Cuiabá, Terça-Feira, 16 de Setembro de 2025
WORLD TRADE
16.09.2025 | 17h35 Tamanho do texto A- A+

Como a riqueza do agro muda o perfil de uma cidade do interior

Prédio é inspirado nas torres gêmeas destruídas nos atentados de 11 de setembro de 2001, nos EUA

Divulgação/Haacke/WTC

Projeto do WTC Sinop, que terá escritórios e espaços para networking global e tecnologia avançada para negócios internacionais

Projeto do WTC Sinop, que terá escritórios e espaços para networking global e tecnologia avançada para negócios internacionais

JOSÉ MARIA TOMAZELA
ESTADÃO

No coração do agronegócio brasileiro, em Sinop, no meio norte de Mato Grosso, empreendedores erguem um símbolo da riqueza do campo: o World Trade Center Sinop. Inspirado nas torres gêmeas destruídas nos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, nos Estados Unidos, o edifício terá escritórios e espaços para networking global e tecnologia avançada para negócios internacionais.

 

A proposta é transformá-lo em um epicentro global do agronegócio, conectando produtores, empresários, traders e investidores locais e internacionais, descritos como “audaciosos e visionários” pelo site oficial.

 

O WTC de Sinop terá uma torre central de 28 andares e 106 metros de altura, com investimento de R$ 1,5 bilhão. O Valor Geral de Vendas (VGV) deve atingir R$ 6 bilhões, e tem a primeira fase de entrega prevista para 2029.

 

O projeto segue o modelo de conjuntos semelhantes erguidos em metrópoles icônicas como Tóquio e Dubai, e precisou ser licenciado pelo detentor da marca, o WTC de Nova York. Ao redor da torre, estão previstos outros nove prédios comerciais e residenciais.

 

Terra de milionários

 

O agronegócio mudou o perfil da cidade de 216 mil habitantes que, em dez anos, viu a população crescer 70%. A área urbana é cercada por fazendas com alta tecnologia, muitas delas com valor estimado em dezenas de bilhões de reais.

 

Além da produção no campo, a agroindústria tornou Sinop uma terra de milionários. A maior empresa local, a refinaria de etanol de milho Inpasa, com 1,2 mil funcionários, registrou uma receita total de R$ 14,9 bilhões em 2024.

 

Dados da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação da prefeitura de Sinop apontam que, apenas no primeiro semestre de 2025, foram liberadas licenças para 466,6 mil metros quadrados de construção. O número inclui cerca de 60 prédios com mais de dez andares.

 

Entre eles está o Blend Home & Business, o primeiro prédio espelhado da cidade, inspirado em edifícios da Avenida Berrini, em São Paulo, e de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O edifício com “pele de vidro”, como define a construtora Accion, terá 17 andares e está em fase de acabamento. Serão 117 salas comerciais, 84 estúdios e 22 lojas térreas.

 

Caminhonetes e SUVs como estilo de vida

 

No dia 21 de agosto, o evento “Mato Grosso, o País do agro”, promovido por uma revenda da marca Ford, vendeu em apenas oito horas 30 caminhonetes que custam até R$ 580 mil.

 

“Nossa meta para hoje é vender 25, mas com certeza vamos ultrapassar”, disse o gerente de marketing Rodrigo Gomes, na manhã do dia 22. A primeira venda, de uma Ford F-150, foi comemorada com chuva de papel picado e estouro de espumantes.

 

Segundo Gomes, os fazendeiros utilizam o veículo para o trabalho no campo. “As fazendas são imensas e muitas ficam distantes do asfalto, o que exige veículos resistentes e bem equipados”, diz. Ele acrescenta que as SUVs da marca, dos modelos Territory e Bronco, também têm vendas elevadas. “O fazendeiro compra para as viagens em família e para o filho ir à faculdade.”

 

Moradia com hangar e marina

 

A força do agro deu a Sinop também um dos poucos aeroportos do Brasil integrados a uma marina fluvial. Em fase de lançamento, o condomínio Premier Aeronáutico Residencial une moradia de alto padrão a um aeroporto privativo completo, com toda a infraestrutura aeroportuária.

 

A pista tem 1.600 metros, balizamento noturno, taxiway que conecta os terrenos e possibilidade de hangar anexo às residências — o morador pode deixar o avião na própria “garagem” da casa.

 

Para o empresário Dilceu Dal’Bosco, que está à frente do empreendimento, o projeto vai facilitar a vida dos empresários que usam o avião como meio de transporte e trabalho.

 

“Mato Grosso tem a segunda frota de aviões executivos do País, atrás apenas de São Paulo, e a primeira de aviões agrícolas. Havia necessidade de novas pistas para voos noturnos e aqui o empresário terá a possibilidade de fazer uma ponte aérea entre seu negócio, sua fazenda e sua casa. Ele pode ter o carro de um lado da casa e a aeronave dele do outro.”

 

O projeto prevê uma oficina de manutenção até para aviões com turbina. O condomínio terá acesso a uma marina com píer, que liga ao Rio Teles Pires, além de restaurante com vista panorâmica e espaço para eventos de lançamento de aeronaves.

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