Cuiabá, Sexta-Feira, 10 de Outubro de 2025
IDOSO MORTO A TIROS
29.10.2024 | 10h38 Tamanho do texto A- A+

Câmera que poderia esclarecer o caso não gravou ação policial

João Antônio Pinto, de 87 anos, morreu em fevereiro deste ano durante uma abordagem de investigadores

Reprodução

O hangar em que João Antônio Pinto (detalhe) foi morto, em fevereiro deste ano

O hangar em que João Antônio Pinto (detalhe) foi morto, em fevereiro deste ano

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

A perícia realizada no aparelho DVR que deveria conter as imagens da morte do pioneiro João Antônio Pinto, de 87 anos, revelou que não há registros do momento do crime, apenas de antes e depois de o idoso ser morto, em Cuiabá.

Uma das hipóteses levantadas pelo perito é que o dispositivo estava trabalhando apenas no modo de visualização de imagens

 

João Pinto foi morto a tiros em 23 de fevereiro, no hangar de sua propriedade, localizada na região do Contorno Leste, no Bairro Jardim Imperial. O policial civil Jeovanio Vidal Griebel é o autor do disparo e teria agido durante uma suposta abordagem.

 

De acordo com o laudo encaminhado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, após alguns testes, o perito identificou que a bateria que mantém as configurações do dispositivo salvas após o desligamento estava sem carga.

 

“Sendo assim, na ausência de alimentação (falta de energia ou desligamento do dispositivo), todas as informações de configurações do dispositivo são perdidas, inclusive data e hora”, diz trecho do documento ao qual o MidiaNews teve acesso.

 

Segundo o perito Túlio de Assis Bianchini, que assina o documento, a última gravação antes da morte de João Pinto é de 13 de janeiro de 2022, sendo totalmente irrelevante para a investigação.

 

As imagens seguintes são de depois da morte do pioneiro, “já com as equipes de perícia e PJC no local do crime, realizando seus respectivos trabalhos”. Segundo o laudo, o último arquivo tem aproximadamente 1h e 50 minutos.

 

“Uma das hipóteses levantadas pelo perito é que o dispositivo estava trabalhando apenas no modo de visualização de imagens; ou seja, era possível acessar e ver as imagens em tempo real, entretanto nenhuma imagem após 13/01/2022 estava sendo gravada, e só retornou à gravação após o acesso da equipe de investigação na busca por imagens do fato ocorrido”, explica o documento.

 

O perito disse ter feito buscas por imagens apagadas no dispositivo, mas não encontrou nada.

 

Lentidão no processo

 

Mais de seis meses se passaram desde a morte de João Pinto até que a família obtivesse qualquer resposta sobre a perícia das imagens.

 

Segundo a Politec, a perícia do aparelho DVR estava pronta e disponível para a Polícia Civil desde o dia 5 de abril.

 

No entanto, conforme o documento, o laudo solicitado pelo delegado Marlon Conceição Luz só foi anexado aos autos em 9 de setembro.

 

A defesa da família chegou a encaminhar uma manifestação ao Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá, solicitando celeridade no andamento das investigações, dias antes de o laudo do aparelho ser anexado aos autos.

 

“[...] A solicitação da perícia de áudio e vídeo foi requisitada há longos cinco meses. A família do Sr. João Antônio Pinto aguarda ansiosamente por respostas sobre as circunstâncias de sua morte e pela responsabilização dos envolvidos”, diz trecho do documento.

 

Tiro a 12 metros

 

Um dos laudos da Politec apontou que o atirador que matou o pioneiro João Pinto estava a pelo menos 12 metros de distância da vítima e fora do hangar onde o corpo foi encontrado.

 

Conforme a perícia, o atirador efetuou ao menos um disparo de arma de fogo, e João Pinto foi ferido na altura do ombro direito.

 

A bala atravessou a vítima, e o orifício de saída foi encontrado na região escapular esquerda, o que indica que João estava de lado quando foi atingido.

  

O corpo do idoso foi encontrado pelos peritos sobre o chão do galpão, próximo à carroceria de uma caminhonete.

 

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