Em uma sessão tumultuada, a Assembleia Legislativa aprovou em definitivo e por maioria, durante sessão nesta quarta-feira (29), o projeto de lei do Governo do Estado que fixa a forma de pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores públicos.
No total, foram 13 votos a favor e 9 contrários. O presidente do Legislativo, deputado Guilherme Maluf (PSDB), não votou.
O substitutivo integral apresentado pelo governador Pedro Taques (PSDB) prevê 7,36% dos 11,28% da RGA em três parcelas – 2% no mês de setembro deste ano e 2,68% nos meses de janeiro e abril de 2017, respectivamente.
Por ser juros sobre juros, o aumento final não será somente a soma das parcelas, o que resultará em um ganho final de 7,54%.
Já o restante, para atingir os 11,28%, será calculado sobre o subsídio de abril de 2017 e pago nos meses de junho e setembro do ano que vem.
Entretanto, esse pagamento ficará condicionado ao Governo reduzir seus gastos com pessoal para 49% da Receita Corrente Líquida.
Votaram a favor os deputados Wilson Santos (PSDB), Mauro Savi (PSB), Oscar Bezerra (PSB), Pedro Satélite (PSD), Eduardo Botelho (PSB), Dilmar Dal’ Bosco (DEM), Baiano Filho (PSDB), Max Russi (PSB), Zé Domingos (PSD), Gilmar Fabris (PSD), Nininho (PSD); Saturnino Masson (PSDB) e Wagner Ramos (PSD).
Foram contra os deputados Perry Taborelli (PSC), José Carlos do Pátio (SD), Sebastião Resende (PSC), Janaina Riva (PMDB), Zeca Viana (PDT), Silvano do Amaral (PMDB), Emanuel Pinheiro (PMDB), Leonardo Albuquerque (PSD) e Wancley Alves (PV).
Somente Romoaldo Junior (PMDB) não esteve presente.
O número de votos foi o mesmo da primeira votação, que ocorreu na última segunda-feira (27).
Já o substitutivo integral apresentado pelo deputado Zeca Viana foi rejeitado por 3 votos a 2 na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).
Sessão tumultuada
A sessão que aprovou o projeto do Governo foi marcada por gritaria tanto de deputados quanto de sindicalistas que ocupavam as galerias do Legislativo.
O primeiro secretário da Casa, deputado Nininho, chegou a “exigir” que todos os grevistas fossem retirados da Casa. Ele reclamava por não conseguir se pronunciar. Apesar disso, os sindicalistas permaneceram no local durante toda votação.
“Eu quero saber se isso aqui é uma Casa de Leis ou uma casa de badernas? Baderneiro tem que ser tratado como baderneiro. E muitos que estão aqui nos xingando nem do quadro do Estado são. Muitos foram pagos pelos sindicatos para virem aqui fazer tumulto”, afirmou o deputado.
“Em outras oportunidades, não deixamos chegar a essa bagunça que vemos hoje aqui. Isso aqui é uma casa de leis. É um direito reivindicar, se manifestar, mas tem que ter educação, respeito. Fico indignado quando servidores tratam esta Casa dessa maneira e fico imaginando como devem tratar os mato-grossenses lá no setor de trabalho deles”, disse.
“Governo baderneiro”
Já o deputado Emanuel Pinheiro afirmou que o governador Pedro Taques é o “verdadeiro baderneiro” citado por Nininho.
“Quero expressar o meus sentimento aos deputados que votaram contra esse projeto. Os deputados que, com muita galhardia, resistiram ao verdadeiro baderneiro deste Estado, que é o Governo estadual”, disse.
“A postura do Governo foi colocar esta casa para descascar o abacaxi que ele não deu conta de descascar. Podem ter certeza, servidores, que fizemos tudo para que vocês pudessem conquistar esse o direito sagrado que é a RGA. Usamos todos os instrumentos, trancamos pauta, pedimos vista, esvaziamos plenário, não teve uma linha do nosso regimento que não foi utilizada em defesa do servidor”, afirmou.
Por fim, Emanuel citou um caso relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para dizer que o substitutivo de Zeca não era inconstitucional.
Segundo ele, a emenda apresentava pertinência temática e não tinha vício de iniciativa, por respeitar a legislação orçamentária.
“O Fórum chegou a apresentar hoje um ofício pedindo nossa reprovação, nosso voto contrário a esse projeto, a essa imposição, esse acinte, que o Governo fez com nossos servidores. E podem saber que o grande responsável por todo esse processo que vitimiza os servidores chama-se governador Pedro Taques”, completou.
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11 Comentário(s).
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Julio Domingues 30.06.16 06h47 | ||||
Eu acho uma palhaçada como cidadão continuar sendo prejudicado pelos SERVIDOR PÚBLICOS DESTE ESTADO. Estou a quase 1 mês aguardando sair meu documento no Detran para trabalhar pois sou motorista, estou parado, sendo lesado por essas crianças. Não sabem oque é crise, e enquanto os 3 Poderes trabalham para resolver logo a greve, essa minoria do Estado continua com o mesmo discurso de RGA integral sabendo que o Estado não tem condições. VOCÊS NÃO REPRESENTAM O POVO! 2018 é Taques denovo para suas felicidades. | ||||
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Caio 29.06.16 22h10 | ||||
Parabéns Governador, mostrou pulso firme e não seguiu para o lado populista como boa parte desses deputados irresponsáveis que estão de olho só na próxima eleição. | ||||
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Dario Mendes 29.06.16 21h54 | ||||
O secretário Paulo Taques foi o responsável por toda essa LAMBANÇA, permitiu a contratação de aproximadamente 5 mil servidores públicos para a polícia militar e civil e a contratação de 15 mil comissionados COMPROMETENDO o pagamento obrigatório e legal da RGA, empurrando os servidores para o único expediente que teem disponível - a greve, que levou, entre outras coisas a ataques do crime organizado na capital e paralização de atendimento em diversos órgãos públicos com grave prejuízo para o estado. Parabéns Paulo Taques - os deputados limparam um pouco a sua LAMBANÇA e o governo dividiu um pouco sua impopularidade. | ||||
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Cleber 29.06.16 21h52 | ||||
Não é o ideal, mas já melhorou muito, agora não colocar data para a diferença , isso é DEMAIS. Sem definir data da diferença para chegar aos 11,28%, não chegará nunca esse dia.. Fico triste com esse episódio, trabalhamos tanto para não ser valorizados. | ||||
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Marilei Teresinha Carlini 29.06.16 21h34 |
Marilei Teresinha Carlini, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |