10 reais. Era um cala boca, para que não denunciássemos, como se fossemos garotos de programa", alegou Cícero, em depoimento, sendo confirmado pelo padre Edílson Duarte.

Cícero contou que foi assediado pela primeira vez quando tinha 12 anos pelo monsenhor Luiz Marques Barbosa. Ele também teria sido assediado por outro monsenhor, Raimundo Gomes. "Fui assediado por três párocos durante oito anos. Eles acabaram com a minha vida e quero que seja feita justiça", disse, afirmando que não pensa em pedir indenização à Igreja Católica.

Outro ex-coroinha, Anderson Farias Silva, contou à reportagem que teve a primeira relação sexual com um religioso aos 13 anos. "Ele me convidou para a casa paroquial, ficou fazendo elogios. Depois que começaram a me abusar, os monsenhores ficavam com raiva se não fizesse sexo com ele. Havia muita pressão, e nunca tinha contado isso a ninguém", assegurou o jovem, hoje com 22 anos.

Pais de crianças procuraram a polícia e a CPI da Pedofilia para denunciar abusos de padres em confessionários. Abelardo José Leite contou que o filho, de apenas nove anos, foi assediado pelo padre Edílson Buarque várias vezes ao se confessar.

A criança foi ouvida pela perita carioca e psicóloga Tatiana Hartz, que confirmou as denúncias. "Ele disse que o padre tentou beijá-lo, apalpou, dizia que ele era bonito. Ele tirava fotos também. Isso causa um dano muito grande à formação da criança", afirmou. Outros três pais de crianças denunciaram formalmente à polícia e a CPI casos semelhantes envolvendo o mesmo padre, que, neste sábado, confirmou que abusou de pelo menos dois coroinhas.

Para a psicóloga, abusos praticados por pessoas influentes, como padres, causam traumas graves a adolescentes. "A criança abusada vai por curiosidade e às vezes acaba gostando e se sente culpada por isso. Ela enxerga num adulto uma ameaça e acaba não contando nada. Os danos dependem de cada um, mas ela pode alternar o comportamento ou mesmo ir para um quadro psiquiátrico", relatou.




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13 Comentário(s).

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Monsueto Araujo de Castro  28.01.11 19h25
ENGANAR AS PESSOAS EM NOME DE JESUS É com tristeza que vejo muitos pregadores desonestos, enganando as pessoas em nome de JESUS. É muita gente safada, visando apenas dinheiro, mais dinheiro, falando o nome de JESUS. Cuidado, não vamos esquecer dos pregadores pedófilos que estão soltos por aí. Cadeia pra eles. Podridão. Você para alcançar ou ser atendido por DEUS, não precisa pagar ou dar dinheiro pra ninguem, é só fazer o pedido com fé. Agradeça quando for atendido. Podendo, ajude sim.É importante participar e ajudar as pessoas. Existem muitas instituíções religiosas sérias, procure obter informações,antes de se tornar membro de alguma delas.
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Manoel de Arruda  19.04.10 07h42
Caro Antônio Carlos, essa prodidão foi feita por padres. Não coloque os evangélicos neste mar de prodidão. Isso é coisa de padres gays. Cada um com seus erros. Acorda filho. Quem pariu Mateus que o embale!
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walter marques ferreira  18.04.10 21h10
Ja não é sem tempo que toda esta sujeira deva ser lavada em público, estamos no século xxI e ainda acontece dessas coisas, já imaginaram nos séculos passados? Talvez agora fosse a hora de uma INQUISIÇÃO MORAL,com eles, com direito a fogueira e tudo, essa á minha opinião par com quem usa de uma autoridade para praticar atos ou omissões que causem danos a inocentes, e ferem profundamente a sociedade. Péssimo exemplo, deve ser punido com todo o rigor da lei.
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maria de fatimasilva ribeiro  18.04.10 18h22
confesso que como católica fico muito revoltada com esta situacao, se nossos orientadores espirituais estão praticando este tipo de situacao! eles que tiveram uma vida toda de preparacão da palavra de Deus, para nos transmitirestao assim! e ai o que vamos pensar em que vamos confiar nossos pecados? só em Deus mesmo e o resto é ilusão.
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ricardo saes santao  18.04.10 18h15
a Igreja como instituição tem que rever seus conceitos em relação aos padres que praticam esse tipo de crime, afinal eles se aproveitam da confiança das pessoas, mas uma coisa é certa essa pratíca é fruto de homosexualismo e não motivado pela castidade, como foi dito por um membro importânte do clero.
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