O dia 30 de agosto era para ser um domingo romântico. A médica Dieynne Saugo iria apresentar ao novo namorado e a um casal de amigos o lugar que ela considera um dos mais bonitos do Brasil, a cachoeira Serra Azul, em Nobres (a 121 km de Cuiabá). Mas o dia se tornou um pesadelo quando uma jararaca a atacou na água.
O parque da Serra Azul, em Nobres, ficou fechado por cinco meses em razão da pandemia. Era o segundo final de semana aberto à visitação quando Dieynne, o namorado e os amigos resolveram fazer o passeio. Para chegar até lá, foi preciso encarar uma trilha de 800 metros, além de uma escadaria com 470 degraus.
No meio do caminho, eles receberam um aviso que, até então, não parecia perigoso. Turistas que voltavam da cachoeira avisaram que havia uma cobra no local.
Ao chegarem lá, a paisagem era de tirar o fôlego. Uma queda d'água de cerca de 50 metros de altura, que formava uma lagoa de água cristalina na parte inferior. Todo o esforço parecia ter sido recompensado.
A médica, o namorado e os amigos entraram na água. O grupo de amigos ficou às margens da lagoa, enquanto Dieynne e o namorado decidiram se aproximar da cachoeira.
A primeira picada foi dada perto do queixo. Com a mão esquerda, ela tentou tirar o animal que havia entrado por debaixo de seu colete, mas acabou sendo picada mais duas vezes nesta mão.
Dois vídeos que circularam nas redes sociais mostraram a cobra que a picou e o momento em que a médica foi picada. Nas imagens, é possível ouvir os gritos dela no momento em que foi atacada.
O grupo com quem a médica estava a colocou em uma tirolesa a fim de agilizar o atendimento. Ela já apresentava um quadro grave de envenenamento, que a impossibilitava de voltar pelos degraus. "Quando fiquei sabendo que não tinha soro [antiofídico] na região, aí o desespero foi maior ainda", contou.
Conhecida nas redes sociais como “Dra. Fit”, Dieynne precisou ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da capital e teve que passar por uma cirurgia de traqueostomia, para liberar a circulação respiratória que estava impedida pelo inchaço causado pelo veneno da cobra.
Em entrevista ao Fantástico no dia 13 de setembro, Dieynne contou que ficou desesperada quando descobriu que não havia soro antiofídico na região, apenas em Cuiabá, a pelo menos três horas de distância. Foi esse o tempo que ela levou para chegar até o hospital.
"Foi desesperador. A dor era insuportável", contou, relatando os inchaços tanto na mão quanto no queixo. "Comecei a vomitar sem parar".
A picada que ela sofreu no rosto, causou um inchaço que começou a atrapalhar a respiração. Foi preciso fazer uma abertura na traqueia para abrir a passagem do ar.
Em São Paulo, para onde foi transferida, ela passsou por cirurgias no braço e na mão. O objetivo era reduzir o inchaço das outras duas picadas e também mehorar a circulação sanguínea. Ela corria o risco de perder o membro por conta do enema causado pela inflamação das picadas.
Quatro meses depois do acontecimento, Dieynne lembra em suas redes sociais do ataque como um reinício: "Um #tbt do dia que poderia ter sido o último da minha vida, mas foi o primeiro de uma nova vida, de uma nova história que Deus escolheu para mim".
No Instagram, ela também publicou vídeos das cicatrizes e marcas deixadas na pele após o acidente, a pedido dos seguidores. "Elas representam minha história de superação e fé, representam minha vitória", afirma com orgulho.
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