Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
"SALVE" EM ESCOLA
06.08.2025 | 14h15 Tamanho do texto A- A+

Agressoras eram boas alunas; pais ficaram surpresos com tortura

Três das quatro meninas foram internadas provisoriamente; caso ocorreu em escola de Alto Araguaia

Victor Ostetti/MidiaNews

Os secretários de Estado de Segurança Pública e de Educação, Coronel César Rover e Alan Porto

Os secretários de Estado de Segurança Pública e de Educação, Coronel César Rover e Alan Porto

ANGÉLICA CALLEJAS E LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

As quatro estudantes da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, que foram filmadas espancando uma colega de 12 anos na última segunda-feira (4), eram boas alunas e não tinham histórico de indisciplina. O caso, segundo o promotor de Justiça Frederico Ribeiro, foi uma supresa para os pais delas.

 

Os pais, durante a declaração, eles acompanham os adolescentes, e todos reagiram com surpresa. Isso foi reportado para nós pelo delegado

A agressão foi investigada pela Polícia Civil, e a Justiça determinou, na terça-feira (5), a internação provisória de três das quatro adolescentes agressoras. A quarta integrante do grupo, por ter 11 anos no dia do fato, não será internada, seguindo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

 

"Não temos nenhum relato de indiciplinas dessas estudantes, dessas adolescentes. E todas tinham níveis satisfatórios de aprendizado, como toda a escola", disse o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, nesta quarta-feira (6).

 

"A Carlos Hugueney é uma escola de tempo integral. [...] Os estudantes ficam nove horas dentro da escola. A gente tem as atividades complementares, que é o projeto de vida, temos os clubes de protagonista. Inclusive o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é alto, acima da média brasileira, acima da média do Estado".

 

Já o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel César Roveri, disse que foi informado pelo delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pela investigação, que os pais se mostraram supresos com a declaração dos adolescentes durante depoimento.

 

"Os pais, durante a declaração, eles acompanham os adolescentes, e todos reagiram com surpresa. Isso foi reportado para nós pelo delegado, doutor Marcos". A mesma informação foi confirmada pelo promotor de Justiça, que se reuniu com os responsáveis das menores.

  

"Ontem nós tivemos reuniões com os pais das envolvidas. Realmente foi também surpresa [para eles]. O que me chamou a atenção é que esses fatos aconteciam sem o conhecimento dos pais, sem o conhecimento dos nossos educadores".

 

Após a repercussão do caso, a Seduc (Secretaria de Estado de Educação) anunciou que irá iniciar a mudança de modalidade de ensino da escola para cívico-militar. 

 

Pais não serão incriminados

 

Ainda conforme o promotor, os pais das quatro adolescentes não devem responder criminalmente pelos atos das filhas, uma vez que não foram encontradas provas de que eles, de alguma forma, instigavam ou conheciam o que acontecia.

 

"Do ponto de vista criminal, por ora, não enxergamos nenhuma responsabilidade [dos pais]. Lógico que a gente precisa verificar cada situação familiar. A rede de proteção fará visitas a essas unidades, o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) fará visitas a essas unidades familiares, mas, especialmente, fazer o acompanhamento familiar", disse.

 

"Essa foi uma grande preocupação nas nossas reuniões aqui, que é importante chamar os pais. Não digo à responsabilidade criminal, porque não verificamos, até o momento, nenhum tipo de instigação que foi apurada pelo doutor Marcos nesse sentido. Mas [chamar] à responsabilidade pela educação dessas crianças".

 

"Acompanhar mais próximo, acompanhar o que elas fazem nas redes socias, as amizades, o que elas conversam, como está o desempenho escolar. Ficou definido que faremos isso de forma mais próxima", completou.

 

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