Igreja Matriz - Catedral de Cuiabá

A Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus, localizada no coração do Centro Histórico de Cuiabá, guarda em sua estrutura 294 anos de histórias vivenciadas em Cuiabá. São três a menos que a Capital, que foi fundada em 1719.
Para comemorar os 300 anos da cidade, a arquidiocese agendou uma série de reformas e restaurações para sediar a missa comemorativa, bem como conservar o patrimônio cultural da cidade, que pode ser visitado diariamente.
Aos pés da Avenida Getúlio Vargas, a igreja matriz foi construída em 1722. A estrutura era simples e abrigava os poucos fiéis da época.
Nivaldo Pinheiro Gomes começou a frequentar a igreja aos 29 anos. Hoje, com 63, é ministro de eucaristia.
Ele recebeu o MidiaNews para relembrar a história da matriz, bem como os projetos que visam manter viva parte da cultura cuiabana abrigada no local.
“A história da igreja não é tão grande. Os historiadores da época não tiveram a preocupação de registrar. O que se sabe é que tiveram duas grandes reformas que marcaram os períodos históricos”, disse.
A primeira foi em 1740, sendo que a primeira torre, só foi finalizada em 1769. Já em 1868, a fachada e a torre foram novamente reformadas.
Marcus Batista/Jornal Fotografico
Para Nivaldo, historiadores não se preocuparam em registrar a história da catedral
Anos depois, já na década de 1960, embalado pelo movimento modernista, a catedral foi demolida a mando de Dom Orlando Chaves.
“Ele argumentou que Cuiabá estava crescendo, e que a igreja precisava ser maior. Muitos cuiabanos, os mais tradicionais, protestaram contra, mas a demolição foi inevitável”, lembrou.
Dom Orlando argumentou ainda que uma mina d’água, que passava pela Getúlio, estava causando danos à estrutura existente, provocando rachaduras e infiltrações.
A demolição total foi em 1968 e a construção da nova catedral durou cinco anos. Em 1973, ela foi inaugurada com a estrutura que hoje é conhecida.
Arte
O altar da catedral é um espetáculo à parte. Com 20 metros de altura, foi desenvolvido em três anos pelo artista polonês Arystarch Kaszkurewicz.
Ele veio para o Brasil fugindo da 2º Guerra Mundial. Chegou aqui sem as duas mãos e cego de um olho.
“Ele tinha uns funcionários, que o ajudavam. Na época, as irmãs do antigo colégio Dasa – Atual Cema – também o ajudaram a colagem das pastilhas, que, por fim, formaram a imagem”, lembra Nivaldo.
O minimalismo do trabalho só é percebido de perto. Além do painel principal, no altar, ele projetou outros dois, que podem ser vistos nas laterais.
“Tudo aqui é original, não foi mexido em nada. As imagens da via sacra, que estão nas laterais da igreja, também é dele. Só mudamos a coloração”.
O trabalho foi finalizado em três anos, sendo entregue junto com a inauguração da igreja.
Com as portas abertas, a matriz recebe até 800 pessoas por dia.
300 anos de Cuiabá
Marcus Batista/Jornal Fotografico
O painel demorou três anos para ficar pronto
Para chegar ao tricentenário da Capital, a matriz já começou a ser preparada. Reformas começaram no mês de julho.
“São desgastes do tempo, tem reboques soltos. Vamos fazer reparação futuramente, vamos pintar com a cor original e tudo mais”.
O bom disso, para Nivaldo, é que a comunidade se torna mais cuidadosa com a igreja.
Em 2014, após 20 anos sem funcionar, os sinos da catedral voltaram a badalar. O relógio também voltou a funcionar.
Dessa vez, os trabalhos devem ser concluídos só em 2019, próximo da comemoração dos 300 anos de Cuiabá.
Cerca de R$ 600 mil devem ser gastos com a reforma.
Turismo
A igreja está aberta durante todo o dia para fiéis, turmas de estudantes e até mesmo para turistas.
Em suas dependências, estão sepultados nomes importantes da história cuiabana, como Miguel Sutil, Pascoal Moreira Cabral e Dom Orlando Chaves.
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