O presidente do Cuiabá Esporte Clube, Cristiano Dresch, defendeu nesta quarta-feira (5), por meio de um artigo de opinião publicado no jornal Folha de S.Paulo, a adoção do Fair Play Financeiro entre os clubes do futebol brasileiro.
O Fair Play Financeiro é um conjunto de regras criado para manter o controle financeiro dos clubes, garantindo que respeitem limites de endividamento e honrem seus compromissos, seja com outros clubes, funcionários ou com o Estado.

No texto, Dresch criticou a falta de punição a clubes inadimplentes e citou dívidas de equipes da Série A do Campeonato Brasileiro com o Cuiabá, que somam R$ 41 milhões
Entre os casos mencionados, o dirigente destacou a dívida do Atlético Mineiro (MG), que, após contratar o atacante Deyverson em agosto de 2024, chegou à final da Libertadores e, na temporada seguinte, revendeu o atleta ao Fortaleza, mas não quitou o débito com o clube mato-grossense.
Segundo Dresch, “essa realidade mostra como o sistema atual, sem punições efetivas, premia quem não cumpre [as transações financeiras]”.
O presidente também ressaltou a importância da criação da CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas), órgão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) responsável por julgar conflitos entre clubes e atletas no futebol brasileiro.
No entanto, ele defendeu mais investimentos no órgão e punições mais eficazes para evitar o favorecimento de clubes inadimplentes, seguindo o modelo aplicado no futebol europeu.
“Em alguns casos recentes, as condições acabaram favorecendo clubes inadimplentes, com prazos alongados e ausência de juros, o que distorce a lógica do sistema”, escreveu Dresch.
Para ilustrar a situação, ele relatou que, para manter as contas em dia, o Cuiabá precisou recorrer ao mercado financeiro e lidar “com custos e taxas elevadas”.
“Defender o Fair Play Financeiro não é defender burocracia, mas responsabilidade e coerência. O futebol brasileiro evoluiu em gestão, estrutura e receitas, mas ainda carece de mecanismos sólidos de controle e punição equilibrada”, afirmou.
No inicio do mês de outubro, o Cuiabá denunciou à CNRD o não pagamento de uma parcela de R$ 780 mil renegociada com o Corinthians pela compra do volante Raniele.
Diante da inadimplência, o clube paulista foi punido com um transfer ban, que impede o registro de novas contratações. Após o pagamento da dívida, o Corinthians — que atualmente disputa uma vaga na Libertadores de 2026 — teve a punição revogada.
Leia o artigo de Dresch AQUI.
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