Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
MERCADO DA BELEZA
22.09.2024 | 09h45 Tamanho do texto A- A+

Há 30 anos em Cuiabá, cabeleireiro fala de início e sucesso

Profissional falou ao MidiaNews sobre preconceito, evolução dos ingredientes e ganhos dos bons profissionais

Victor Ostetti/MidiaNews

O cabeleireiro Paulo Maia, que nasceu em Belém, mas há anos está em Cuiabá

O cabeleireiro Paulo Maia, que nasceu em Belém, mas há anos está em Cuiabá

PIETRA NÓBREGA
DA REDAÇÃO

Um dos mais experientes e requisitados profissionais de Cuiabá, o cabeleireiro Paulo Maia está completando 30 anos de atuação na cidade. Natural de Belém (PA), ele começou sua carreira ainda na adolescência com 15 anos de idade, quando atendeu seu primeiro cliente na capital paraense. “Cortei e, mesmo tremendo, percebi que tinha potencial. O cliente gostou e ganhei confiança”, relembra sobre os primórdios no meio, há 38 anos.

 

E foi essa confiança que o trouxe a Cuiabá em 1994, a convite e Luiz Branco, um amigo envolvido com cursos de maquiagem.

 

Ao chegar, Paulo enfrentou grandes desafios - da falta de experiência inicial ao preconceito - antes de se destacar em um mercado onde já havia excelentes profissionais estabelecidos.

 

“Eu tinha que ser igual ou melhor que os cabeleireiros estabelecidos, como Joana D’Arc e Ulisses Calhao”, lembra. Para isso, ele diz ter investido em eventos e cursos. Em São Paulo, dedicou-se a desenvolver novas técnicas. “Aprendi a entender as necessidades de cada cliente”, conta o profissional, que atende no salão Belviso Face & Hair, na Capital.

 

 

 

Tanto tempo no meio permitiu que ele acompanhasse a evolução do mercado e crescesse junto. “Antigamente, a cartela de cores era limitada. Hoje, temos uma infinidade de tons e nuances”, observa. Ele ressalta a importância de ajudar os clientes a encontrar a melhor versão de si mesmos. “O cabeleireiro deve ser um guia nesse processo”, ensina.

 

“Acredito que a maior tendência é você expressar bem a sua versão, a sua felicidade, como você quer ser vista naquele momento. Ninguém é 100% o tempo todo. Então existem várias versões e variações, e o cabelo acompanha cada fase”.

 

 

 

Na entrevista que deu ao MidiaNews, o cabeleireiro ainda falou do retorno da tendência do "cabelão".

 

“O cabelo longo está vindo com força, as cores estão muito bonitas. A cor definitivamente saiu da raiz, ela veio para o cabelo. Quanto maior o cabelo, mais chance de mostrar os movimento. Acredito que o cabelão sempre vai estar em alta. E aqui, para a gente, tanto faz verão ou inverno”, destaca.

 

A saúde capilar também é um tema central nas conversas que Paulo tem com suas clientes, para quem sempre faz questão de ensinar a importância do cuidado. “Fatores como poluição e estresse afetam diretamente a saúde dos fios”, ensina. Para ele, tratamentos regulares são essenciais, especialmente em Cuiabá, onde o calor é intenso. “Um cabelo bem tratado é reflexo de uma vida saudável”, complementa.

 

Paulo também falou da importância das tintas veganas que, para ele, "vieram para suprir uma necessidade". "Não é porque o veganismo está na moda que todo mundo vai usar". Ele menciona que essas tintas evitam componentes como PPD (parafenilenodiamina) e alumínio, reduzindo as chances de alergias, especialmente em pessoas com predisposição. 

 

 

Além disso, Paulo explica que os fabricantes têm evoluído na qualidade dos produtos, não apenas para a saúde do cabelo, mas também considerando o impacto ambiental deles. "Quando as marcas pensaram no cuidado com o couro cabeludo, elas também pensaram para onde vai essa lavagem do cabelo vai", diz.

 

O especialista recomenda que consumidores escolham marcas que adotem ações sustentáveis, citando, como exemplo, a troca por refis, que reduz significativamente o desperdício de embalagens. “Precisamos ser conscientes em nossas escolhas”, afirma. "Hoje você descarta só o saquinho do refil, em vez de 12 potes", conclui.

 

 

Em sua reflexão sobre a profissão, Paulo lembra os preconceitos que enfrentou, mas que hoje a profissão é vista com outros olhos. “São várias formas de preconceito. O preconceito disfarçado com o mundo da beleza". Ele explicou que, no passado, profissionais enfrentavam estigmas relacionados à sexualidade, como os que se sentiam pressionados a adotar estereótipos para serem aceitos. “Ele tinha que estudar mais, trabalhar mais para se provar um bom profissional”.

 

Paulo diz que a profissão pode ser muito bem remunerada. Ele explica que atualmente muitos colegas, mesmo aqueles que não são donos de salão, conseguem sustentar suas famílias com altos ganhos. “Trabalham 12 horas de pé e ganham muito bem sim porque é uma das profissões mais rentáveis que eu conheço, a nível de gente que tem doutorado. ”

 

Por fim, Paulo deixa uma mensagem para as novas gerações. “A humildade é fundamental. Ouça seus clientes e busque parcerias. O sucesso vem do aprendizado e do compartilhamento de experiências”, diz.

 

                           

 

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3 Comentário(s).

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Bruno  22.09.24 18h00
👏👏 Show. Profissional de extrema qualidade!
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Xande  22.09.24 16h24
Meu Grande e querido amigo
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Maria helena povoas   22.09.24 12h44
Paulinho Maia, um grande profissional
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