Cuiabá, Quinta-Feira, 3 de Julho de 2025
"QUESTÃO DE FÉ"
17.04.2019 | 08h43 Tamanho do texto A- A+

Damares diz que, na 'concepção cristã', mulher deve ser 'submissa'

'Dentro da igreja, entendemos que o homem é o líder do casamento', afirmou a ministra

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, durante audiência na Câmara

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, durante audiência na Câmara

DO G1

A ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta terça-feira (16) que dentro da sua “concepção cristã” a mulher deve ser submissa ao homem no casamento.

 

Damares deu a declaração durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara.

 

Ela foi questionada pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) sobre se a mulher deveria ser submissa ao homem. Damares então afirmou que, dentro da doutrina cristã, o homem é o líder do casamento.

 

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“Dentro da doutrina cristã, sim. Dentro da doutrina crista, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé”, declarou Damares.

 

A ministra disse que isso não significa que todas as mulheres devem ser submissas e “abaixar a cabeça para o patrão, para o agressor e para os homens que estão aí”.

 

“Mas dentro da minha concepção cristã, a mulher, sim, no casamento é submissa ao homem e isso é uma questão de fé", disse a ministra.

 

"Isso não me faz menos capaz de dirigir este ministério. Não me faz mais incompetente. É uma questão de fé lá dentro do meu segmento”, complementou.

 

Posse de armas

Durante os debates na comissão, a ministra foi perguntada também sobre a possibilidade de se aumentar o número de feminicídios com o decreto de Jair Bolsonaro que flexibilizou a posse de armas.

 

A ministra tergiversou e não respondeu. Damares afirmou que gostaria de deixar suas “intenções pessoais sobre desarmamento para um segundo momento”.

 

“O que nós podemos fazer é um debate bem técnico. sobre o impacto disso na violência contra a mulher. Não dá para dizer ainda se impactou. É tudo uma expectativa de que pode aumentar. Mas o homem mata com dentes, com mão, com pau. A violência contra a mulher se configura de diversas formas”, disse a ministra.

 

Aborto

 

A ministra reforçou sua posição contrária ao aborto, mas afirmou que sua posição não vai nortear as políticas do ministério.

 

“Tenho tantas coisas para fazer naquele mistério que o tema aborto eu não vou fazer essa discussão. É discussão do Parlamento e agora do Judiciário”, afirmou.

 

Para Damares, um país sem estupro levaria à queda no número de abortos.

 

“Quero um Brasil sem estupro, porque se não tivermos estupro, não vamos ter mulher lá no serviço de saúde pedindo para fazer o aborto”, disse.

 

Audiência pública

 

Em sua fala inicial, Damares apresentou slides com a estrutura do ministério, organograma, listou as secretarias e as funções de cada uma.

 

Disse que o ministério trabalha no aperfeiçoamento do ligue 180. A ministra afirmou que o atendimento é pequeno e o retorno menor ainda.

 

“Precisamos melhorar esse canal. Ele ainda é um ligue 180. Como o disque 100 ainda é um disque 100. Estamos tentando trabalhar com uma tecnologia mais avançada. Porque não o WhatsApp? Por que não um telefone diferente? Por que não usar as redes sociais?’’, afirmou.

 

Segundo a ministra, a Avon procurou o ministério e vai capacitar suas vendedoras para identificar sinais de agressão em mulheres quando estiverem vendendo seus produtos, dentro do programa “Salve uma Mulher”, lançado pela pasta.

 

A ministra também se queixou da falta de dinheiro da pasta e pediu ajuda das deputadas.

 

“Temos muitos desafios? Temos. Temos pouco dinheiro? Temos pouquíssimos dinheiro. O Orçamento está chegando na Casa. Contamos com a parceria das parlamentares”.

 

A ministra afirmou ainda que é preciso buscar as mulheres que as políticas públicas não alcançaram, e citou as mulheres indígenas e as ciganas

 

“Precisamos alcançar as mulheres ciganas. Essas mulheres existem. Essas mulheres quando entram no shopping no Brasil os seguranças vão tudo atrás. Só por que tem a saia mais colorida do que a da minha filha”, declarou.

 

Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/16/damares-diz-que-em-sua-concepcao-crista-mulher-deve-ser-submissa-ao-homem-no-casamento.ghtml




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Flavia  17.04.19 09h43
EXATO. A ministra tem toda razão. É isto que a PALAVRA diz. "As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" Efésios 5:22-25
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Pindorama  17.04.19 09h17
Instituição falida essa de submissa, patriarcal, que desprezavam as filhas e exaltavam os filhos; apesar dos pesares ou mesmo assim, naquela época das trevas, tinhas mulheres como a profetisa Debora, joana Darc, maria mãe de Jesus, Maria Quitéria...muitas outras. Outro que a mulher é companheira do homem, são juntos. Um ajuda o outro, se tiver frio um esquenta outro, se cair um ajuda a levantar.....mas não vem com essa tese falida, por essa e outras que tem muitos canalhas que sente se dono da mulher para fazer o que bem quiser. Não tem muitas coisas que é gratificante, mas cortejar uma mulher , é delicioso....
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