A localização do corpo de uma mulher nas dependências da UFMT, na manhã desta quinta-feira (24), trouxe à tona a sensação de insegurança por parte da comunidade acadêmica em alguns pontos da instituição. A estudante de Jornalismo Nathaly Cristina Gonçalves relatou sentir aflição no período noturno no campus Cuiabá.
“É que, de um jeito ou de outro, se isso não for mudado [a falta de segurança], a próxima pode ser eu, pode ser qualquer outro morador da CEU (Casa do Estudante da UFMT), qualquer outra pessoa que passe por aqui, sendo ou não estudante da UFMT", disse.
Segundo Nathaly, o encontro do corpo causou choque, mas não surpresa, devido à ausência de vigilância e monitoramento da área à noite.
“Diante de tantas coisas que já vêm acontecendo dentro do campus da UFMT e da ignorância em relação aos fatos, a gente já esperava que, em algum momento, alguém morreria. Então, não me surpreendeu muito. Me chocou e me deixou ainda mais aflita do que eu já estava”.
Nathaly reside há cerca de um ano na CEU e afirma que a segurança da região sempre foi precária. Segundo a aluna, a situação afeta diretamente o bem-estar e o desempenho acadêmico.
“Todos nós precisamos de mais segurança. Se não, principalmente pra gente, mulheres, vamos ficando cada vez mais tensas e preocupadas com tudo. Até nisso eu sinto que a qualidade do nosso estudo e desempenho acadêmico diminui — pelo anseio, pelo nervosismo, pelo desespero, pelo desconforto”.
A estudante destaca ainda que a região apresenta baixa iluminação e falta de monitoramento, o que contribui para o aumento da sensação de insegurança.
“Até essas coisas que parecem mínimas — um portão fechado, um lugar escuro, com ou sem câmera — também pesam muito e, de um jeito ou de outro, alimentam esse tipo de violência recorrente.”
Além disso, segundo Nathaly, os estudantes que vivem na CEU sofrem com a falta de suporte em situações de risco, já que, segundo ela, o foco da segurança é o patrimônio da universidade, e não os alunos.
“Quando a gente procura o pessoal da segurança em alguma emergência, eles dizem que são seguranças patrimoniais. Se a gente precisa de ajuda urgente, tem que ligar para a Polícia. Então, até esse processo de militarização deixa a gente à deriva, à mercê dessas violências.”
Ao ser questionado, o prefeito do campus Cuiabá, Paulino Barros, afirmou que o local conta com uma equipe de segurança que realiza rondas 24 horas por dia. Ele também disse não ter conhecimento de que uma edificação próxima à CEU esteja sendo utilizada por usuários de entorpecentes.
De acordo com Paulino, o local onde o corpo foi encontrado é uma antiga associação, que estava desativada e passa por um processo de revitalização.
Conforme a Polícia Civil, o corpo estava seminu e tinha marcas de esganadura.
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2 Comentário(s).
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Daniel 25.07.25 07h13 | ||||
Sr. Macedo, seria perfeito uma base na UFMT, mas pergunta para os alunos se eles querem polícia dentro da UFMT, eles sempre brigaram para não ter policiamento dentro do Campus. | ||||
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macedo 24.07.25 15h37 | ||||
Nathaly Cristina Gonçalves QUE JOVEM LINDA... Infelizmente isso acontece há muitas décadas.... Formei em historia e vi cada situação envolvendo droga e até violência...Na minha época aulas acabavam as 22:30 mas os alunos as 22 já abandonava as aulas pq era e ainda é muito perigoso!! Muitos desistiram do curso por medo e ate pq sofreram muitos assaltos!! tem que deixar uma base dentro da ufmt pois existe fator populoso em certos horarios!! | ||||
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