Cuiabá, Quinta-Feira, 26 de Junho de 2025
DEU NA FOLHA
26.06.2025 | 07h23 Tamanho do texto A- A+

Defensoria e MPF cobram Lula após morte de 11 indígenas em MT

Ofício denuncia crise sanitária e óbitos evitáveis de membros do povo xavante

MidiaNews

Ministério Público Federal em MT solicitou ações emergenciais para conter crise

Ministério Público Federal em MT solicitou ações emergenciais para conter crise

JULIANA ARREGUY
DA REDAÇÃO

A DPU (Defensoria Pública da União) e o MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso solicitaram ao Ministério da Saúde que adote ações emergenciais para conter a crise sanitária enfrentada pelo povo xavante da Terra Indígena Marãiwatsedé, onde 11 indígenas, incluindo quatro crianças, morreram entre janeiro e maio deste ano.

 

No ofício, os órgãos denunciam possível omissão ou insuficiência na prestação de serviços de saúde à população indígena e alegam que os óbitos eram possíveis de serem evitados "em razão de reiteradas denúncias de óbitos por causas presumivelmente evitáveis, como desnutrição, anemia, apendicite não tratada, falta de transporte e ausência de medicamentos".

 

Denúncias de indigenistas ao Ministério da Saúde sobre a situação no território foram publicadas pela Folha no mês passado. O documento assinado pela DPU e pelo MPF afirma que atualmente há 50 crianças, na faixa dos seis meses aos quatro anos, em risco de desnutrição na terra Marãiwatsédé. De acordo com o censo do IBGE de 2022, há 1.160 indígenas no território.

 

O ofício aponta diversas irregularidades no funcionamento do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Xavante, como a ausência de enfermeiros, exercício ilegal da profissão, instalações inadequadas e equipamentos vencidos ou inoperantes.

 

"Há uma percepção unânime, expressa por diferentes instâncias do controle social e da gestão pública, de que o problema é estrutural e resultante da ausência de gestão técnica e de planejamento integrado, agravada pela escassez de recursos humanos, infraestrutura precária, ausência de saneamento básico e fragilidade das redes interinstitucionais de apoio e resposta", diz trecho do documento.

 

Ainda segundo o IBGE, apenas 46,16% da população indígena na terra Marãiwatsédé tem acesso à distribuição de água potável. Não há dados de serviços de coleta de lixo ou de conexão à rede de esgoto na região.

 

 

O ofício, endereçado à Secretaria de Saúde Indígena, recomenda a implementação de uma força-tarefa multidisciplinar no território por, pelo menos, 90 dias, além da constituição de um comitê de crise com reuniões quinzenais e participação de representantes do Ministério da Saúde, do DSEI, da Funai e também de lideranças indígenas.

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