Escritor lança livro que une olhar da infância e história do Brasil

Ambientado às margens do rio Araguaia entre as décadas de 1960 e 1990, o livro “O Rio do Meu Quintal” (Calendas Editorial, 236 pag.), do escritor, poeta e jornalista Antonio P. Pacheco será lançado na próxima quinta-feira (10). Ele faz a ponte entre o olhar mágico da infância e vários marcos históricos do Brasil e do mundo tais como a chegada do homem à lua, a ditadura militar, as transformações sociais e o redescobrimento da identidade nacional a partir da copa de 1970 entre outros fatos reais.

O livro narra a infância de um menino ribeirinho em seu universo no coração do Brasil, onde fantasia e realidade histórica se entrelaçam profundamente. Conhecido por suas literatura provocadora e reflexiva, Antonio P. Pacheco, desta vez, trás ao cohecimento dos leitores uma personagem infantil que espelha uma geração inteira de brasileiros interioranos, insulares eno qual retrata como a resiliência e a imaginação infantis tornam-se estratégias de sobrevivência que moldam a vida de Quinho em sua travessia entre o medo, a incerteza e o encontro com a própria força interior.

A obra será lançada no próximo dia 10 de julho, às 18h30, na Academina Mato-Grossense de Letras, dentro da programação do projeto AML Casa Aberta. A pubicação do livro foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo, por meio do edital Gambira 2024, executada pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Cuiabá, e trás o selo da Calendas Editorial, uma nova editora independente sediada na capital.

O processo de crescimento pessoal aparece como eixo narrativo. Por meio da relação do menino com o rio, suas vivências e imaginação, o leitor acompanha a personagem rumo ao seu crescimento e autoconhecimento. Como nos ciclos das águas do rio do seu quintal, o menino se vê confrontado com o passado, o presente e seu futuro, num rito de passagem que é evidenciado na memória coletiva do próprio país.

O livro, segundo o autor, se constitui em uma oportunidade para o leitor conhecer e se aventurar pelos caminhos da memória e do próprio autoconhecimento que, afinal, perpassam a transformação de toda criança em um ser humano adulto e que segue refletindo em cada um de nós por toda a vida.

Na trajetória do autor pela literatura, encontra-se a força de quem se reinventou sempre. Natural de Aragarças (GO), Pacheco reside em Cuiabá desde os anos 80. Formado em Jornalismo pela UFMT, foi um dos fundadores da União dos Poetas do Médio Araguaia (Unpoema), em 1983.  Publicou seus primeiros livros — Retalhos (1984) e Punhal de Dois Gumes (1994) — pelo selo Edições Uirá. Na última década, lançou títulos plurais, como a coletânea bilíngue Versos Náufragos em Rio sem Margens (2019) e a coletânea de contos intertextual O Universo no Espelho ( 2021) vencedor no edital Prêmio Mato Grosso de Literatura Estevão de Mendonça, ambos pela Carlini & Caniato Editorial. Antonio Pacheco tem ainda no curriculo partipações em diversas antologias nacionais em prosa e versos, somando já mais de uma dúzia de livros publicados.

O autor destaca que sem as leis de incentivo à cultura, sua obra não teria alcançado públicos mais amplos. O edital Paulo Gustavo viabilizou O Rio do Meu Quintal, e sua obra anterior encontra ressonância em outros incentivos, como Prêmio MT de Literatur Estevão de Mendonça. Antonio Pacheco afirma que esses mecanismos representam “a oportunidade de manter viva a chama literária e cultural em Mato Grosso” .

A Academia Mato-grossense de Letras (AML) abraça o lançamento d’O Rio do Meu Quintal, inserido no projeto Casa Aberta, que oferta cultura e arte de forma gratuita à comunidade. A presidente da AML, poeta Luciene Carvalho destaca a inclusão do lançamento do livro na programação do Casa Aberta como de grande relevância para a cultura. “Este será o primeiro lançamento editorial que faremos dentro do projeto AML Casa Aberta. Para nós é importante celebrar vozes literárias como a do Antonio Pacheco que nos falam de infância, magia, memória, resiliência, cescimento pessoal e da história de nosso tempo de forma lúdica, poética e, ao mesmo tempo, realista e original”.

O evento será um momento para partilhar esse mergulho na fantasia e na história,  proporcionando um encontro entre a infância, a maturidade e o Brasil real.