Casal de Cuiabá constrói chalé com as próprias mãos em Chapada

O casal Luciana e Euclides Torezan decidiu tomar as rédeas de seus sonhos e construiu sozinho o seu próprio chalé, em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá).

Juntos há quase 13 anos, a paulista e o sul mato-grossense se conheceram em Cuiabá, quando Luciana veio para a Capital fazer faculdade e Euclides, um concurso. Após o encontro, o que começou como uma grande amizade se tornou uma linda história de amor e aventuras em suas viagens.

O ímpeto de construírem um chalé com as próprias mãos surgiu após eles voltarem de uma viagem a Santa Catarina, no ano passado, mas a vontade de morar em Chapada já era antiga. O casal de influencers sempre nutriu um grande amor pela cidade, e não teve dúvidas de que seria o local ideal para a construção dessa realização a dois.

“Nós nos hospedamos em alguns chalés por lá (Serra Catarinense), de madeira, bem aconchegantes, e apesar de ser uma região bem fria, não vimos problema com a questão de temperatura interna. Então a gente pensou: ‘Ah, Chapada também é frio, é úmido na época do inverno, então vamos fazer um porque lá vai aguentar. Porque se aqui pro Sul, que tem toda essa oscilação de temperatura, chove, esfria, neva, aguenta, então Chapada será a mesma coisa, será muito bom”, diz Luciana.

Luciana conta que construir o chalé na pegada ‘Do It Yourself’ se deu não somente pela experiência, mas principalmente para cortar gastos como a mão de obra.

Para além disso, o start para o projeto foi durante a pandemia, e a contratação de uma equipe implicaria em ricos de contaminação pela Covid-19.

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Pausa para descanso em meio às obras

“(No início da pandemia), primeiro começamos com umas reformas aqui em casa, fazendo uns móveis, reformando o closet, fizemos também uns jantares temáticos pra passar o tempo e entreter os nossos seguidores. E aí surgiu a oportunidade do terreno lá em Chapada dos Guimarães. [A partir daí] a gente arrumou o que fazer todo final de semana, e o projeto de reformas evoluiu para uma construção”, conta.

Apesar de “90%” da obra ter sido feita pelos dois, o casal precisou contratar mão de obra para duas etapas: a fundação, que é a parte mais importante de uma construção, o alicerce necessário para que a obra se mantenha resistente e que, com o tempo, não haja rupturas na estrutura do edifício; e a colocação dos vidros, um processo delicado, acentuado pelo custo alto das vidraças. Amigos e vizinhos também apareceram para dar uma “mãozinha”.

De materiais para a construção e mão de obra para a fundação e os vidros, foram gastos R$ 73 mil, sendo que o valor pago pelos vidros tomou quase a metade das despesas até o momento.

“Agora vêm outras etapas. E o que pode ser mais complicado a gente terceiriza justamente pra não ter problemas depois, como a questão dos vidros que são bem grandes e caros. E agora vem a parte de piso, acabamento... Essas partes eu não sei se nós mesmos vamos fazer, se o Euclides vai tentar aprender a instalar azulejo”, ri Luciana.

“Agora eu não pretendo mais terceirizar serviço não, a gente vai aprender na prática!”, Euclides responde com bom humor.

Os servidores públicos, também conhecidos nas redes como @casalabordo, são criadores de conteúdo para várias plataformas digitais, e parte da renda dos dois vem do trabalho como influenciadores, atuando na divulgação de diversas marcas na internet. A construção do chalé pode ser acompanhada em tempo real no instagram, e o passo a passo no canal do youtube.

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Após a colocação dos vidros, a próxima etapa será piso e acabamentos

“Assim como nós, que estamos compartilhando a nossa construção no Youtube, há várias outras pessoas que fizeram antes de nós. Então a gente também usa [como referência]. ‘Ah tem que fazer alguma coisa pra fixar uma viga, pra fazer um assoalho’... Aí a gente pesquisa no canal, porque sempre tem um aprendizado muito rico, a gente aprende e a gente compartilha pra também ajudar outras pessoas a aprenderem”, dizem.

Assim como Luciana e Euclides, existe um número crescente de pessoas criando e consertando suas próprias coisas e, consequentemente, dependendo menos do mercado, o que faz com que se sintam imensamente realizadas com suas conquistas.

“Realmente, a sensação é indescritível, e a memória que você cria construindo a sua própria moradia, a sua própria casa, não tem preço. Porque as dificuldades que você passa pra aprender, pra poder se ajustar nessa construção, isso aí com certeza marca muito”, relatou Euclides.

Perguntado se pretendem morar no chalé, o casal diz que é uma ideia para o futuro, mas que no momento, assim que finalizarem a obra, eles gostariam apenas de desfrutar do espaço aos fins de semana, sem pressão.

“A gente quer aproveitar mesmo, por que é tanto tempo ralando nele, fazendo, a única coisa que a gente pensa agora é de realmente finalizar pra aproveitar, pra desfrutar daquilo que a gente conseguiu fazer”, confessou.

Enquanto muitos estão curtindo o fim de semana depois de uma semana cansativa de trabalho, o casal aproveita das folgas para dar continuação à obra, sem deixar de fazer uma pausa entre o trabalho pesado, com direito a prosa e tereré, o momento perfeito para contemplar o presente que é a paisagem do cerrado de Chapada dos Guimarães.

“A gente vai ter muita história pra contar, e quando estivermos lá aproveitando, cada pedacinho da casa a gente vai nos lembrar de algum momento que passamos”.

Veja o reels da construção do chalé: