O Fórum Sindical – que representa o funcionalismo público de Mato Grosso – informou que as categorias não vão encerrar a greve, iniciada no dia 31 de maio, após a aprovação do projeto de lei do Governo do Estado que fixa a forma de pagamento da Revisão Geral Anual (RGA).
O substitutivo integral apresentado pelo governador Pedro Taques (PSDB), que prevê o pagamento de 7,36% dos 11,28% da RGA em três parcelas – 2% no mês de setembro deste ano e 2,68% nos meses de janeiro e abril de 2017, respectivamente -, foi aprovado na sessão noturna de quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa.
Segundo o representante do Fórum e presidente da Associação dos Servidores Efetivos da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Delegados (Asager), James Rachid Jaudy, os sindicalistas vão se reunir, ainda na manhã desta quinta-feira (30), para definir os novos rumos da greve.
Conforme ele, todas as categorias vão recorrer à Justiça, tendo como base a liminar do desembargador Juvenal Pereira, que legitimou o movimento do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep). O Fórum também vai entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar o pagamento integral da revisão inflacionária.
“Continuamos em greve. Vamos ter uma reunião, agora pela manhã, para decidir novos passos. Vamos aproveitar e pegar aquela liminar do Sintep, que legitimou o movimento, para que os outros sindicatos possam se defender”, disse.
“O problema maior das categorias é a multa, não tem como os sindicatos, que são os servidores, pagarem R$ 100 mil de multa”, completou.
James Jaudy não soube informar, porém, como se daria o “amparo” de outras categorias, com base na liminar da Educação.
Segundo ele, essa questão será esclarecida após uma conversa com os advogados que defendem os sindicatos.
“Goela abaixo”
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e Meio Ambiente (Sisma-MT), Oscarlino Alves, afirmou que a votação do substitutivo do Executivo foi empurrada “goela abaixo”, no Legislativo .
“O Governo não deu conta de negociar com os servidores e empurrou o projeto para a Assembleia Legislativa. O Legislativo não tem obrigação de fazer negociação com categorias. O Governo não deu conta, meteu o projeto goela abaixo, encerrou uma conversa com os sindicatos, e Assembleia, na maior dificuldade, falta de habilidade política e de competência, engoliu ontem, na votação, a aprovação do substitutivo”, dise.
“A opção que a gente tem, agora, é adentrar nas esferas superiores, como o Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Vai chover Adin contra esse Governo. Aqui embaixo, ele não cumpre leis, mas se vir determinação lá de cima, ele é obrigado a cumprir”, completou.
Conforme o sindicalista, o Sisma vai realizar uma assembleia geral, às 14h desta sexta-feira (1º), para decidir se continua ou não com o movimento.
Marcus Mesquita/MidiaNews
Presidente do Sisma, Oscarlino Alves afirma que Governo enfiou "goela abaixo" projeto no Legislativo
“Após a reunião com o Fórum, nós temos por obrigação cumprir as normativas internas do sindicato, que é convocar uma assembleia para consultar a base e decidir se permanece no movimento grevista ou não”, explicou.
A presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran), Daiane Renner, afirmou que os servidores da autarquia vão continuar em greve.
O substitutivo
O substitutivo integral apresentado pelo governador Pedro Taques (PSDB) prevê 7,36% dos 11,28% da RGA em três parcelas – 2% no mês de setembro deste ano e 2,68% nos meses de janeiro e abril de 2017, respectivamente.
Por ser juros sobre juros, o aumento final não será somente a soma das parcelas, o que resultará em um ganho final de 7,54%.
Já o restante, para atingir os 11,28%, será calculado sobre o subsídio de abril de 2017 e pago nos meses de junho e setembro do ano que vem.
Entretanto, esse pagamento ficará condicionado ao Governo reduzir seus gastos com pessoal para 49% da Receita Corrente Líquida.
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13 Comentário(s).
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Fatima Gouveia 30.06.16 16h53 | ||||
Esse governo devia pagar o que é de direito dos funcionalismo publicos,professores em greve crianças fora da sala de aula ,esta descumprindo tambem o direito de toda criança a sala de aula estou decepcionada com o Senhor Pedro Taques | ||||
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Breno Eduardo 30.06.16 14h25 | ||||
11 MILHOES DE DESEMPREGADOS e esse estardalhaço por conta de aumento, que pior, foi concedido em mais da metade!! ABSURDO COMPLETO! Esse é o resultado de uma pátria sindicalista! Não representam os funcionários públicos decentes, que querem o aumento, mais sabem da dificuldade que nosso Estado passa pela QUEBRADEIRA de Silval. Fora Viúvas do Silval ! Esse assunto já deu! | ||||
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Raquel 30.06.16 14h13 | ||||
só sinto q quem paga com isso são nossas crianças. Já que o ensino mudou, criança passa de ano sem saber ler e escrever. Dai vem a tal da greve, o Brasil ta do jeito q eles querem burro e analfabeto. muiiiiito triste isso, vamos continuar baixando a cabeça e fechando os olhos. | ||||
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Fernando 30.06.16 13h24 | ||||
Dar o reajuste integral é a mesma coisa de só alterar o período de greve. Caso de o reajuste integral vai ocorrer atraso salarial e as categorias vão fazer a mesma coisa. Então acho que os sindicatos deveriam ter bom senso e estudar um pouco mais da situação, assim como algumas categorias fizeram e retornaram as atividades. | ||||
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Carlos Rizzo 30.06.16 11h45 | ||||
Sou a favor do é correto e legalmente constituído.Existe algo chamado direito adquirido. Se categoria de mais elevado grau tiveram a sua reposição aplicada sem questionamento algum, porque as categorias menos favorecidas não são tratadas com isonomia? Não sou funcionário público e nem partidário, por isso falo como cidadão comum. O que lei e justo, precisa ser cumprido. | ||||
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