KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O juiz da Vara Especializada do Crime Organizado, José Arimatéa Neves Costa, concedeu um alvará de soltura para o pedreiro Paulo Rodrigues Pereira, 47, acusado de ter passado um trote para a Polícia Militar, na manhã de segunda-feira (7).
Para atender a uma falsa ocorrência de invasão com reféns, no edifício Wall Street, na Avenida Isaac Póvoas, na região Central de Cuiabá, foram mobilizados cerca de 80 policiais dos grupos de elites da PM (Rotam e Bope), do Corpo de Bombeiros, viaturas do Samu, helicópteros do Ciopaer, guarda municipal e agentes municipais de trânsito.
O alvará foi expedido na quinta-feira (10) e Paulo já está em liberdade. Para conceder a liberdade ao acusado, o juiz determinou que ele deverá comunicar mudança de endereço e comparecer aos atos processuais.
Arimatéa também determinou que o pedreiro não poderá ingerir bebida alcoólica, frequentar, bares, casas de jogos e boates, portar armas, bem como não poderá se ausentar de Cuiabá sem autorização judicial.
Caso o acusado descumpra qualquer uma das determinações, ele terá revogado o benefício de liberdade, e será expedido um novo mandado de prisão.
Brincadeira cara
Em entrevista ao MidiaNews o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Osmar Lino Farias, considerou "incalculáveis" os prejuízos causados pelo trote que o pedreiro Paulo Rodrigues, praticou. Ele avaliou que a corporação teve um gasto de mais de R$ 100 mil.
“É difícil dizer um valor exato. Deslocamos oficiais do Bope, com os atiradores de elite, Rotam, helicóptero do Ciopaer, ambulâncias do Samu, carro do Corpo de Bombeiros, agentes de trânsito... Fizemos reservas nos hospitais, médicos ficaram de prontidão... Foi uma operação muito grande. Os profissionais passam por uma tensão muito grande, é uma alta gama de estresse”, disse o oficial.
Trote
Paulo Rodrigues Pereira foi identificado como o autor das ligações que levaram os pelotões de elite da Polícia Militar a desencadear uma megaoperação contra um suposto assalto com reféns, no Wall Street, conjunto de escritórios e clínicas.
Ele negou que tivesse ligado para o Ciosp e passado um trote. Alegou que o chip de seu celular, da operadora Claro, teria sumido na parte da manhã e, quando retornou para casa, por volta do meio- dia, a esposa lhe informou que a Policia o havia procurado.
Pereira foi preso no bairro Jardim Vitória, após a Polícia rastrear um aparelho de telefone celular do qual ele ligou, duas vezes, somente na manhã de segunda-feira, no bairro Santa Isabel. Outras 29 ligações falsas, somente em 2012, foram atribuídas ao mesmo número de telefone.
Na primeira ligação, Paulo dizia que era porteiro do edifício e que se chamava Rodrigo Silva; e que, por já ter servido ao Exército Brasileiro, conhecia as armas que os supostos assaltantes estavam portando. Ele disse que havia fuzil e até granadas.
Já na segunda ligação, ele disse que era um dos assaltantes e que iria matar todos os reféns, caso o Bope entrasse em ação.