A delegada Juliana Palhares, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou na tarde desta quinta-feira (16) que o enfermeiro Luiz Otávio da Silva, de 25 anos, confessou informalmente ter matado sua namorada, a estudante Ivone Oliveira Gomes, de 24.
Ivone, que fazia Direito na Unic, foi assassinada a facadas na noite de quarta-feira (15), dentro de sua casa, no Bairro Osmar Cabral, em Cuiabá.
Seu corpo foi encontrado com diversas perfurações, inclusive na face.
De acordo com a delegada, a equipe de investigação recebeu denuncia anônima informando que Luiz Otávio fora visto próximo ao Supermercado Assaí em Várzea Grande. O enfermeiro foi encontrado perto da Central de Flagrantes de Várzea Grande, demonstrando, segundo a delegada, que já estava interessado em se entregar.
“Diante da denúncia, as equipes de apoio da DHPP começaram a saturar a área próxima à relatada pelo denunciante. Conseguimos localizar Luiz Otávio já nas proximidades da Central de Flagrantes. Em entrevista, ele confessou autoria do crime e falou que pretendia se entregar porque não estava mais conseguindo conviver com a culpa de cometer o crime. Vamos interrogá-lo e verificar a motivação do crime”, contou a delegada.
O enfermeiro teria chegado à delegacia nervoso e “arrependido”, segundo a policial.
“Ele começou a ter uma fala distorcida. Começou a falar que a pena do homicídio era de tantos anos e que o crime acabou com os sonhos dele. É importante analisar que ele era formado em Enfermagem e estava cursando Direito na Unic. Por isso ele tem um pouco de conhecimento da área jurídica. Então já veio falando de pena”, disse.
Os investigadores acreditam que o enfermeiro cometeu o crime por não aceitar o fim do namoro, que durou dois anos, além da desconfiança de que Ivone pudesse estar se relacionando com outra pessoa.
“As informações passadas pelos vizinhos e amigas de Ivone já denotavam que o crime tinha aspecto de passional. Tendo em vista que, segundo relatos das amigas que dividiam uma quitinete com Ivone, ela pretendia terminar o relacionamento. Acreditamos que ele tenha cometido o crime em razão dessa intenção, aliado à suspeita de um possivelmente relacionamento dela com outra pessoa”, relata.
As roupas e a chave da quitinete de Ivone foram descartadas pelo suspeito nas proximidades da Avenida das Torres. A polícia conseguiu encontrar os objetos, que já foram encaminhados para perícia.
Ainda de acordo com a delegada, Ivone foi esfaqueada mais de dez vezes no rosto. Esse tipo de lesão é bem comum em casos de feminícido, em que o agressor tenta desfigurar a vítima.
“O feminicídio nada mais é que um homicídio qualificado. Além de ser homicídio, ainda tem a qualificadora cruel, porque ela foi morta a facadas, todas na região do pescoço e face. É muito comum em crimes de violência doméstica o homem desfigurar a mulher”, explica.
Luiz Otávio ainda seria interrogado nesta quinta-feira. Ele deverá responder por feminicidio duplamente qualificado. O crime de feminicídio foi incluído no Códio Penal Brasileiro em 2015.
O caso
Ivone foi assassinada a facadas dentro da própria quitinete na noite desta quarta-feira (15), no Bairro Osmar Cabral.
Marcus Mesquita Imagens
O enfermeiro Luiz Otávio da Silva (de camiseta verde clara)
O enfermeiro foi o último a ser visto pelos vizinhos da universitária, quando ela chegou em casa depois da faculdade, por volta das 22h.
Segundo as testemunhas, Luiz Otávio teria ficado em torno de 20 minutos na casa com a vítima, depois deixou o local sozinho.
Após o crime, ele publicou em sua página pessoal no Facebook a seguinte mensagem: ”O amanhã pertence a Deus”.
A postagem foi alvo de diversos comentários de internautas. A maioria falando que ele havia destruído os sonhos dela. Outros clamavam por justiça.
A jovem era natural de Itaituba, no Pará, deixa um filho e estudava na Universidade de Cuiabá (Unic).
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