JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
Após realizar o sonho de cantar para todo o Brasil no programa The Voice Kids, da Rede Globo, a cuiabana Ana Clara da Silva Pinto, de apenas 11 anos, vive hoje uma felicidade, segundo ela, “inexplicável”.
A cuiabaninha que conquistou o coração dos jurados, fazendo com que todos virassem suas cadeiras em sua primeira apresentação, lamenta ter deixado a competição musical no último domingo (12), porém acredita que não houve injustiça, como muitos afirmaram nas redes sociais.
“Eu acho que a escolha da Tetê [Prezoto, concorrente que avançou para a próxima fase por escolha da técnica Ivete Sangalo] foi justa. Ela merecia, sim. Na verdade, todos que estavam lá naquele palco são ótimos cantores. Claro que eu queria poder continuar, mas estou muito feliz só de ter participado e de aprender tantas coisas novas”, disse em entrevista ao MidiaNews. Na disputa em que estava Ana Clara, o escolhido pelo público foi o gaúcho Thomas Machado.
Ana Clara estreou no programa no dia 22 de janeiro, cantando “Cry Me a River”, composta por Arthur Hamilton, mas que fez sucesso na voz de Ella Fitzgerald. (Assista aqui).
Gshow
Ana Clara fez passou nas três primeiras fases do programa
Na ocasião, a cantora mirim encantou os técnicos Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e a dupla sertaneja Victor & Léo, que não pensaram duas vezes e viraram as cadeiras ao mesmo tempo, em aprovação.
“Eu não esperava que todos virassem de uma só vez. Antes de começar a minha apresentação, estava muito nervosa. Quando cantei, tentei dar o melhor de mim. E então isso aconteceu [todos viraram a cadeira], eu fiquei assustada na hora e muito feliz ao mesmo tempo”, contou.
A pequenina escolheu integrar o time de Ivete Sangalo.
Em sua segunda apresentação, Ana Clara venceu duas concorrentes e conseguiu ser escolhida por Ivete ao cantar “O Trenzinho do Caipira”, clássico da música erudita brasileira, composta por Heitor Villa-Lobos.
Em sua última apresentação, a representante cuiabana escolheu a música “Don’t Know Why”, da norte-americana Norah Jones.
Ao se despedir da competição, Ana Clara agradeceu o apoio da família, dos amigos e de Cuiabá.
Agora, a menina diz que está torcendo pela amiga Giulia Sonsine, do time do Vitor & Léo.
“Eu tô torcendo agora para todos, mas especialmente para Giulia, porque eu acho ela muito boa nos falsetes. E fiquei muito amiga dela”, contou.
“Experiência Incrível”
Marcus Mesquita/MidiaNews
O pai de Ana Clara, Osvaldo Pinto Júnior, de 49 anos, diz também não considerar que houve injustiça
Ana Clara conta que amou sua participação no programa e classificou toda a experiência como "incrível". “Só de ter participado e chegado naquela fase, já valeu”, comemorou.
Além da experiência musical, ela conta com o orgulho da convivência com grandes artistas da música nacional. "A Ivete é a pessoa mais cheirosa que conheci na vida", disse, sorrindo.
A menina ainda diz que aprendeu um grande ensinamento durante a competição: “Nem sempre vence o melhor”, disse.
O pensamento, segundo ela, não se trata de desmerecimento aos demais participantes do programa, mas sim no sentido de que não é porque foi eliminada que seja uma cantora ruim.
Pai de Ana Clara, o servidor público Osvaldo Pinto Júnior, de 49 anos, diz também não considerar que houve injustiça.
Ele afirma ainda que tenta ensiná-la a não se deslumbrar com a fama repentina e nem se abater pela eliminação.
“Não considero que houve injustiça. Pode ser que a música escolhida na última apresentação não tenha sido a ideal para o potencial de voz dela. Mas eu digo que o importante é que ela fez uma ótima apresentação. E que o programa para nós, hoje, nada mais é que ‘uma vitrine’ para que as pessoas conheçam ela e o trabalho dela. A questão de ganhar é um mero detalhe”, explicou.
Osvaldo ainda diz que pretende, agora mais do que nunca, dar total apoio à carreira da filha, mas que a única exigência que faz é que continue empenhada nos estudos.
Marcus Mesquita/MidiaNews
“Só de ter participado e chegado naquela fase, já valeu”, comemorou
“Eu sempre vou estar junto com ela, mas jamais quero desestimulá-la a parar de estudar. Quero que ela tenha uma profissão e a música seja algo que vá junto com a profissão", afirmou o pai.
"Se, em determinado momento, a música der certo - e ela quiser fazer uma faculdade voltada para o artístico musical -, eu também apoiaria. Mas falo para ela nunca parar de estudar. Porque acho importante, até por ela ser uma criança, que não fique muito deslumbrada com essa questão da fama repentina e achar que isso é o suficiente para ter uma vida financeiramente estável”.
Paixão pela música
Ana Clara revela que a paixão pela música começou aos três anos, quando ganhou de sua tia um mini-karaokê. Desde então, diz que sempre cantou nas reuniões de família.
Apesar de "curtir" um sertanejo, como a maioria dos cuiabanos, a menina diz que herdou do pai o gosto pela MPB e o pop.
“Eu até curto alguns sertanejos, mas não é muito o meu estilo. Eu gosto mais de MPB, porque cresci vendo meu pai cantar e admirava os ritmos das músicas dele”, disse.
Ela ainda diz que nunca havia se apresentando para um público maior do que algumas poucas pessoas.
“Antes do The Voice Kids, eu fazia mais apresentações na escola. Nunca tinha me apresentado para um público tão grande, muito menos dessa forma, para o Brasil inteiro. Agora, vejo que a musica é o que eu quero seguir daqui pra frente”.
Foco na carreira
Isabella Pinheiro/Gshow
"Agora eu vejo que a musica é o que eu quero seguir daqui pra frente”
Ana Clara conta que, após o sucesso na TV, já foi convidada para fazer a abertura do show do cantor Daniel em Cuiabá, no dia 8 de abril, na Musiva.
Segundo ela, agora pretende focar nas aulas de canto, e espera gravar seu primeiro CD em breve.
“Agora pretendo focar nas aulas de música e tentar aprender mais coisas, para depois focar na gravação do meu CD. Também pretendo começar a tocar piano”.
Por fim, a cuiabana e o pai agradeceram o carinho que receberam durante e após a participação no programa.
“Eu gostaria de agradecer a toda população de Cuiabá, a todas as pessoas que votaram nela, apesar de que muitas disseram não ter conseguido votar [por problemas no telefone]. Acredito que isso tudo foi muito importante para ela. Independente de seguir carreira ou não, tenho muito orgulho do que ela fez. Foi algo muito desafiador até pra mim, que não esperava que ela se apresentasse tão bem”, finalizou Osvaldo.
