Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
"ANGUSTIA"
19.06.2024 | 11h45 Tamanho do texto A- A+

Família cobra perícia das imagens da morte de pioneiro em Cuiabá

João Antônio Pinto, de 87 anos, foi morto em fevereiro deste ano durante abordagem de policiais civis

Arquivo pessoal

O pioneiro João Antônio Pinto (detalhe) tinha 87 anos quando morreu

O pioneiro João Antônio Pinto (detalhe) tinha 87 anos quando morreu

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

Quatro meses se passaram e a família do pioneiro João Antônio Pinto, de 87 anos, se diz angustiada pela demora na conclusão do caso. O idoso foi morto em 23 de fevereiro por um policial civil em Cuiabá, durante uma suposta abordagem na propriedade da vítima.

Causa estranheza a demora somente na perícia de áudio e vídeo, sendo que são de um dia específico, uma situação específica e com hora certa

 

Segundo a advogada Gabriela Zaque, que atua na defesa da família do pioneiro, falta a conclusão da principal perícia, a de áudio e vídeo das câmeras de segurança que registraram parte da ação dos policiais e a morte do seu João Pinto.

 

“Causa estranheza a demora somente na perícia de áudio e vídeo, sendo que são de um dia específico, uma situação específica e com hora certa. É diferente quando você precisa ficar dias procurando por alguma situação”, afirmou.

 

O documento de requisição da perícia de áudio e vídeo foi enviado à Politec no dia 29 de fevereiro. Nele, o delegado responsável aponta os questionamentos que devem ser respondidos pelo perito que realizaria a análise do material.

 

A análise está sendo feita em um aparelho de DVR coletado na cena do crime. O objeto é usado para gravar, armazenar e reproduzir imagens em sistemas de monitoramento.

 

O delegado solicitou que fossem extraídas todas as imagens compreendidas entre 7h e 11 do dia da abordagem.

 

“Apurou-se que as datas e os horários que eram apresentados no DVR, não estavam coerentes com horário e dia do fato (constando na tela informação de data como: "16-01-1970"; e horário: "22:50:32"), sendo então necessário um estudo do conteúdo do DVR em relação ao acontecido”, diz trecho da requisição da perícia.

 

O delegado pediu ainda que fosse melhorada a resolução das imagens e nelas trabalhadas com aproximação, “das cenas captadas pelas câmeras, nos momentos chaves da ação que culmina com a morte da vitima”, diz outro trecho.

 

A análise visa individualizar a conduta de cada policial que esteve presente durante a abordagem, além da visualização de toda a ação.

 

“Já se passaram quatro meses e essa demora acaba deixando a família angustiada, ansiosa para ver a perícia, para ter notícias do que está sendo feito para averiguar sobre o assassinato do pai deles”.

 

A advogada disse ter entrado em contato com a delegacia que investiga o caso há quase um mês, mas não ter obtido retorno, além de ter solicitado a oitiva de uma testemunha nos autos do inquérito ao PJE e também não ter tido resposta.

 

O Ministério Público Estadual concedeu à Polícia o prazo de 120 dias para a conclusão do inquérito. O prazo vence na primeira semana de agosto, no entanto, caso ache necessário, a Polícia pode solicitar novo prazo.

 

O caso

 

Seu João foi assassinado no dia 23 de fevereiro, no hangar de sua propriedade localizada na região do Contorno Leste, no Bairro Jardim Imperial, em Cuiabá. O autor do disparo foi feito pelo policial civil Jeovanio Vidal Griebel.

 

Conforme um dos laudos da Politec, o atirador efetuou ao menos um disparo de arma de fogo a pelo menos 12 metros de distância da vítima e fora do hangar em que o corpo foi encontrado.

 

Seu João Pinto foi ferido na altura do ombro direito.

 

Jeovanio foi acionado pelo cunhado Elmar Soares Inácio, com quem seu João teria um litígio fundiário, e em uma viatura descaracterizada e sem mandado, ele foi até a propriedade com outros cinco colegas.

 

Outro lado

 

A Polícia Civil se manifestou por meio de nota:

 

A Polícia Civil informa que o inquérito policial que apura os fatos continua em andamento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

 

A Polícia Civil aguarda o retorno dos celulares que foram encaminhados para a perícia e também o relatório final com a análise de alguns documentos levantados durante as investigações. Com a chegada das informações, o inquérito será encaminhado para finalização.

 

Leia mais:

 

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Ademar Carlos Gomes  20.06.24 04h59
Grande homem, trabalhador, pecuarista, paí de família e que todos nós sem entender o fato concreto. Conheci seu João no final da década de 80, quando eu era gerente do banco mercantil na Barão de melgaço, cheguei a tomar café em sua casa numa visita de cortesia. Com tristeza e muito pesar acompanho esse caso. Vamos aguardar q justiça seja feita,e os envolvidos condenados e presos!!!
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Juliana da Costa  19.06.24 16h29
A pressa da PJC é seletiva. Podemos ver a diligência e determinação ao atuar em alguns casos, já em outros….Enquanto isso, a família paga o preço e amarga o sentimento do luto e da injustiça. Lamentável!!!!!!
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Maria Helena Maia  19.06.24 16h00
Muito estranho essa demora mesmo, meses se passaram e nada foi esclarecido. A família aguarda respostas!! Importante ter uma advogada competente como essa. Que a justiça seja feita!
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Jonan Erique   19.06.24 15h52
A família merece a resolução urgente desse caso e que a justiça seja feita.
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Patricia Queiroz   19.06.24 15h50
Um Absurdo! Que justiça é essa? Muito triste.....
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