A estudante de publicidade, Juliane Kurobe, de 26 anos, protestou ao lado de familiares, em frente à veterinária e Pet Shop Bendita Pata, em Cuiabá, após a morte da Shih-tzu Charlote Dayane, de 8 anos.
O animal morreu na noite da última sexta-feira (28) após ter sido esquecida em uma manta térmica e ser queimada.
“A gente quer justiça. Eles [Bendita Pata] estão funcionando normalmente com um monte de gente dizendo que teve animalzinho morto ai", disse ao MidiaNews a tutora de Charlote.
"A intenção é que esse lugar feche e nunca mais aconteça nada com nenhum animal”, acrescentou.
Com faixas, cartazes e camisetas com o rosto da pet estampados, enquanto seguravam balões brancos, familiares e amigos gritavam: “Assassinos”.
Descaso mortal
Juliane contou que Charlote foi internada no dia 11 de abril no Bendita Pata para realizar uma cirurgia de enucleação - remoção do globo ocular inteiro. “O próprio cirurgião falou que era uma cirurgia de 30 minutos, bem simples”, disse.
O veterinário teria ligado para ela dizendo que a cirurgia havia sido um sucesso. Charlote receberia alta no dia seguinte.
“A gente nem imaginava uma queimadura ou algo do tipo. A gente estava super feliz, falando: ‘A chacha vai voltar para casa’”.
Segundo Juliane, o veterinário a levou em uma salinha e começou falando os medicamentos que deveria ministrar em Charlote e só depois falou sobre as queimaduras.
Reprodução
Tutora e familiares protestaram por morte de Charlote
“Lá no final ele disse que aconteceu uma intercorrência e a manta térmica foi colocada no 220 e sobreaqueceu. Nisso, entrei em desespero. Ai, ele foi buscar a Chacha na baia”, explicou.
“Quando ele chegou com ela no colo falou: ‘Aconteceu alguma coisa com a perninha dela e a perninha dela uma torção ou foi por conta da queimadura’”, disse.
Já no carro, a pequena Shih-tzu começou a uivar de dor. “Comecei a gritar em desespero pedindo ajuda”.
Charlote foi pega pela gerente dos veterinários, que teria dito que cuidaria dela como a “própria filha”.
A família ficou no aguardo por já não confiar no tratamento ofertado ao animal. Após 40 minutos, nada tinha sido feito pela equipe. “Passaram uma pomada e deixaram ela lá com dor, sem nenhum soro, sem nada em uma baia".
A família levou a Shih-tzu em outro veterinário e descobriu que as queimaduras eram bem mais graves do que imaginaram. “Foi no pós-operatório que esqueceram ela na manta”.
Foram 17 dias de luta até que Charlote não resistiu aos ferimentos.
“Tentamos de tudo, a gente tinha acabado de conseguir pele de tilápia. Com a vakinha conseguimos células tronco, mas, mesmo assim, ela não resistiu à cirurgia de desbridamento [remoção de tecido danificado], porque a área queimada era muito grande”, disse.
R$ 25 mil e processo
Segundo Juliane, foram gastos mais de R$ 25 mil com todos os procedimentos para tentar salvar Charlote.
A família decidiu registrar uma ocorrência junto à Delegacia Especializada do Meio Ambiente. “A gente vai também entrar com um processo essa semana. Danos morais, tudo que a gente puder”.
Ainda segundo Juliane, ela teve acesso há mais de 20 relatos de casos similares ao dela.
“É assombroso, cada caso pior que o outro, as pessoas são coagidas e ficam com medo”, disse.
Outro lado
Em nota o Bendita Pata afirmou que os profissionais responsáveis pela cirurgia foram afastados temporariamente da clinica para apuração dos fatos.
Veja:
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