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04.05.2019 | 14h59 Tamanho do texto A- A+

Bolsonaro diz que veto à propaganda do Banco do Brasil foi “respeito com a população”

Peça publicitária era marcada por um tom jovial, diversidade de raça e estilo dos atores

José Dias/PR

Presidente mandou censurar propaganda do Banco do Brasil, mas afirma agora que se trata de

Presidente mandou censurar propaganda do Banco do Brasil, mas afirma agora que se trata de "respeito com a população brasileira"

DÉBORA ÁLVARES
CONGRESSO EM FOCO

Depois de ter sido obrigado a recuar da censura imposta a uma propaganda do Banco do Brasil que culminou na demissão do diretor de Comunicação e Marketing da instituição, Delano Valentim, o presidente Jair Bolsonaro voltou a tocar no assunto neste sábado (4). Em seu Twitter, afirmou que não se tratou de censura, mas "de respeito com a população brasileira".

 

"Qualquer empresa privada tem liberdade para promover valores e ideologias que bem entendem. O público decide o que faz. O que não pode ser permitido é o uso do dinheiro dos trabalhadores para isso. Não é censura, é respeito com a população brasileira", escreveu.

 

A peça publicitária em questão, marcada por um tom jovial, diversidade de raça e estilo dos atores e atrizes convidados, saiu do ar, e foi substituída. 

 

O assunto voltou à tona na sexta (3) com uma campanha que o Burguer King lançou no You Tube para recrutar funcionários, na qual a rede de cita como critério "ter participado de um comercial de banco [do Brasil] que tenha sido vetado e censurado nas últimas semanas”, numa indireta ao caso do BB. O vídeo (abaixo) está entre os mais comentados das redes sociais.

 

Censura

 

A ordem para tirar a propaganda do BB do ar foi dada diretamente por Bolsonaro ao presidente do BB, Rubem Novaes. Por meio da assessoria do banco, no dia 25 de abril, ele afirmou: "O presidente e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. Saída do diretor em decisão de consenso inclusive com aceitação do próprio". O Palácio do Planalto foi procurado no mesmo dia, mas disse que não iria se manifestar.

 

Ainda como desdobramento do caso, um e-mail foi enviado a todos as áreas do governo, inclusive estatais, como o próprio BB, Petrobras e Correios: "Em atendimento à decisão estratégica de maximizar o alinhamento de toda ação de publicidade do Poder Executivo federal, comunicamos que a partir desta data o conteúdo de todas as ações publicitárias, inclusive de natureza mercadológica deverá ser submetido para conformidade prévia da Secom" informava o e-mail enviado às estatais.

 

Na sexta, dia 26 de abril, veio o recuo. A Secretaria de Governo informou que peças publicitárias de empresas estatais não precisarão passar pelo aval do governo. "A Secom, ao emitir o email veiculado, não observou a Lei das Estatais, pois não cabe à Administração Direta intervir no conteúdo da publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais", diz a nota.

 

Em seus 27 anos de vida parlamentar, o presidente colecionou falas polêmicas em relação às minorias. Em entrevista à revista Playboy, por exemplo, disse que seria incapaz de amar um filho homossexual: "Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí". Em discursos na tribuna da Câmara, não faltam declarações de machistas e racistas, em que afirma que chamadas minorias devem "se curvar às maiorias" ou serão "esmagadas". Ao final da campanha eleitoral, no ano passado, porém, começou a negar várias dessas declarações.

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