Após 14 anos e nove meses detido, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro deve deixar a prisão na tarde desta segunda-feira (26).
Ele passará por audiência admonitória com o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, no Fórum da Capital.
Arcanjo ainda deve cumprir algumas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento do passaporte.
O ex-bicheiro recebeu progressão de pena - do regime fechado para o semiaberto – no último dia 19 de fevereiro.
Pela lei, no regime semiaberto, o preso passa o dia na rua e deve dormir em unidades prisionais específicas. Como Mato Grosso não tem esse tipo de unidade, o condenado fica em liberdade, com uso de tornozeleira, e deve voltar a casa todas as noites.
Ele está preso na Penitenciária Central do Estado desde setembro passado, após ser transferido da Penitenciária Federal de Mossoró (RN).
Arcanjo foi considerado o chefe do crime organizado nas décadas de 80 e 90 em Mato Grosso. Foi condenado por crimes que vão de assassinatos a lavagem de dinheiro e contrabando.
Caminho da liberdade
Na decisão expedida no dia 19 de fevereiro, o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues acatou o argumento da defesa que dizia que a soma das penas - totalizando 77 anos e um mês - merece ser substituída pelo divisor de 1/3 para 1/6. Assim, a pena a ser cumprida por Arcanjo em regime fechado totaliza 12 anos e 11 meses.
“O reeducando já alcançou o requisito objetivo para progressão do regime fechado para o semiaberto, desde o dia 26/08/2017, portanto, faz quase meio ano”.
Para a liberdade, a defesa entrou com vários requerimentos. Um deles foi o teste psiquiátrico que constatou que não há alterações de suas funções psíquicas.
Ainda neste tocante, os diretores da unidade contataram que o Arcanjo tem bom comportando.
“Verifica-se, que a fls. 844, consta informações da Diretora do Sistema Penitenciária Federal, no seguinte sentido: ‘que durante o tempo em que permaneceu encarcerado na Penitenciária Federal de Campo Grande, não teve contra si a instauração de qualquer Procedimento Disciplinar de Preso. Já, na Penitenciária Federal de Porto Velho, houve a instauração de um Processo Disciplinar, todavia foi absolvido em razão de prescrição’”, conta no documento.
Outra estratégia da defesa foi pedir a revogação de 18 prisões preventivas que haviam sido decretadas contra o ex-bicheiro pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra Crime Organizado da Capital.
Em janeiro deste ano, o magistrado revogou todas as prisões. “O Juiz titular da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá informou que os processos em trâmite naquela Vara em desfavor do penitente estão suspensos e que os mandados de prisão deverão ser cumpridos somente após o deferimento do pedido de extensão da extradição requerido junto à Suprema Corte Uruguaia”.
Com a decisão, o magistrado vai contra a recomendação do Ministério Público Estadual. O órgão alega que a soltura traria à população uma sensação de impunidade, já que ele é acusado de cometer vários assassinatos.
Outro ponto colocado pelo MPE é a possibilidade de fuga do ex-bicheiro, assim como aconteceu à época da sua prisão.
O juiz, então, decide que os documentos de Arcanjo devem ser retidos.
“De outro norte, como já dito, o temor do Ministério Público pode ser mitigado com a retenção do passaporte do penitente e comunicação dos órgãos competentes sobre a proibição do reeducando a sair do País”.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
1 Comentário(s).
|
Mario filho 26.02.18 13h40 | ||||
O estoque de imosec; simplesmente acabou das farmácias kkkkkk! ! Tem gente se borrando !! | ||||
|