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EMPREENDIMENTO
18.07.2021 | 09h00 Tamanho do texto A- A+

Cuiabano transforma "hamburgueria temporária" em projeto de vida

Sem experiência como administrador, Edson Luiz da Silva Júnior conseguiu viabilizar seu próprio negócio

Renato Hans

Edson Luiz da Silva Júnior em sua hamburgueria em Cuiabá

Edson Luiz da Silva Júnior em sua hamburgueria em Cuiabá

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

Em meio aos muitos desafios que a pandemia trouxe, o cuiabano Edson Luiz da Silva Júnior, de 27 anos, decidiu se arriscar e abrir o próprio negócio. Sem emprego, e com outros planos em mente, o empreendimento que era para ser algo temporário se tornou um projeto de vida. 

 

No ramo gastronômico desde 2017, Edson pretendia mudar de ares e tentar a vida em São Paulo. Sua ideia era ir de vez para a capital paulista nos primeiros meses de 2020, ou seja, quando a pandemia chegou ao Brasil.

 

Com a paralisação do comércio e a implementação do lockdown - confinamento -, o ramo inicialmente se estagnou, não abrindo novas vagas para contratações. Ainda com os planos de mudança em mente, ele decidiu abrir a hamburgueria em Cuiabá até que as coisas melhorassem em São Paulo. 

Hoje eu não deixo de trabalhar para mim de forma alguma. A partir do momento que você começa a trabalhar para si, percebe que é um gasto de tempo e energia. Basicamente eu estou gastando comigo, fazendo algo pra mim mesmo e posteriormente para minha família

 

“Ao mesmo tempo que era necessário, eu fiquei com um pouco de medo. Ninguém tinha noção do que era [a Covid-19] naquele momento. Pensei que ia ser algo rápido, de alguns dias. A hamburgueria seria só pra dar um [dinheiro] extra. Pensei: ‘Logo mais os restaurantes vão abrir e eu vou entrar em um’. Não ia ficar trabalhando pra mim”, relembra. 

 

Rapidamente Edson se viu com novas perspectivas para o futuro da sua carreira e, principalmente, do novo negócio. Encontrou na clientela uma aceitação melhor do que a prevista. 

 

De forma cautelosa, no início o negócio funcionou por meio de pré-vendas. Com apenas sete dias de funcionamento no primeiro mês, foram cerca de 200 lanches vendidos. No mês seguinte as vendas dobraram, e pouco a pouco a Mad Burger construiu sua clientela.

 

“Hoje eu não deixo de trabalhar para mim de forma alguma. A partir do momento em que você começa a trabalhar para si, percebe que é um gasto de tempo e energia. Basicamente estou gastando comigo, fazendo algo pra mim mesmo e posteriormente para minha família”, diz Edson, que já pensa na expansão dos negócios. 

Renato Hans

Especial -Mad Burger

Lanche Mad Wich da Mad Burger

 

“A princípio quero consolidar a Mad Burguer como uma hamburgueria sólida aqui em Cuiabá. Transformá-la em uma empresa maior, contratar pessoas e poder expandir esse negócio de forma que ela transpareça bem a sua imagem e a de quem eu sou, que eu estou por trás da criação toda". 

 

A trajetória profissional

 

Com o curso de engenharia mecatrônica trancado, Edson estava em busca de novos rumos para a carreira. O primeiro contato com a profissão surgiu em 2017, na cafeteria de um amigo. 

 

“Não sabia o que fazer e pintou essa oportunidade de trabalhar na cafeteria. Ali eu me encontrei profissionalmente, percebi que queria trabalhar com isso”. 

 

Ao longo dos anos, antes de se tornar um empreendedor, Edson trabalhou para grandes restaurantes da Capital. De parrillero e churrasqueiro ao braço direito de chefes de cozinha com quem trabalhou, ele construiu um repertório profissional e se especializou no ramo de carnes. 

 

Se nas cozinhas de Cuiabá ele colecionava aprendizados, no ramo da administração de negócios se aventurou sem muita experiência, aprendendo na prática o que dava certo e o que não. 

 

“Talvez eu só não esteja melhor hoje pela minha falta de experiência. Tive que quebrar muito a cara, aprendi errando. Eu sempre soube cozinhar, nunca soube administrar. Hoje eu tenho que fazer muita coisa”.

 

Um dos maiores desafios enfrentados pelo empreendedor foi fazer com que a clientela provasse o seu produto pela primeira vez. Para isso, ele contou com uma forte divulgação, que teve ajuda de parentes e amigos que já conheciam o seu produto, além de uma estratégia inusitada. 

Renato Hans

Especial -Mad Burger

Edson trabalhando na preparação do hambúrguer

 

“As pessoas aqui de Cuiabá normalmente são muito fechadas, com o hábito de ir nos mesmos lugares, nos mais falados. Houve várias e várias vezes em que as pessoas iam pedir o meu produto e ficavam com o pé atrás. Cheguei a mandar o lanche pra pessoa e falar: ‘Olha, você come aí, se não gostar não paga’. Só pra ela conhecer”, conta. 

 

Confiante no seu produto, Edson afirma que até hoje utiliza essa estratégia para angariar novos clientes. “Até hoje todo mundo gostou, pagou e continuou pedindo”, diz. 

 

Com um espaço físico restrito às reservas antecipadas, o foco principal da Mad Burger é o delivery. Com a chegada da pandemia, a entrega de alimentos a domicílio passou de opção para uma necessidade.

 

“Então eu meio que entendi essa logística, sabia que era algo que ia crescer e tentei trabalhar nela”, comenta.

 

Mais do que um lanche, uma experiência

 

Mais do que satisfazer a fome, Edson destaca o valor de uma experiência gastronômica diversa e personalizada. “Todos os meus hambúrgueres têm um conceito. Têm início, meio e fim. Quando você trabalha com criações de pratos, não sai colocando um monte de ingrediente, porque um sabor pode roubar o outro”, ele explica. 

 

“É chamado de construção de sabor, ou seja, cada ingrediente que está ali, naquele prato, ele é pensado para estar ali. Se você remover, às vezes, um ingrediente daquele prato você desconstrói todas as características do lanche”, complementa. 


Instagram da Mad Burger: @madburgercba 

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