A mãe do jogador Adriano, dona Rosilda, que era aguardada para ser ouvida na 38ª DP (Irajá) nesta terça-feira (8), não compareceu ao local para ser ouvida. Seu advogado, Adilson Fernandes, o mesmo do jogador, apresentou um pedido para que sua cliente se apresentasse em outro dia para prestar depoimento.
"Ele alegou que sua cliente está muito estressada com tudo o que está acontecendo. Então, eu remarquei para a próxima sexta-feira", afirmou o delegado Luiz Alberto Andrade.
A expectativa do delegado é que o depoimento da mãe do jogador ajude a esclarecer uma possível ligação de Adriano com o traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, que controla o tráfico de drogas no conjunto de favelas da Penha, no subúrbio, onde Adriano morou.
Dinheiro para cestas básicas
As investigações da polícia contam com gravações telefônicas autorizadas pela Justiça em que o jogador pede a um primo que vá ao banco para sacar um cheque de R$ 60 mil. Adriano diz que a quantia tem que ser entregue a pessoas que não foram identificadas no telefonema.
A suspeita da polícia é de que o dinheiro da conta do atacante teria parado nas mãos de traficantes. As conversas de Adriano com o primo foram gravadas em dezembro de 2009 durante uma investigação sobre a venda de drogas em três favelas do Rio. Em depoimento na delegacia, antes de viajar para a Itália, Adriano afirmou que o dinheiro teria sido usado na compra de cestas básicas e brinquedos para crianças da comunidade.
O delegado espera que a mãe de Adriano apresente um vídeo em que mostram as distribuições das cestas e dos brinquedos. "Essas informações vão se somando. Estamos aguardando ainda a manifestação do juiz sobre a quebra de sigilo bancário e telefônico, além dos depoimentos do gerente do banco e do supermercado", disse o delegado.
Amigo nega ameaça de traficante
Mais cedo o jogador Yves, ex-Vasco e atual volante do Paraná Clube, que é amigo de Adriano, prestou depoimento na delegacia e negou que tenha sido ameaçado pelo traficante FB. O traficante é apontado pela polícia como o homem que ordenou o ataque ao helicóptero da PM em outubro de 2009. Três policiais morreram na queda do helicóptero.
Yves teria sido impedido de voltar à Vila Cruzeiro, no subúrbio do Rio. O motivo seria o fato de o volante ter participado de um jogo de futebol beneficente em um evento no campo do Olaria. FB teria se irritado porque queria ter realizado um evento similar no campo da Vila Cruzeiro.
Além disso, no jogo em que Yves participou estariam policiais militares que teriam participado da morte de cinco traficantes da Vila Cruzeiro.
"Algumas pessoas falaram que eu tinha sido ameaçado, procurei saber disso com amigos e familiares e não houve nada disso", disse ele ao sair da delegacia. Em seguida, alegou que ficou preocupado com o suposto boato. "Assustado todo mundo fica".
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